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MODELO DE VENDA CASADA

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MODELO DE VENDA CASADA

 

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ª VARA CÍVEL (JUIZADO ESPECIAL) DA COMARCA DE CIDADEESTADO

 

 

(nome completo em negrito da parte), … (nacionalidade), … (estado civil), … (profissão), portador do CPF/MF nº …, com Documento de Identidade de n° …, residente e domiciliado na Rua …, n. …, … (bairro), CEP: …, … (Município – UF), vem respeitosamente perante a Vossa Excelência propor:

 

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER

 

em face de … (nome em negrito da parte), … (indicar se é pessoa física ou jurídica), com CPF/CNPJ de n. …, com sede na Rua …, n. …, … (bairro), CEP: …, … (Município– UF), pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir e no final requer.:

1 – O autor firmou com a ré em (data da assinatura do contrato) contrato de prestação de serviços de fornecimento de internet a cabo, banda larga. ________________________________________ MENCIONAR O PACOTE E A VELOCIDADE CONTRATADA.

No momento da contratação, a ré afirmou que a internet banda larga contratada seria ILIMITADA, o que igualmente constou de todas ofertas publicitárias desses serviços. Foi por isso que o autor contratou esse serviço e o mantém até a presente data.

No entanto, na semana passada a ré anunciou publicamente e aos meios de comunicação que passará a limitar o volume de dados dos consumidores da banda larga, descumprindo sua oferta anterior de “internet ilimitada” que, uma vez aceita pelo autor, passou a fazer parte do contrato.

Vale dizer, a ré está modificando unilateralmente o contrato firmado pelo autor e violando diretamente o art. 51XIII do CDC.

2 – PROMETEU TEM QUE CUMPRIR. A ré prometeu ao autor velocidade ilimitada e agora tem que cumprir. Não pode de uma hora para outra, e por exclusiva vontade sua, deixar de cumprir o contrato. A limitação da internet a cabo contratada atenta contra o marco civil da internet, Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014, e contra a própria natureza do serviço prestado, porque o autor não tem como controlar os dados que consome. Não possui sequer histórico de consumo que lhe permita estimar a quantidade de dados que necessita, o que desrespeita o art. III do CDC.

A modificação unilateral do contrato, nesse passo, coloca o autor em desvantagem exagerada e ofende o art. 51IV do CDC. O fornecedor é obrigado a cumprir o contrato firmado e a oferta, nos termos do art. 35I do CDC.

3 – VENDA CASADA. A exigência de contratação de um pacote pré-determinado de dados configura venda casada, prática comercial abusiva proibida pelo art. 39I do CDC. Isso porque injustificadamente, e a maior prova é que até agora a limitação dos dados não aconteceu, o autor será compelido a comprar um pacote de dados que ele sequer sabe se vai utilizar integralmente.

O marco civil prega a internet livre e não sujeita a limites. A internet proporciona o lazer e a informação do autor. Nesse sentido, qualquer limitação fere a dignidade do autor e atenta contra seus direitos fundamentais.

Muito embora a ANATEL tenha adiado por tempo indeterminado a limitação da banda larga, o autor tem o interesse jurídico imediato de salvaguardar sua situação pessoal, porquanto o Presidente da Anatel já anunciou que a “era da internet ilimitada acabou”, o que significa que a ANATEL autorizará a limitação da internet que atenta contra inúmeros preceitos do CDC.

Protesta o autor por provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, requerendo a produção de prova documental e A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, NOS TERMOS DO ART. VIII DO CDC, CONSIDERANDO QUE O CONTRATO FIRMADO PELO AUTOR FOI VERBAL.

Requer-se a citação da ré, nos termos do art. 18 da lei nº. 9.099/95, para comparecimento em audiência a ser designada, sob pena de revelia e confissão.

Pelo exposto, pede-se a procedência do pedido para condenar a ré a se abster de limitar o volume de dados no contrato firmado pelo autor, bem como de reduzir a velocidade contratada em desconformidade com os padrões estabelecidos pela ANATEL e de cobrar qualquer pacote extra de dados do autor, sob pena de multa e desobediência.

Nestes termos,

pede e espera deferimento.

… (Município – UF), … (dia) de … (mês) de … (ano).

 

ADVOGADO

OAB n° …. – UF

 

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Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.