O desemprego tecnológico e a reinvenção do trabalho jurídico na era da Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial (IA) não é mais uma promessa futurista, mas uma realidade

Relatórios recentes do Fórum Econômico Mundial (2023) preveem que até 2027 cerca de 83 milhões de empregos podem ser eliminados globalmente em razão da automação e da IA, ao passo que 69 milhões de novas funções irão emergir.

No setor jurídico, tradicionalmente resistente à inovação disruptiva, este impacto já começa a ser sentido.

A advocacia, profissão secular pautada pelo conhecimento técnico e pela habilidade interpretativa, enfrenta agora um divisor de águas. Isso porque a automação de tarefas repetitivas e o uso de ferramentas inteligentes estão remodelando a essência do trabalho jurídico.

No entanto a IA não apenas "ajuda", mas efetivamente substitui.

De acordo com um estudo da McKinsey & Company (2023), cerca de 23% das tarefas hoje desempenhadas por profissionais do setor jurídico podem ser automatizadas com tecnologias já existentes.

O fim do trabalho como conhecemos? 

Estamos assistindo não apenas a uma transformação do trabalho, mas possivelmente ao fim do trabalho como o conhecemos desde o surgimento do capitalismo industrial.

O modelo atual, em que o trabalhador vende sua força laboral em troca de salário, parece insustentável quando 80% das tarefas são automatizadas e 90% da população fica economicamente obsoleta.

A ADVBOX, por exemplo, já permite que escritórios automatizem o fluxo processual, eliminando tarefas que antes ocupavam dezenas de colaboradores.  É inegável que isso aumenta a eficiência e reduz custos, mas também reduz postos de trabalho.

Oportunidade na crise

Ao automatizar 80% das tarefas chatas e repetitivas, os profissionais poderão dedicar mais tempo ao que realmente importa: a busca pela justiça, a defesa dos vulneráveis e a construção de soluções jurídicas criativas. 

O desemprego tecnológico, impulsionado pela IA, não é uma ameaça distante — é uma realidade que já bate à porta dos profissionais do Direito.

A escolha que temos diante de nós é clara: resistir às mudanças e assistir ao colapso do modelo atual, ou liderar a construção de um novo contrato social, onde o trabalho, a renda e a cidadania sejam redefinidos.

A revolução da IA no Direito não é o fim da advocacia, mas o começo de uma nova era jurídica.  Estamos diante de uma oportunidade única de evolução profissional, onde as habilidades essencialmente humanas - como empatia, criatividade e pensamento estratégico - tornam-se mais valiosas do que nunca.

Reinventar-se não é opcional, é imperativo. Os profissionais que abraçarem as tecnologias como aliadas, não como ameaças, serão os arquitetos do novo paradigma jurídico.

Transforme desafios em oportunidades: automatize o repetitivo, potencialize o humano!