Juizado de pequenas causas

Juizado Especial Cível: uma análise detalhada da Lei 9.099/95

A Lei do Juizado Especial Cível, também conhecida como Lei 9.099/95, é um marco significativo na legislação brasileira.

Desenvolvida com o objetivo principal de democratizar o acesso à justiça, esta Lei simplifica os processos judiciais, tornando-os mais acessíveis e menos burocráticos para a população.

Mas, o que exatamente essa Lei implica? Quando e como aplica-se? Vamos explorar essas questões neste artigo!

Qual a Lei do Juizado Especial Cível?

A Lei do Juizado Especial Cível, conhecida formalmente como Lei 9.099/95, representa um avanço significativo na legislação brasileira.

Antes da introdução da Lei 9.099/95, o sistema jurídico brasileiro era frequentemente criticado por sua lentidão e complexidade. Para muitos cidadãos, buscar justiça em pequenas causas civis parecia uma tarefa assustadora e complicada.

No entanto, reconhecendo essa dificuldade, o legislador brasileiro decidiu criar a Lei que instituiu os Juizados Especiais Cíveis e Criminais.

Esta Lei foi projetada para acelerar a resolução de litígios de baixa complexidade, incluindo questões de consumo, danos, propriedade e outras disputas civis.

Nesse sentido, a Lei 9.099/95 simplifica os processos judiciais de várias maneiras. Primeiro, limita o valor das causas que podem ser tratadas pelos Juizados Especiais a 40 salários-mínimos.

Além disso, para causas de até 20 salários-mínimos, o processo pode ser iniciado sem a necessidade de um advogado, tornando a justiça mais acessível para aqueles que não podem arcar com esses custos.

Portanto, o Juizado Especial Cível Lei 9.099/95 é um importante marco que ajuda a garantir um acesso mais fácil e eficiente à justiça para todos os cidadãos brasileiros.

Quando cabe ação no Juizado Especial Cível?

Entender quando recorrer ao Juizado Especial Cível é uma questão-chave para o exercício efetivo dos direitos. 

Esta Lei desempenha um papel fundamental na resolução de casos de menor complexidade e valor, permitindo um acesso à justiça mais rápido e descomplicado.

Os casos que cabem sob a Lei 9.099/95 são aqueles cujo valor da causa não ultrapassa 40 salários-mínimos.

Isso inclui uma variedade de disputas, como questões de propriedade e contratuais, indenizações por danos e casos relacionados a questões de consumo.

Em adição, o Juizado Especial Cível é particularmente útil para situações que exigem uma solução mais ágil.

Isso inclui desacordos contratuais, danos materiais ou morais e outras situações que, apesar de sua menor complexidade, podem ter um impacto significativo na vida das pessoas.

Desse modo, ele desempenha um papel crucial na garantia de um acesso à justiça mais simplificado e eficiente, especialmente para casos de menor complexidade e valor.

É necessário advogado no Juizado Especial Cível?

A necessidade de um advogado no Juizado Especial Cível é uma questão que depende do valor da causa. A Lei estabelece que, para causas de até 20 salários-mínimos, não é obrigatória a presença de um advogado.

Isso facilita a acessibilidade e desburocratização da justiça, permitindo que pessoas sem recursos para contratar um advogado possam buscar reparação legal.

Contudo, para causas que ultrapassem esse valor, a representação por um advogado se torna obrigatória.

Este limite foi estabelecido para garantir que questões mais complexas sejam tratadas de forma adequada, com a orientação legal necessária para garantir que os direitos das partes sejam protegidos.

Além disso, é importante esclarecer as competências do Juizado Especial Cível. Esse órgão tem como principal atribuição lidar com casos de menor complexidade, garantindo uma justiça ágil e eficiente.

Entre suas competências, podemos citar:

  1. Resolver litígios de baixa complexidade: isso envolve casos em que o valor da causa é de até 40 salários-mínimos e que não envolvem questões complexas de Direito;
  2. Resolver disputas contratuais: o Juizado Especial Cível é competente para resolver disputas contratuais de menor valor, incluindo questões relacionadas a contratos de consumo;
  3. Tratar de indenizações por danos: o Juizado pode ser utilizado para tratar de casos de indenização por danos materiais e morais de menor valor;
  4. Lidar com questões de consumo: o Juizado Especial Cível também tem competência para lidar com questões de consumo que envolvem relações entre consumidores e fornecedores.

Por fim, cabe ressaltar que, mesmo nos casos em que não é obrigatório, a assistência de um advogado pode ser útil para navegar pelo processo legal e garantir que os Direitos do requerente sejam adequadamente representados.

Qual a diferença entre justiça comum e Juizado Especial?

A diferença entre a justiça comum e o Juizado Especial reside principalmente na maneira como os processos são conduzidos e na agilidade com que as decisões são tomadas.

A justiça comum, que também é conhecida como justiça ordinária, lida com uma ampla gama de casos, incluindo aqueles que são mais complexos e envolvem valores maiores.

A complexidade desses casos pode resultar em um processo jurídico longo e detalhado, com várias fases e procedimentos. Além disso, na justiça comum, é sempre necessária a representação por um advogado.

Por outro lado, o Juizado Especial foi criado para lidar com causas de menor complexidade, principalmente aquelas cujo valor não excede 40 salários-mínimos.

O processo no Juizado Especial é notavelmente mais simples e mais rápido. Esta celeridade é alcançada através da redução de formalidades processuais e da promoção da conciliação como meio de resolver as disputas.

Além disso, uma das diferenças mais notáveis entre a justiça comum e o Juizado Especial é a necessidade de representação legal.

No Juizado Especial, a presença de um advogado não é obrigatória para causas até 20 salários-mínimos, tornando a justiça mais acessível para aqueles que não podem arcar com os custos de um advogado.

Em resumo, enquanto a justiça comum lida com uma variedade maior de casos e tende a ter processos mais complexos e demorados, o Juizado Especial se destaca pela simplicidade, rapidez e acessibilidade, facilitando o acesso à justiça para casos de menor complexidade e valor.

Quais são os princípios da Lei 9.099/95?

Os princípios que estabelecem as normas para os Juizados Especiais Cíveis, são pilares essenciais para garantir a eficácia e a eficiência da justiça em causas de menor complexidade.

Entre eles, destacam-se:

  1. A simplicidade, que visa descomplicar o processo legal;
  2. A informalidade, que permite que os procedimentos sejam menos rígidos e mais acessíveis;
  3. A economia processual, que busca evitar gastos desnecessários de tempo, esforço e recursos;
  4. A celeridade, que aspira a uma resolução rápida dos litígios.;
  5. A oralidade, que promove a comunicação direta e efetiva entre as partes envolvidas no processo.

Esses princípios garantem que o Juizado Especial Cível seja capaz de prover justiça de forma eficaz, sem sobrecarregar o sistema judiciário.

Qual a competência dos Juizados Especiais Cíveis?

Esses juizados são competentes para processar e julgar as causas de menor complexidade. A definição de menor complexidade, nesse caso, se dá principalmente pelo valor da causa.

Porém, a amplitude da competência desses juizados é bastante vasta. Eles são responsáveis por resolver questões contratuais, que envolvem divergências e conflitos decorrentes da celebração de contratos.

Também se enquadram na sua competência as reclamações de consumidores, que abrangem desacordos e controvérsias entre consumidores e fornecedores de produtos ou serviços.

Além disso, é competente para lidar com pedidos de indenização por danos materiais ou morais. Isto é, situações em que uma parte alega ter sofrido prejuízos de natureza financeira ou danos à sua reputação, imagem ou sentimentos.

Questões de propriedade, como disputas sobre a posse de bens móveis ou imóveis, também são da competência desses juizados.

Eles lidam ainda com outros litígios de natureza civil que se enquadrem nos critérios de menor complexidade e valor determinados pela Lei.

É importante ressaltar que, além de todas essas competências, os Juizados Especiais Cíveis têm um papel de destaque na promoção da conciliação e da mediação.

Antes de prosseguir para o julgamento formal de uma causa, esses juizados buscam promover um acordo amigável entre as partes, o que pode levar a uma resolução mais rápida e satisfatória do conflito.

Nesse sentido, esse aspecto da competência dos Juizados Especiais Cíveis é um reflexo direto dos princípios de celeridade e simplicidade que regem o funcionamento desses órgãos.

O que não pode no Juizado Especial Cível?

Embora o Juizado Especial Cível possa lidar com uma grande variedade de casos, existem algumas restrições importantes previstas na Lei 9.099/95. As limitações se referem principalmente ao valor da causa e ao tipo de matéria envolvida.

Primeiramente, é crucial entender que o Juizado Especial Cível é designado para tratar de causas de menor complexidade, ou seja, causas cujo valor não exceda 40 salários-mínimos.

Se o valor da causa for superior a este limite, o caso deve ser levado à justiça comum.

Em segundo lugar, o Juizado Especial Cível não tem competência para lidar com questões de Direito de família. Isso inclui, por exemplo, divórcios, guarda de filhos, pensão alimentícia e inventário.

Estas questões, devido à sua natureza complexa e delicada, devem ser tratadas na justiça comum.

Por fim, uma restrição importante diz respeito às pessoas jurídicas. Embora possam recorrer ao Juizado Especial Cível, há um limite mais estrito para elas.

Pessoas jurídicas só podem utilizar o serviço para litígios de até 20 salários-mínimos. Além disso, não podem apresentar recursos no Juizado Especial Cível, exceto em casos específicos previstos na Lei.

Diante do exposto, é importante estar ciente de suas restrições para garantir que é o meio mais apropriado para resolver um determinado conflito.

Qual a vantagem do Juizado Especial?

A maior vantagem do Juizado Especial é a sua simplicidade e rapidez na resolução de conflitos. O processo é simplificado, proporcionando acesso mais fácil à justiça e tornando o procedimento menos oneroso para as partes envolvidas.

Em resumo, a Lei do Juizado Especial Cível é uma ferramenta poderosa para resolver disputas de menor complexidade. No entanto, é importante estar ciente de suas restrições para garantir que é o meio mais apropriado para resolver um determinado conflito.

A compreensão da Lei 9.099/95 é essencial para saber quando e como buscar justiça. Esperamos que este artigo tenha ajudado a esclarecer alguns aspectos importantes dessa Lei.

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Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.