Dicas de Marketing jurídico digital
Colunistas

Inbound Marketing: breve análise voltada aos jovens advogados

Texto por Nicole Borja, vencedora da categoria “Marketing Jurídico Digital” do Concurso de Artigos ADVBOX 2018.

Nicole participou, concomitantemente, do processo seletivo para se tornar uma ADVBOXER. Com a qualidade das habilidades apresentadas no concurso e na seleção, Nicole hoje compõe o time de mentorias de marketing jurídico digital.

Inbound Marketing: breve análise voltada aos jovens advogados

A  cada dia que passa, a advocacia tem se mostrado uma profissão mais competitiva, com um mercado que infla a cada novos recém graduados. Para aqueles que estão se inserindo no meio jurídico como advogados é difícil encontrar espaço e conquistar uma cartela de clientes que seja fiel e, ao mesmo tempo, traga-lhes retorno financeiro.

Aliado a esses fatores está o Código de Ética da OAB, que deixa claro que o ganho material não pode ultrapassar a finalidade social do trabalho do profissional do direito. Mais explícito ainda é o artigo 5º deste mesmo Código, ao referir que o “exercício  da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização”.

Levando em consideração os itens acima, como o profissional recém iniciado na advocacia conseguirá introdução no seu nicho de trabalho? Na área que ele quer atuar?

Embora seja uma pergunta com amplas respostas, pode-se focar em uma opção específica: marketing jurídico, e, como consequência, inbound marketing.

O marketing jurídico é importante instrumento de empreendedorismo, que, uma vez alinhado aos escritórios de advocacia, é capaz de modernizar a forma como o Direito é levado à sociedade. Por sua vez, o inbound marketing é um conceito novo, que possui estratégia arrojada, por meio da qual o cliente é quem procura a empresa, e não o contrário, como era feito até então.

O Inbound Marketing é um método do Marketing Digital, que visa a aproximação do cliente e da marca por meio da produção de conteúdo de qualidade pela última, pretendendo, a partir dai, influenciar em cada etapa da escolha feita pelo possível futuro cliente. O engajamento do público-alvo em cada publicação online será muito valioso para a criação e fortalecimento da relação entre o escritório e o público.

Trazendo para a ótica dos Jovens Advogados, o Inbound Marketing ajudará a definir quem são as pessoas realmente interessadas no seu trabalho e quem são as pessoas que estão “somente de passagem”. O primeiro passo a ser tomado é a criação de um site para divulgação das atividades do novo advogado. Frisa-se que essa divulgação deve ser meramente informativa, única finalidade aceita pelo Código de Ética, conforme o artigo 28.

Neste sentido, com o site pronto, o profissional deve ocupar-se com a produção constante de conteúdo de qualidade (artigo, vídeo, podcast, etc), que o torne referência em determinado assunto. Como a ideia é atrair mais visitantes, tal conteúdo deve ser frequentemente promovido em ferramentas de buscas (Google), bem como em redes sociais (páginas no Facebook, Instagram, etc), fomentando comentários e participações populares, a fim de que o advogado seja encontrado pelas pessoas, e não o contrário. Elas acessarão o site e os conteúdos de forma espontânea, por sua própria vontade.

A partir do momento em que o visitante do site encontra o conteúdo, o objetivo será transformá-lo em uma oportunidade de negócio. Dessa forma, o site deverá direcioná-lo para a próxima ação, que estará vinculada ao conteúdo acessado, mediante cadastro para recebimento de mais informações. Por exemplo, um escritório focado em Direito Tributário poderá produzir um texto explicando a possibilidade de revisão do IPTU do município X, e, como próxima ação, pode disponibilizar, via e-mail, planilha do Excel que seja capaz de calcular os valores a partir das informações que o visitante prestar.

Perceba: no exemplo acima, o escritório está fornecendo uma informação. Não existe a captação de cliente, pois o site não condiciona a disponibilização da planilha ao ajuizamento da ação com algum de seus advogados. Entretanto, o simples fato de o visitante saber que o escritório elaborou o documento, passa a ideia de especialidade e conhecimento sobre o tema.

Seguindo o método, a partir do momento em que houve o aumento de acessos ao site e cadastro para recebimento de materiais, convertendo-se os visitantes em “leads” (pessoas interessadas, identificadas como as que participam ativamente das publicações e que acessam os materiais disponibilizados), o escritório poderá realizar e-mail marketing direcionado para os assuntos que o visitante acessou, bem como segmentação desses leads, entre outras formas que reforcem o relacionamento “advogado-visitante”.

Uma vez que essa metodologia esteja fluindo, a tendência é que, aos poucos, o número de reais interessados no trabalho jurídico do advogado e que efetivamente o procurarão, aumente, ao passo que os visitantes ocasionais, que se contentam meramente com o conteúdo inicial, diminuam.

Resta deixar claro que não existe forma milagrosa para que os clientes certos comecem a aparecer, mas sim mecanismos que, conjuntamente aos preceitos de ética do Direito, auxiliam na formação da relação do advogado com a sociedade. Por fim, vale lembrar que a tecnologia e o Direito devem andar lado a lado, a fim de que um se beneficie do outro e de que, juntos, contribuam para a evolução do nosso meio social.

Bibliografia:

Site: https://www.oab.org.br/visualizador/19/codigo-de-etica-e-disciplina. Acessado em 18/07/2018

Site: . Acessado em 15/07/2018

Site: https://resultadosdigitais.com.br/inbound-marketing/. Acessado em 15/07/2018

Site: https://br.hubspot.com/blog/marketing/a-diferenca-entre-inbound-marketing-e-marketing-digital. Acessado em 15/07/2018

Nicole Borja Mellos, Advogada inscrita na OAB/SC 49.692-B, formada pela Universidade de Caxias do Sul.

Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

Postagens Relacionadas