por que as fake news podem ser prejudiciais
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Por que as fake news podem ser prejudiciais?

Por que as fake news podem ser prejudiciais?

Vivemos na era da informação, mas também na era da desinformação. Por que as fake news podem ser prejudiciais? Porque, apesar de parecerem inofensivas, essas notícias falsas conseguem manipular, enganar e causar danos reais à sociedade.

Mais do que simples boatos, as fake news são armas de desinformação que geram impactos profundos em diversas esferas da vida social, política, econômica e pessoal.

Neste artigo, vamos entender o que são fake news, por que elas são tão perigosas, como se espalham, quais danos podem causar e quais as consequências legais para quem as compartilha. Também explicamos como combater esse fenômeno e reforçar o compromisso com a verdade em tempos de incertezas.

O que são as fake news?

Fake news são notícias falsas ou enganosas criadas intencionalmente para desinformar, manipular ou influenciar pessoas. Elas não se confundem com erros jornalísticos, que costumam ser corrigidos por veículos sérios, nem com boatos espontâneos do cotidiano. 

As fake news são planejadas para parecer verídicas e, por isso, conseguem enganar com facilidade, especialmente quando apelam para emoções como medo, raiva ou esperança.

Essas informações falsas costumam circular em textos, vídeos, imagens e áudios, muitas vezes com aparência profissional ou atribuídas a fontes inexistentes. Ganham força em redes sociais e aplicativos de mensagens, onde são compartilhadas rapidamente, sem verificação. 

Por isso, representam uma ameaça significativa à formação de opinião consciente, à saúde pública e à democracia, exigindo atenção redobrada por parte do público e das instituições.

Por que as fake news podem ser prejudiciais?

Fake news podem ser prejudiciais porque distorcem a realidade, comprometem decisões e causam danos sociais, políticos, econômicos e individuais. Ao se espalharem como se fossem verdade, essas informações falsas geram confusão, alimentam conflitos, enfraquecem instituições e afetam a vida de pessoas comuns.

O impacto das fake news vai muito além de uma simples mentira compartilhada. Elas colocam em risco a saúde pública, a segurança das pessoas, a estabilidade democrática e a credibilidade da imprensa. 

A seguir, vamos entender com mais profundidade os danos que elas provocam em diferentes esferas da sociedade, começando pelos efeitos diretos sobre a saúde e a segurança dos indivíduos.

Quais impactos as fake news podem causar na saúde e segurança individual?

As fake news afetam a saúde e a segurança individual ao espalhar desinformação que compromete o bem-estar físico e emocional das pessoas. Elas incentivam comportamentos de risco, aumentam a vulnerabilidade a golpes e causam medo ou pânico injustificado.

Essas consequências são ainda mais graves em situações de crise, como pandemias ou catástrofes naturais, quando a população busca respostas rápidas e pode ser facilmente enganada. A seguir, veja como essas mentiras impactam diretamente a saúde pública, o equilíbrio psicológico e a segurança de dados.

Saúde pública

Fake news prejudicam a saúde pública ao disseminar informações falsas sobre doenças, tratamentos ou vacinas. Muitas pessoas deixam de seguir orientações médicas confiáveis por acreditarem em curas milagrosas ou em teorias conspiratórias. Isso pode aumentar a contaminação por doenças, comprometer campanhas de vacinação e gerar resistência a políticas de saúde coletiva. 

Um exemplo claro foi a pandemia da COVID-19, em que milhares de pessoas deixaram de se vacinar ou seguir protocolos sanitários ao acreditarem em conteúdos sem respaldo científico, amplamente divulgados nas redes sociais.

Abalos psicológicos

A exposição contínua a fake news pode causar abalos psicológicos sérios. Notícias alarmistas ou sensacionalistas, mesmo sendo falsas, despertam sentimentos como medo, raiva, ansiedade e insegurança. Isso afeta principalmente quem já vive em contextos de vulnerabilidade emocional. 

Durante desastres naturais ou crises políticas, muitas pessoas acabam entrando em pânico por acreditarem em informações distorcidas, aumentando os casos de transtornos de ansiedade, insônia e até depressão. O impacto emocional, nesse sentido, é profundo e silencioso.

Golpes e compartilhamento de dados

Muitas fake news são criadas com o objetivo direto de aplicar golpes, também conhecidos por cibercrimes. Elas se disfarçam de anúncios oficiais ou oportunidades financeiras e convencem as pessoas a fornecerem dados pessoais, bancários ou senhas. Isso acontece com frequência em mensagens que prometem benefícios do governo, isenção de dívidas ou sorteios falsos. 

Assim, o usuário, ao confiar no conteúdo, acaba acessando páginas fraudulentas e fornecendo informações sensíveis. O prejuízo pode envolver desde o roubo de identidade até a perda de valores financeiros.

Quais impactos as fake news podem causar nos âmbitos político e social?

As fake news causam impactos políticos e sociais ao distorcer o debate público, manipular opiniões e fomentar conflitos entre grupos. Elas comprometem o funcionamento da democracia e enfraquecem o tecido social.

A desinformação nessa esfera não apenas manipula decisões eleitorais, mas também estimula a intolerância, mina a confiança em instituições e destrói reputações. Os efeitos, muitas vezes, são duradouros e difíceis de reparar. A seguir, exploramos as principais formas como isso ocorre.

Manipulação política

As fake news são ferramentas poderosas de manipulação política. Elas são usadas para atacar adversários, influenciar resultados eleitorais e promover ideologias com base em mentiras. Durante campanhas, é comum surgirem boatos com falsas acusações, vídeos editados ou teorias conspiratórias. 

Isso desvirtua o processo democrático e leva o eleitor a decidir com base em desinformação. Mesmo quando as mentiras são desmentidas, o estrago costuma persistir, pois a emoção provocada pela fake news é mais duradoura do que a correção dos fatos.

Desconfiança nas instituições

A disseminação contínua de notícias falsas sobre o funcionamento das instituições públicas enfraquece a confiança popular. Quando o cidadão começa a duvidar do sistema judiciário, do processo eleitoral ou das universidades, o pacto social se rompe. Isso favorece discursos autoritários e dificulta a implementação de políticas públicas. 

No Brasil, a propagação de boatos sobre fraudes nas urnas eletrônicas é um exemplo concreto de como a desinformação pode afetar a legitimidade de processos democráticos e gerar instabilidade política.

Polarização e intolerância

Fake news alimentam a polarização ao reforçar estereótipos e provocar o embate entre grupos com visões opostas. Elas criam uma realidade distorcida onde os “inimigos” estão por toda parte e devem ser combatidos. Isso desestimula o diálogo, incentiva o ódio e transforma o debate público em um campo de batalha. 

Grupos se isolam em bolhas informativas e passam a rejeitar qualquer informação que contradiga suas crenças. O resultado é uma sociedade mais agressiva, menos empática e com pouca disposição para o consenso.

Danos à reputação

Uma única fake news pode destruir a reputação de uma pessoa, empresa ou instituição. Mesmo quando a verdade é restabelecida, o dano já foi feito e muitas vezes é irreparável. Boatos sobre crimes, traições, falências ou escândalos sexuais se espalham rapidamente e geram julgamentos instantâneos nas redes sociais. 

Muitas vítimas têm suas vidas pessoais e profissionais afetadas por algo que nunca aconteceu. O cancelamento público baseado em mentiras é uma das formas mais cruéis de linchamento virtual.

Prejuízos econômicos

Notícias falsas também afetam a economia. Informações mentirosas sobre falências, instabilidades no mercado ou medidas do governo podem provocar queda de ações, fuga de investidores e pânico financeiro. Empresas e marcas atingidas por boatos têm perdas milionárias e sofrem com queda de confiança entre clientes e parceiros. 

O impacto vai além do setor privado: até políticas públicas podem ser prejudicadas quando a população desacredita de dados econômicos oficiais por causa de narrativas falsas.

Quais impactos as fake news podem causar nos meios de comunicação?

As fake news impactam os meios de comunicação ao desvalorizar o jornalismo, enfraquecer a credibilidade da imprensa e dificultar o acesso à verdade. Elas geram desconfiança generalizada e favorecem o consumo de conteúdo não verificado.

Com isso, jornalistas enfrentam crescentes ataques e dificuldades para atuar com liberdade e responsabilidade. A seguir, vamos entender como a desinformação ameaça diretamente a missão da imprensa em tempos digitais.

Desvalorização do jornalismo

A proliferação de fake news gera uma crise de confiança no jornalismo profissional. O público passa a duvidar até de reportagens bem apuradas, acreditando que “tudo é manipulado”. Isso desvaloriza o trabalho dos comunicadores, reduz a audiência de veículos sérios e fortalece influenciadores não qualificados. 

Além disso, compromete o papel fiscalizador da imprensa, que passa a ser vista como parte de uma “conspiração”, mesmo quando está apenas cumprindo sua função de informar com base em evidências e fontes confiáveis.

Desafio à verdade

As fake news desafiam a própria noção de verdade ao criar versões alternativas da realidade. Quando mentiras são repetidas à exaustão, elas se tornam plausíveis para parte da população. Isso torna o trabalho dos jornalistas mais difícil, pois não basta informar: é preciso constantemente desmentir o que já foi amplamente compartilhado.

A credibilidade da imprensa fica em risco, e o espaço público se enche de ruídos, dificultando o entendimento dos fatos. A busca pela verdade vira uma batalha desigual em meio à avalanche de desinformação.

Por que tantas pessoas acreditam em fake news?

As pessoas acreditam em fake news porque essas informações apelam para emoções, confirmam crenças prévias e parecem confiáveis. Esse fenômeno é impulsionado por fatores psicológicos, sociais e tecnológicos que favorecem a desinformação, especialmente em ambientes digitais.

As fake news geralmente despertam emoções fortes, como medo, indignação ou esperança, o que gera impulsos imediatos de compartilhamento, sem reflexão. Além disso, o viés de confirmação, tendência humana de aceitar apenas o que reforça suas crenças, faz com que o conteúdo falso se torne mais “crível” para quem já desconfia de determinada instituição ou grupo social.

Outro fator importante é o funcionamento das redes sociais, que entregam conteúdos com base no engajamento, não na veracidade. Isso cria bolhas de informação, onde o usuário consome apenas conteúdos semelhantes, reforçando suas convicções e reduzindo o contato com pontos de vista diversos. Em meio a esse ambiente, a checagem de fatos se torna cada vez mais rara, e o senso crítico, mais vulnerável.

A ausência de educação midiática também contribui para que as pessoas não saibam identificar fontes confiáveis ou desconfiar de conteúdos sensacionalistas. O resultado é uma sociedade mais manipulável, que toma decisões com base em mentiras cuidadosamente construídas para parecerem verdades absolutas.

Quais as punições para quem espalha fake news?

Quem espalha fake news pode ser punido com sanções civis, administrativas e penais, conforme a legislação brasileira. As consequências variam conforme o tipo de conteúdo, o dano causado e a intenção por trás da divulgação da informação falsa.

No âmbito penal, o Código Penal prevê punições para crimes como calúnia, difamação e injúria (arts. 138 a 140), que podem ser aplicados a quem compartilha fake news para prejudicar a reputação de alguém. 

A pena pode incluir multa e até detenção, dependendo do caso. Também há punições para quem incita crimes, causa pânico ou divulga fatos inverídicos visando obter vantagens.

Durante o período eleitoral, a divulgação de fake news pode ser enquadrada na Lei nº 9.504/1997, que rege as eleições e prevê punições específicas para a veiculação de desinformação que interfira na vontade do eleitor. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem ampliado sua atuação contra a desinformação por meio de resoluções e convênios com plataformas digitais.

No ambiente digital, o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) estabelece princípios e direitos dos usuários, incluindo a responsabilização em casos de danos causados por atos ilícitos na internet. Além disso, está em debate o Projeto de Lei nº 2630/2020 (o chamado PL das Fake News), que propõe medidas mais rígidas para coibir a disseminação de desinformação nas redes sociais e serviços de mensagem.

Independentemente da legislação aplicada, quem espalha fake news pode enfrentar ações judiciais movidas por vítimas de difamação, sofrer multas, perder contas em plataformas e, principalmente, ter sua credibilidade e reputação destruídas. 

A responsabilização não depende apenas de ser o criador do conteúdo falso, quem compartilha, mesmo sem intenção, também pode ser responsabilizado se causar danos.

Conclusão

O avanço das fake news representa um dos maiores desafios da sociedade contemporânea. Em um mundo onde a informação circula em tempo real, distinguir o que é verdadeiro do que é falso se tornou uma tarefa urgente e essencial para preservar a saúde pública, o equilíbrio democrático, a reputação das pessoas e a integridade das instituições.

A responsabilidade de combater as fake news é coletiva. Cabe a cada um de nós desenvolver um olhar mais crítico, questionar o que recebemos, checar as fontes e evitar o compartilhamento impulsivo. A verdade precisa ser defendida  e isso exige atenção, educação midiática e ferramentas confiáveis.

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Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

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