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Direito

Embargos à Execução Trabalhista: detalhes do prazo!

Os embargos à execução trabalhista representam um instrumento fundamental para a defesa dos direitos dos trabalhadores no âmbito judicial e, saber seu prazo, é essencial.

É utilizado quando há discordância à decisão proferida em uma ação de execução trabalhista, visando impugnar os termos, ou modificar ou anular a decisão. 

Assim, neste texto, abordaremos o prazo para a interposição dos embargos à execução trabalhista, sua importância para o exercício pleno do direito de defesa e consequências da sua não observância.

Quando é cabível embargos à execução na Justiça do Trabalho?

Sua previsão legal encontra-se no art. 884 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), vejamos:

“Art. 884 – Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação.

Dessa forma, o prazo dos embargos à execução é de 5 dias, sendo o mesmo tempo para que a outra parte impugnar.

É importante ressaltar que a observância do prazo para a interposição dos embargos à execução trabalhista é essencial para a validade do recurso. 

O não cumprimento do prazo estabelecido pode acarretar a preclusão do direito de defesa, ou seja, a perda da oportunidade de contestar a execução.

Qual a importância do prazo nos embargos à execução trabalhista?

Esse recurso processual representa uma garantia fundamental para o trabalhador, permitindo-lhe exercer plenamente o seu direito de defesa e contestar eventuais equívocos.

Assim, o trabalhador pode apresentar argumentos e provas que justifiquem a suspensão, modificação ou anulação da execução, assegurando a efetividade do processo judicial.

Além disso, são um importante instrumento de equilíbrio entre as partes envolvidas no processo e permitem que o trabalhador, muitas vezes em posição de desvantagem econômica e social, possa contestar a execução e buscar a proteção dos seus direitos. 

Dessa forma, a atenção ao prazo nos embargos à execução trabalhista contribui para a garantia de um processo judicial justo e equitativo.

O que é aplicação subsidiária?

Os embargos à execução trabalhista são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pelo Código de Processo Civil (CPC), que é aplicado subsidiariamente.

A legislação trabalhista prevê que, na falta de normas específicas, deve-se aplicar, de forma subsidiária, as disposições do CPC.

Isso significa que, em situações não regulamentadas pela legislação trabalhista, é possível recorrer às normas do CPC para suprir lacunas e garantir uma adequada condução do processo.

A aplicação subsidiária do CPC pode trazer benefícios, pois é uma legislação mais abrangente e detalhada, com dispositivos que regulamentam diversos aspectos do processo judicial.

Assim, em casos em que a legislação trabalhista não traz orientações específicas sobre determinada questão processual, é possível que as partes recorram ao CPC..

No entanto, é importante ressaltar que as partes devem aplicar de forma criteriosa e em consonância com os princípios e peculiaridades do direito do trabalho.

O objetivo é garantir que as partes utilizem as normas do CPC de maneira compatível com a proteção dos direitos trabalhistas.

Quais os requisitos para embargos à execução trabalhista?

Para que o juízo competente admita os embargos à execução trabalhista, é necessário que as partes observem alguns requisitos essenciais.

Entre eles, destacam-se a comprovação da intimação da penhora, a indicação das irregularidades ou ilegalidades cometidas na execução e a demonstração da existência de fundamentos para a sua oposição.

Ademais, as partes devem apresentar os embargos de forma clara, objetiva e fundamentada, permitindo que o juízo aprecie adequadamente a defesa do executado.

E quais as principais características dos embargos à execução trabalhista?

  • Natureza Defensiva: os embargos à execução trabalhista têm uma natureza eminentemente defensiva. O trabalhador utiliza os embargos como meio de impugnar a execução ou buscar a modificação ou anulação da decisão proferida na ação de execução trabalhista. Dessa forma, os embargos representam a oportunidade de o trabalhador contestar os termos da execução e apresentar argumentos e provas em sua defesa;
  • Autonomia Processual: possuem autonomia processual em relação à ação de conhecimento que deu origem à execução. Isso significa que a decisão proferida nos embargos não afeta a decisão proferida na ação de conhecimento. Os embargos têm o objetivo específico de questionar a execução, independentemente da discussão sobre o mérito da ação;
  • Prazo para Interposição: o prazo é de 5 (cinco) dias a partir da ciência da decisão que autoriza a execução. A observância rigorosa desse prazo é fundamental para garantir a validade do recurso e a plena defesa do trabalhador;
  • Amplo Objeto: o executado pode impugnar qualquer elemento da execução, desde a existência e a validade do título executivo até a forma e os termos da execução. Isso significa que o trabalhador pode contestar a execução em si, apresentar argumentos sobre a liquidez do crédito cobrado, questionar a penhora de bens ou valores, etc;
  • Efeito Suspensivo: a interposição possui automaticamente efeito suspensivo. Isso significa que a execução fica temporariamente suspensa até que o juízo o julgue. Essa suspensão visa garantir que o trabalhador tenha a oportunidade de contestar a execução e buscar a modificação ou anulação da decisão antes que sejam tomadas medidas drásticas, como a penhora de seus bens ou valores.

E quanto ao parcelamento? É possível?

Sim, uma das mudanças significativas trazidas pelo novo Código de Processo Civil (NCPC) é a previsão do parcelamento do débito, conforme estabelece o artigo 916.

Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês.

Assim, durante o prazo para apresentação dos embargos, o executado poderá depositar trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e honorários advocatícios. 

O restante do valor deve ser pago em até seis parcelas, as quais devem ser acrescidas de correção monetária e juros de 1% ao mês. Essa possibilidade de parcelamento oferece uma alternativa para o devedor regularizar sua situação de forma mais acessível, desde que observados os requisitos legais estabelecidos.

O que acarreta o não pagamento?

Ainda no art. 916 do CPC, caso o pagamento não ocorra haverá aplicação de multa, além do imediato reinício da execução.

§ 5º O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente:
I – o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos atos executivos;
II – a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações não pagas.

Em síntese

Em suma, os embargos à execução trabalhista representam um mecanismo indispensável para a proteção dos direitos dos trabalhadores no âmbito judicial. 

O prazo para a interposição dos embargos é um elemento crucial para a efetividade desse recurso, garantindo a observância do princípio do devido processo legal e a defesa do trabalhador. 

A não observância do prazo nos embargos à execução trabalhista pode acarretar na preclusão do direito de defesa, resultando em consequências desfavoráveis.

Portanto, é fundamental que os trabalhadores estejam cientes dos prazos estabelecidos e ajam de forma diligente para garantir o exercício pleno do seu direito. 

Ao valorizarmos e respeitarmos o prazo para a interposição dos embargos à execução trabalhista, fortalecemos os princípios fundamentais do sistema jurídico e contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, onde efetivamente protegemos os direitos dos trabalhadores.

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Autor
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Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

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