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Produtividade no Brasil segue estagnada: veja caminhos possíveis

A produtividade é um dos muitos indicadores que medem o desempenho econômico dos países e, no Brasil, onde segue estagnada, as perspectivas não são animadoras. 

A constatação é da Fundação Getúlio Vargas (FGV), por meio de seu Observatório da Produtividade, divulgado desde o ano de 2019.

O estudo, publicado em 22 de março de 2023, revela queda em diversos parâmetros que medem a produtividade no país, como horas efetivamente trabalhadas, as habitualmente trabalhadas e população ocupada. 

Neste quesito, o Brasil registrou crescimento anual médio de de cerca de 0,5%, entre 2019 e 2023. O número é considerado baixo por especialistas, principalmente se comparado aos demais países em desenvolvimento como Índia, México e Turquia.

Ainda segundo os dados divulgados pela FGV, os eventos associados à Covid-19, bem como o retorno pós-pandemia de setores menos produtivos e de trabalhadores menos escolarizados, contribuíram para o atual cenário na produtividade do país.

A situação, porém, não é exatamente nova. Em 2020, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas revelou que a produtividade da mão de obra brasileira era praticamente a mesma há 30 anos. 

Segundo a pesquisa, entre 1981 e 2018, a renda per capita no Brasil cresceu 0,9%. Ainda assim, a produtividade avançou apenas 0,4%, indicando um constante quadro de estagnação.

Porque a produtividade no Brasil é tão baixa?

Ainda de acordo com o Observatório da Produtividade, a taxa de investimento em inovação e produtividade no Brasil também está abaixo da praticada em outros países em desenvolvimento. 

O levantamento aponta que, atualmente, o montante alcança 15,8% do PIB no país, ante 25% das demais economias emergentes. 

Outro índice, que mede o nível de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), segue baixo e é um dos menores em 50 anos. 

O FBCF abrange bens como máquinas, equipamentos e instalações fabris.

Com índice baixo, a capacidade de abrir novos postos de trabalho, bem como a modernização da infraestrutura e investimentos em tecnologias ficam comprometidos.

Dessa forma, também se tornam menos competitivos.  

O que é a cultura organizacional de uma empresa?

Afinal, há relação entre a produtividade de um país e relação entre empresas e colaboradores? Sim, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Segundo estudos da entidade, são fatores que podem influenciar a produtividade:

  • Inovação;
  • Acesso à tecnologia;
  • Investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D);
  • Qualidade da gestão;
  • Qualificação de empregados;
  • Processos simplificados e otimizados;
  • Planejamento.

Além disso, a cultura organizacional de uma empresa é um fator importante neste quesito, sendo composta por valores, normas e comportamentos que são compartilhados pelos membros da organização. 

Sendo assim, quando este conjunto de ações é sério, forte e alinhado às diretrizes da empresa, maiores são as chances destas normas impactarem positivamente na produtividade de empresas, indústrias e, consequentemente, de todo o país.

Exemplo disso é que, durante a pandemia, as empresas com valores fortes, porém flexíveis, tiveram mais chances de se adaptar à situação, modificando suas condições de trabalho e mantendo a produtividade.

Por outro lado, estabelecimentos mais rígidos e inflexíveis tiveram mais desafios para se manter competitivos. 

alta produtividade na advocacia

Quais são os principais desafios produtivos do Brasil?

Com a evolução das tecnologias, como a implantação da ‘Advocacia 4.0‘, há que se pensar em novas maneiras de união entre inovação, recursos humanos e capacitação profissional.

O termo representa a integração entre diversas áreas e tecnologias, como Internet das Coisas, Inteligência Artificial (IA) e outras que representarão um salto quântico na forma como a interação homem-máquina ocorre. 

De acordo com o Portal das Indústrias, que reúne entidades representativas de diversos setores como CNI, SESI, SENAI e IEL, o profissional que estiver inserido neste novo momento industrial do país terá de se adaptar às mudanças, por meio da constante qualificação.

Além de se aprofundar nas novidades da área, o profissional deverá desenvolver competências que extrapolem sua área de atuação, estimulando a criatividade, empreendedorismo, liderança e comunicação.

Ainda mais quando um de seus ‘competidores’ será a própria inteligência artificial. 

A previsão do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) é que, nos próximos anos, surjam 30 novas ocupações em oito áreas.

Esse crecimento terá foco nos seguintes segmentos:

  • Automotivo;
  • Alimentos e bebidas;
  • Máquinas e ferramentas;
  • Petróleo e gás;
  • Têxtil e vestuário;
  • Química e petroquímica;
  • Tecnologias da informação;
  • Comunicação e construção civil.

E para que o Brasil decole de uma vez por todas e possa figurar ao lado das economias mais desenvolvidas, há estudos que geram diagnósticos e caminhos para que o país se torne um global player.

Assim, é através do aumento na competitividade, que passa pelas esferas econômica, política e social, que essa mudança pode ocorrer.

Produtividade estagnada e os caminhos para o Brasil

Na visão do professor Sérgio Sakurai, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, o Brasil precisa aumentar a força de trabalho, massa laboral, estoque de bens de capital e de produção.

Contudo, reforça que tanto o trabalho quanto o capital precisam ser mais produtivos.

Ao analisar a quantidade de trabalhadores economicamente ativos no Brasil, com pessoas nas faixas etárias de 15 a 64 anos, Sakurai revela um problema estrutural que não atingirá apenas o país, mas o mundo.

Ele se refere à queda no número de profissionais no serviço ativo, por conta do aumento universal na expectativa de vida.  

”Investir em educação e qualificação para elevar produtividade do trabalhador é a única forma de gerar crescimento sustentável nas próximas décadas”, ressalta o professor.  

Sobre o fraco desempenho do trabalhador brasileiro, o docente compara que um brasileiro leva uma hora para fazer um produto ou serviço, o norte-americano o faz em 15 minutos, enquanto um alemão ou coreano, em 20 minutos.

Qual o maior problema para o crescimento da produtividade no Brasil?

Como se viu, para se aumentar a produtividade no Brasil, que segue estagnada, o mercado demandará profissionais cada vez mais antenados, preparados e competitivos.

Inclusive para experimentar novas formas de interação com um mercado de trabalho dinâmico e mais automatizado. 

Todos os levantamentos citados neste artigo expressam a opinião de que a produtividade é algo a se pensar a médio e longo prazo, mas com ações que precisam ser colocadas em prática desde já, para que o país se beneficie das medidas em um futuro próximo.

Por certo, o Brasil, com sua vastidão territorial e capacidade fabril, certamente poderá fazer frente aos demais países, e não somente os que gozam da posição de emergentes.

Contudo, é preciso lembrar que investir em educação, infraestrutura, tecnologia e capacitação de recursos humanos é o que poderá alavancar toda a cadeia produtiva, nos tirando, de fato, da condição de eterno país do futuro.

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Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

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