direito na era da inteligencia artificial
Tecnologia e Advocacia digital

Direito na era da Inteligencia Artificial: onde atua e aceitação

A atuação do Direito na era da inteligência artificial não é mais a mesma. No entanto, podemos enxergar isso como algo positivo para o futuro jurídico.

A inteligência artificial já não é mais um conceito reservado à ficção científica; tornou-se uma parte integrante da vida cotidiana e está transformando indústrias ao redor do mundo, incluindo o Direito.

O setor judicial, uma das áreas mais tradicionais, está passando por uma transição significativa com a integração da inovação. Advogados, juízes e outros profissionais estão se adaptando às novas ferramentas e metodologias que a IA proporciona, e essas mudanças estão moldando o sistema forense como o conhecemos.

Qual o princípio da inteligência artificial?

Inteligência artificial, ou IA, é o termo usado para descrever sistemas programados para realizar atividades que normalmente exigiriam a intervenção humana. Um exemplo disso é o uso de assistentes virtuais em smartphones. 

Imagine que você configura o assistente do seu celular para te lembrar de comprar pão toda sexta-feira às 18h. A cada semana, sem falhar, o assistente envia esse lembrete automaticamente, até que você decida desativá-lo. 

Esse tipo de funcionalidade programada demonstra como é possível replicar uma função cognitiva humana, como lembrar de um compromisso, e realizá-la de forma fácil.

Além disso, a inovação pode realizar outras funções que variam desde o reconhecimento de fala e imagem até processos mais complexos, como a aprendizagem, planejamento estratégico e a resolução de problemas intrincados.

Como a inteligência artificial se relaciona com o direito?

A inteligência artificial tem uma relação cada vez mais estreita com o Direito, transformando como os profissionais jurídicos atuam e como as leis são interpretadas e aplicadas. O sistema se relaciona com o jurídico de diversas maneiras, das mais simples até as mais complexas.

Ele facilita desde a automatização de tarefas administrativas, como a análise de contratos e pesquisa de jurisprudência, até o suporte em decisões judiciais, oferecendo informações baseados em dados.

 A Inteligência Artificial no Direito surgiu para aliviar a realização de tarefas rotineiras e demoradas com precisão e agilidade.

Imagine que você precisa verificar se uma questão específica está infringindo alguma lei. Em meio a um cotidiano cheio de deveres e burocracias, isso poderia consumir um tempo valioso. Mas e se você pudesse delegar essa função, simples e demorada, para a IA?

Com a ajuda da computação cognitiva, é possível automatizar a verificação legal de situações diárias, permitindo que o sistema analise vastas bases de dados jurídicos em segundos e forneça respostas claras e fundamentadas.

Essa tecnologia pode identificar prováveis infrações, comparar cenários com precedentes legais e até sugerir soluções, tudo sem a necessidade de intervenção humana direta.

Assim, ao delegar essas atividades à IA, você não só economiza horas, mas também reduz o risco de erros. Isso assegura que os profissionais tomem decisões com base em informações completas e atualizadas.

Esse tipo de aplicação vai além da simples automação; trata-se de uma verdadeira transformação na forma como os especialistas do Direito e de outras áreas gerenciam seu trabalho.

Além disso, se torna viável usar o momento para focar em atividades específicas, como a elaboração de argumentações complexas ou o aperfeiçoamento de novas abordagens para casos desafiadores.

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Quais são as regulamentações existentes relacionadas ao uso de IA no Direito?

À medida que a IA se integra cada vez mais aos procedimentos legais, o debate sobre a necessidade de normatização e as implicações éticas e legais se intensifica. Essa discussão é especialmente relevante em países com sistemas jurídicos em desenvolvimento, como o Brasil.

O principal marco regulatório no Brasil que impacta o uso de Inteligência Artificial no setor é a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A legislação estabelece diretrizes rigorosas sobre como tratar os registros pessoais, incluindo a coleta, armazenamento e processamento de informações. 

Sendo assim, a lei se torna particularmente relevante para computação cognitiva, que dependem de grandes volumes de referências para operar. 

A LGPD exige que qualquer operação de dados individuais seja realizado com base em uma justificativa legal. Sendo assim, as pessoas têm o direito de saber como eles estão sendo utilizados, incluindo o uso por sistemas de IA. 

Além disso, a lei obriga as organizações a garantirem a segurança e a confidencialidade dos detalhes, o que é indispensável para evitar abusos e falhas no uso da inovação.

Outro importante marco legal é o Marco Civil da Internet, que, embora não seja diretamente voltado para a IA, estabelece princípios de liberdade de expressão, privacidade e proteção de dados na internet, que interagem com o seu uso em plataformas digitais. 

Desse modo, a combinação desses regulamentos exige que os desenvolvedores e usuários da inovação no Brasil sejam transparentes sobre como seus sistemas funcionam, especialmente no que diz respeito a análise de detalhes individuais.

Como a Justiça tem decidido controvérsias sobre inteligência artificial?

As controvérsias em torno da inteligência artificial e sua aplicação no Direito estão, de fato, ainda nas fases iniciais de discussão nos tribunais. 

No entanto, as ocorrências que chegaram às cortes oferecem uma visão importante sobre desafios e dilemas que o sistema jurídico enfrenta ao incorporar essa tecnologia. Um exemplo é o caso Loomis v. Wisconsin, que aconteceu nos Estados Unidos e destacou a complexa interseção entre IA e justiça penal.

O acontecimento foi julgado pela Suprema Corte de Wisconsin, nos Estados Unidos, em 2016. Ele envolveu o uso do sistema COMPAS, um algoritmo de computação cognitiva, para ajudar na determinação da sentença de Eric Loomis, que havia sido condenado por crimes relacionados a armas.

No julgamento, Loomis contestou o uso do COMPAS, argumentando que o modelo era opaco e não poderia entender como o algoritmo havia influenciado sua sentença. Ele também levantou preocupações sobre o viés potencial do algoritmo, especialmente em relação a discriminações raciais.

A Suprema Corte de Wisconsin decidiu permitir o uso do COMPAS, desde que não o considerassem como o único fator na sentença. Além disso, os advogados deveriam ter acesso ao raciocínio do algoritmo para poder contestá-lo, se necessário.

Consequentemente, a decisão em Loomis v. Wisconsin abriu um debate mais amplo sobre a necessidade de transparência nos algoritmos utilizados em ações judiciais. 

Algoritmos na justiça: a necessidade de transparência e responsabilidade

A questão é como garantir que as computações cognitivas sejam auditáveis, facilitando que todas as partes envolvidas entendam o raciocínio por trás das deliberações automatizadas. Isso é especialmente importante em um contexto como de jurisprudência, onde as sentenças podem ter consequências graves, como privação de liberdade.

Além disso, a questão do viés é uma preocupação central. Estudos têm mostrado que muitos algoritmos, incluindo aqueles usados em sistemas de justiça penal, podem refletir preconceitos raciais, de gênero e socioeconômicos. 

Isso acontece porque os registros históricos, que podem estar carregados de vieses, treinam os algoritmos. Por exemplo, se os dados indicam que determinadas populações têm taxas mais altas de reincidência, o algoritmo pode perpetuar essa tendência, recomendando sentenças mais duras para esses grupos, independentemente do contexto individual da ocorrência.

Outro aspecto crítico é a responsabilidade. Quem é responsável em caso de erro ou injustiça quando um algoritmo influencia uma decisão judicial? Os desenvolvedores do software, os juízes que o utilizam ou o sistema judicial como um todo? 

Essa questão ainda não tem uma resposta clara, mas à medida que o uso de inteligência Artificial se torna mais comum, a necessidade de estabelecer diretrizes de confiabilidade se torna cada vez mais urgente.

Como a Inteligência Artificial está impactando o sistema legal e os processos judiciais?

Um dos impactos mais notáveis da IA no sistema legal é a aceleração das causas judiciais. Isso porque as ferramentas disponíveis podem realizar tarefas que tradicionalmente consumiriam um tempo considerável de advogados e assistentes jurídicos. 

Por exemplo, a análise e revisão de documentos, uma tarefa necessária em litígios complexos, pode ser realizada por algoritmos de IA em uma fração do tempo que levaria uma equipe. 

Esses mecanismos são capazes de identificar e extrair informações importantes, organizar dados e até mesmo sugerir pontos-chave que podem ser utilizados em estratégias legais.

Além disso, a inovação consegue pesquisar precedentes legais, identificar jurisprudência relevante e fornecer análises comparativas. Isso permite que juristas e juízes acessem rapidamente os materiais necessários para fundamentar seus veredictos.

Essa eficiência pode reduzir as horas de preparação para audiências e julgamentos, beneficiando não apenas os profissionais legais, mas também as partes envolvidas, que podem obter resoluções mais rápidas.

Outro ponto é que com os sistemas judiciais sobrecarregados, a IA pode ser usada para triagem automatizada de ocorrência, identificando quais situações podem ser resolvidas rapidamente ou quais exigem mais atenção. Dessa forma, ajuda a alocar recursos de forma mais funcional, acelerando os desfechos de casos.

Em que áreas do Direito a inteligência artificial pode cooperar com o advogado?

Embora muitas vezes não seja visível ao cliente, a IA ajuda advogados a trabalhar de forma mais eficaz e a colocar as necessidades dos consumidores em primeiro lugar, de maneiras antes inimagináveis.

  1. Busca de informações

Um de seus processos envolve o uso de softwares para escanear informações eletrônicas e identificar fontes influentes para um caso. Isso porque, ao utilizar parâmetros como palavras-chave, datas e localizações, esses mecanismos permitem que os juristas encontrem materiais rapidamente, economizando tempo precioso em comparação com a análise manual de documentos impressos.

  1. Pesquisa jurídica

A inovação também possibilita que defensores acessem rapidamente bancos de dados de jurisprudência, regulamentos e estatutos, facilitando a coleta de precedentes e a compreensão das leis aplicáveis. 

Desse modo, melhora a disponibilidade e também reduz os custos para os contratantes, uma vez que pesquisas que antes levavam dias agora podem ser concluídas rapidamente.

  1. Gestão e automação de documentos

Softwares de gerenciamento de documentos baseados em IA são utilizados para armazenar e organizar arquivos legais, como contratos, processos, notas e e-mails. 

Essas ferramentas utilizam funcionalidades avançadas, como marcação e criação de perfis, para categorizar e indexar arquivos, facilitando a busca e localização por meio de pesquisas de texto completo.

Além disso, essas soluções oferecem recursos como controle de versão, onde a identificação e os privilégios de check-in/check-out garantem a segurança e a integridade dos arquivos. 

Já a sistematização, nesse sentido, vai além da simples organização, ajudando os escritórios de advocacia a criar documentações legais com eficiência. 

Utilizando modelos inteligentes, os profissionais podem preencher automaticamente informações relevantes diretamente dos registros de casos, reduzindo horas e esforço manual. 

Desse modo, a automação proporciona um fluxo centralizado e ágil para a criação de diversos tipos de arquivos legais, como cartas, acordos, petições e faturas.

  1. Auditoria

A realização de uma auditoria legal frequentemente requer que os especialistas jurídicos analisem diversos documentos, como contratos e acordos. 

Assim como acontece com outros desafios relacionados ao manuseio de arquivos, a inteligência artificial pode ser uma aliada, acelerando a etapa de revisão. Uma alternativa de IA voltada para diligência pode identificar e extrair rapidamente os relatórios necessários, como aqueles que contêm cláusulas específicas. 

Além disso, esse tipo de software detecta variações ou alterações nos registros, algo que uma revisão manual pode facilmente perder. O grande benefício da IA é sua capacidade de processar e examinar essas fontes em questão de segundos. 

Embora recomendem a revisão humana para reforçar a precisão, o uso da inovação pode reduzir drasticamente o tempo e o esforço necessários para a análise detalhada de documentos.

Como tem sido a aceitação da inteligência artificial no meio jurídico?

A aceitação da inteligência artificial no Direito tem sido marcada por uma mistura de entusiasmo e ceticismo. Por um lado, muitos profissionais legais reconhecem que a IA pode trazer avanços significativos em termos de eficiência, precisão e até mesmo na democratização do acesso à justiça.

No entanto, a introdução dessa tecnologia também enfrenta resistência em várias áreas, impulsionada por preocupações que vão desde a segurança do emprego até as implicações éticas do uso de máquinas em resoluções legais.

Segundo o relatório “tendências jurídicas para escritórios de advocacia de médio porte de 2024“, 31% dos juristas em escritórios de porte médio e 19% em escritórios menores acreditam que a Ordem de Advogados nunca aprovariam o uso de software com computação cognitiva.

Essa desconfiança pode ser atribuída a uma série de fatores, incluindo o receio de que a IA substitua o trabalho humano, a falta de familiaridade com os avanços e as questões éticas que cercam a tomada de decisões mecanizadas.

Muitos defensores temem que a inovação possa comprometer a qualidade do serviço, especialmente em áreas que requerem julgamento subjetivo e interpretação de nuances legais.

No entanto, a realidade mostra um cenário em evolução. A OAB, em alguns estados, tem regulamentado o uso de sistemas inteligentes, promovido curso sobre o tema e incentivado sua adoção

A aceitação crescente por parte das Ordens de Advogados sinaliza um futuro onde as soluções técnicas e a prática forense estarão cada vez mais interligadas. 

Conforme acontecer a aprovação de pareceres éticos favoráveis ao uso de IA, escritórios de advocacia de todos os tamanhos poderão se sentir mais confiantes para adotar essas tecnologias, sabendo que há um respaldo ético e regulatório.

A inteligência artificial irá substituir os advogados?

Embora os dispositivos de sistemas inteligentes sejam extremamente eficazes na análise de dados e na identificação de padrões, elas ainda carecem da capacidade de interpretar nuances e contextos. No entanto, apenas a análise empática pode oferecer essa interpretação de maneira completa.

Casos legais frequentemente envolvem questões de ética, moralidade e interpretação subjetiva, áreas em que a IA pode falhar ao não compreender completamente as implicações sociais.

Por isso, os advogados devem compreender o funcionamento das ferramentas que utilizam. Ademais, devem garantir que seu uso seja para complementar, e não substituir, a sentença humana.

A supervisão é essencial: os profissionais devem monitorar e avaliar cuidadosamente as recomendações feitas pelos mecanismos, assegurando que baseiam as conclusões finais em uma análise crítica, e não apenas em resultados padronizados.

Mesmo com a ampla adoção da inteligência artificial, os juristas continuarão a desempenhar seu papel. Isso porque, a IA não é capaz de realizar uma apresentação persuasiva diante de um júri, nem pode avaliar completamente os múltiplos fatores envolvidos nas decisões estratégicas, grandes e pequenas, que surgem ao longo de um litígio. 

Além disso, a tecnologia não substitui profissionais nos relacionamentos com o público, nem lidera e inspira uma equipe de advocacia a alcançar seu máximo potencial.

De modo geral, seria um erro subestimar a importância do componente humano na prática judicial, mesmo com os avanços notáveis da IA. No entanto, ignorar sua função, que inevitavelmente transformará o panorama dos serviços tanto para os prestadores quanto para os clientes, seria um erro igualmente grave.

Quais as vantagens de ter a tecnologia IA no direito?

Um aspecto da inteligência artificial no Direito é que ela traz vantagens tanto para os consumidores quanto para os escritórios de advocacia. Ao proporcionar uma experiência processual impecável, os escritórios conseguem se diferenciar da concorrência, o que resulta em clientes mais satisfeitos e leais, além de um aumento nas indicações.

Alguns dos benefícios:

  • Melhoria na produtividade: automatiza tarefas repetitivas que consomem tempo, permitindo que o profissional se dedique a atividades mais estratégicas e focadas em resultados, aumentando a economizando para atender melhor seus contratantes;
  • Melhoria no atendimento ao cliente: oferece aos consumidores um serviço mais ágil e acessível, facilitando o acesso a recursos legais e tornando o processo mais eficiente, o que ajuda a reduzir o estresse para eles;
  • Redução de custos operacionais: embora a sua implementação exija um investimento inicial, essas ferramentas podem ajudar a diminuir os custos operacionais. Assim, possibilita que as empresas invistam em mais tecnologias e softwares jurídicos no futuro;
  • Ampliar o acesso à justiça: pode diminuir as barreiras ao acesso à justiça, especialmente ao reduzir os altos custos associados à obtenção de assistência normativa. Ao sistematizar atividades manuais e rotineiras, os advogados podem diminuir os prazos e os gastos para seus clientes.

O que esperar do direito na era da inteligência artificial?

Conforme a inteligência artificial no Direito continua a avançar, seu impacto promete ter um papel cada vez mais central. Algumas das principais tendências tecnológicas no Direito que podemos antecipar incluem:

  1. Adoção generalizada

A inovação tem se tornado cada vez mais sofisticada e acessível. Inicialmente, ela foi implementada principalmente para sistematizar tarefas administrativas e repetitivas, como a revisão de documentos e a gestão de calendários.

No entanto, à medida que a tecnologia evolui, os profissionais utilizarão a IA em áreas cada vez mais complexas. Como, a análise preditiva de resultados judiciais, o desenvolvimento de estratégias legais personalizadas e a otimização de causas de litígios.

  1. Regulamentação rigorosa e transparência

Com a expansão da Inteligência artificial no Direito, legisladores e órgãos reguladores em todo o mundo estarão mais atentos à necessidade de garantir que o uso dessas ciências sejam transparentes, responsáveis e justos. 

Dessa forma, espera-se a criação de normas e diretrizes que exijam a aplicabilidade dos algoritmos de IA, certificando que as conclusões automatizadas possam ser auditadas e compreendidas por humanos. 

Além disso, os fiscalizadores provavelmente implementarão requisitos para mitigar possíveis vieses na computação cognitiva, a fim de evitar a perpetuação de injustiças ou discriminações.

  1.  Novas áreas do Direito

É provável que o avanço impulsione a expansão de novas áreas legais. A ética da IA se tornará um campo cada vez mais de destaque, abordando questões como a responsabilidade por decisões mecanizadas, o seu impacto na privacidade e os direitos digitais dos cidadãos. 

Além disso, a proteção de dados ganhará ainda mais importância, com a necessidade de normatizar como eles são utilizados para treinar e operar sistemas de IA são coletados, armazenados e protegidos. 

Assim, essas novas áreas exigirão advogados com especializações específicas, criando novas oportunidades e desafios para a profissão.

  1. Transformação do papel do advogado

Os juristas do futuro estarão cada vez mais focados na análise estratégica, na interpretação de informações e aplicação criativa da lei para resolver problemas complexos. 

Isso porque a IA permitirá que eles tomem decisões de modo informado e baseado em registros. No entanto, o julgamento empático, a capacidade de interpretar nuances e o relacionamento com os clientes continuarão sendo componentes essenciais da prática jurídica.

Essa mudança também exigirá que os colaboradores desenvolvam novas habilidades, como a compreensão de tecnologia e análise de dados, para se manterem competitivos no mercado.

O que são Lawtech?

Lawtechs, também conhecidas como legaltechs, são startups ou empresas que utilizam tecnologia para inovar, otimizar e, em muitos casos, transformar a indústria forense. 

Elas surgem como uma resposta à crescente demanda por soluções mais eficientes, acessíveis e transparentes no campo do Direito. Essas empresas oferecem uma variedade de serviços, que vão desde a automação de tarefas administrativas até a criação de plataformas para acesso facilitado à justiça.

Essas startups podem variar amplamente em termos de foco e funcionalidade, mas compartilham o objetivo de aprimorar a atuação jurídica por meio de soluções técnicas. 

O setor, anteriormente visto como tradicional e resistente à mudança, está sendo forçado a reavaliar essa percepção diante das inovações trazidas pelas lawtechs, que melhoram o desempenho, a transparência e a acessibilidade das entregas.

Apesar dos muitos benefícios, essas empresas também enfrentam desafios significativos. Um dos maiores é a resistência à mudança dentro da profissão legal, onde muitos ainda preferem métodos tradicionais de trabalho. 

Além disso, questões de privacidade e segurança de dados são críticas, especialmente porque elas lidam com informações sensíveis e confidenciais.

Outro desafio é a normatização. Isso porque, há uma necessidade de regulamentações claras que garantam que essas novas ferramentas sejam usadas de forma ética e segura, sem comprometer os direitos dos usuários ou a qualidade dos trabalhos.

Preservando a justiça em um mundo tecnológico 

As tecnologias modernas, como a inteligência artificial, estão cada vez mais integradas na sociedade. À medida que as técnicas se tornam mais avançadas, os sistemas estão sendo utilizados para apoiar a tomada de determinações em quase todos os setores. 

Com o aprimoramento dos dispositivos, é provável que mais controle e responsabilidade sejam transferidos para eles. Isso levanta preocupações sobre como essas eles podem desafiar os princípios fundamentais do Direito, um conceito central na tradição judiciária.

Um ponto primordial a considerar é como a IA afeta o desenvolvimento e a autonomia individual. Embora isso não seja o foco tradicional nas discussões jurídicas, é relevante entender que a participação humana é essencial para o bom funcionamento da sociedade.

A maneira como a inovação pode limitar ou influenciar a capacidade dos indivíduos de tomar decisões livres e informadas deve ser cuidadosamente examinada.

Assim, o desafio para o futuro será encontrar uma maneira de aproveitar as vantagens que a IA pode oferecer à sociedade, ao mesmo tempo em que se minimizam os riscos e danos que ela pode causar.

Isso requer promover a inovação de forma equilibrada, respeitando os interesses e valores essenciais da sociedade. 

Nesse sentido, os valores do Direito são uma base sólida para orientar a implementação e regulamentação dessa tecnologia.

Proteger as leis contra os impactos disruptivos da IA é indispensável para certificar que as soluções técnicas contribuam para o bem-estar coletivo sem comprometer os princípios fundamentais de justiça e liberdade.

Para garantir que sua prática advocatícia esteja preparada para lidar com os desafios e oportunidades trazidos pela IA, é fundamental contar com ferramentas que otimizem a gestão do seu escritório. 

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Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

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