modelo de licença ambiental
ADVBOX

Modelo de licença ambiental: tipos, como elaborar e emitir?

Modelo de licença ambiental: tipos, como elaborar e emitir?

A preocupação com o meio ambiente se tornou um tema central nas atividades produtivas no Brasil. A legislação ambiental impõe uma série de obrigações às empresas e empreendimentos, e entre elas está a necessidade de obter a licença ambiental

Para profissionais do Direito que atuam na área ambiental, entender a estrutura, os tipos e os procedimentos para elaborar e emitir esse documento é essencial para oferecer uma assessoria completa e estratégica aos seus clientes.

Neste conteúdo, você encontrará um modelo conceitual de licença ambiental, os principais tipos de licença, o passo a passo de como elaborar e emitir, além da relação dos documentos necessários para a regularização ambiental. Acompanhe!

Modelo de licença ambiental

LICENÇA AMBIENTAL Nº [número]/[ano]

ÓRGÃO AMBIENTAL EMISSOR: [Nome do órgão ambiental responsável]

EMPREENDEDOR:
Razão Social: [Nome completo da empresa ou pessoa física]
CNPJ/CPF: [Número do CNPJ ou CPF]
Endereço: [Rua, número, bairro, cidade, estado, CEP]
Representante Legal: [Nome completo do responsável]

ATIVIDADE LICENCIADA:
[Descrição detalhada da atividade a ser desenvolvida, conforme CNAE ou classificação ambiental]

LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO:
[Endereço completo, incluindo coordenadas geográficas se necessário]

TIPO DE LICENÇA:

☐ Licença Prévia (LP)
☐ Licença de Instalação (LI)
☐ Licença de Operação (LO)

VALIDADE:
Esta licença é válida até [data de validade], podendo ser renovada conforme a legislação vigente.

CONDICIONANTES:

  1. O empreendedor deverá cumprir integralmente todas as exigências estabelecidas no Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)/Estudo de Impacto Ambiental (EIA) ou outro estudo técnico apresentado.
  2. Esta licença não isenta o empreendedor da obtenção de outras autorizações legais (urbanísticas, sanitárias, patrimoniais, etc.).
  3. Devem ser seguidas todas as normas técnicas e legais aplicáveis às atividades licenciadas, especialmente as relacionadas ao controle da poluição e proteção ambiental.
  4. Apresentar relatórios periódicos de monitoramento ambiental, conforme determinado pelo órgão licenciador.
  5. Qualquer modificação no processo produtivo, ampliação ou alteração na operação deverá ser previamente comunicada e aprovada pelo órgão ambiental.

OBSERVAÇÕES ADICIONAIS:

[Outras informações ou condicionantes específicas do caso]

LOCAL E DATA:
[Cidade – UF], [dia] de [mês] de [ano]

RESPONSÁVEL PELO LICENCIAMENTO AMBIENTAL:
Nome: [Nome do técnico responsável]
Cargo: [Cargo ou função]
Assinatura: _____________________________

CARIMBO E ASSINATURA DO ÓRGÃO AMBIENTAL

Quais são os 3 tipos de licença ambiental?

A Resolução CONAMA nº 237/1997 estabelece três tipos principais de licença ambiental no Brasil, cada uma correspondente a uma fase distinta do empreendimento: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO)

Primeiramente, a Licença Prévia é concedida na fase de planejamento, aprovando a viabilidade ambiental da localização e da concepção do projeto. Seu objetivo é identificar riscos e direcionar estudos ambientais específicos. 

Já a Licença de Instalação permite a implantação da obra conforme os estudos e condições da LP, garantindo que o projeto seja executado de forma ambientalmente adequada.

Por fim, a Licença de Operação é emitida após a verificação do cumprimento de todas as exigências anteriores e autoriza o início das atividades. Essa licença é essencial para garantir que o funcionamento do empreendimento esteja alinhado com os padrões ambientais e que as medidas mitigadoras estejam sendo aplicadas corretamente.

As validades variam conforme o tipo de licença e a legislação de cada estado, podendo chegar a até 10 anos no caso da LO.

Como elaborar uma licença ambiental?

Para elaborar uma licença ambiental é necessário:

  • Identificação da atividade: verifique se o empreendimento está sujeito ao licenciamento ambiental, com base na Resolução CONAMA nº 237/1997 e nas legislações estaduais;
  • Definição do tipo de licença: determine qual tipo de licença ambiental será necessária (LP, LI ou LO), conforme a fase em que o projeto se encontra: planejamento, instalação ou operação;
  • Solicitação do Termo de Referência: o Termo de Referência é emitido pelo órgão ambiental e orienta quais estudos ambientais devem ser realizados, como o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) ou RCA (Relatório de Controle Ambiental);
  • Elaboração dos estudos ambientais: os estudos variam de acordo com o porte e o impacto do empreendimento. Os principais são EIA/RIMA, RCA, PCA e EAS;
  • Consulta à legislação local: análise de normas urbanísticas, zoneamento e legislações ambientais municipais e estaduais para garantir conformidade com as regras específicas da localidade.
  • Análise jurídica do empreendimento: o advogado deve revisar todos os documentos e estudos, verificando sua adequação às normas legais e identificando eventuais vedações ou exigências adicionais;
  • Protocolo no órgão competente: após reunir toda a documentação e os estudos ambientais, protocole o pedido no órgão ambiental responsável (municipal, estadual ou federal), conforme a competência estabelecida para o tipo de atividade.

A elaboração de uma licença ambiental é um processo técnico e jurídico que exige o envolvimento de diversos profissionais, inclusive advogados, que podem atuar de forma consultiva

A participação do profissional do Direito é fundamental para garantir que o processo esteja em conformidade com a legislação ambiental e urbanística vigente. Além disso, o advogado contribui na interpretação das normas, na análise de riscos legais e na organização documental, o que fortalece o pedido de licença junto ao órgão competente.

Como posso emitir uma licença ambiental?

O processo de emissão começa com o cadastro no sistema eletrônico do órgão ambiental responsável (como SIGLA, SINFAT, SGA ou SEI, dependendo do estado). Após a submissão dos documentos e estudos, o órgão realiza uma análise técnica e jurídica, podendo solicitar complementações. 

Em casos de maior impacto, é possível que seja exigida uma audiência pública com a comunidade local. Estando tudo em conformidade, a licença é emitida com validade e condições específicas, podendo ser publicada no Diário Oficial ou enviada por via eletrônica.

A emissão da licença ambiental é responsabilidade do órgão público competente, que pode ser municipal, estadual ou federal, conforme a natureza e o impacto da atividade. Cabe ao profissional do Direito atuar de forma estratégica, assegurando que o processo esteja juridicamente correto desde o início. 

Isso inclui orientar o cliente quanto à legislação aplicável, revisar os documentos e estudos técnicos, e garantir que todas as exigências estejam atendidas, contribuindo para a agilidade no trâmite e reduzindo o risco de indeferimentos.

A renovação periódica também faz parte do processo, e o acompanhamento jurídico contínuo é essencial para garantir o cumprimento das obrigações legais ao longo do tempo.

Quais os documentos que compõem a licença ambiental?

A documentação necessária para compor um processo de licença ambiental pode variar conforme o tipo de licença (Prévia, de Instalação ou de Operação), o porte do empreendimento, o potencial poluidor da atividade e a legislação vigente em cada estado ou município. No entanto, há um conjunto de documentos que, de forma geral, são exigidos pela maioria dos órgãos ambientais como base para análise técnica e jurídica do pedido.

Entre os principais documentos que compõem o processo de licença ambiental, destacam-se:

  • Requerimento formal de licença, assinado pelo empreendedor ou representante legal;
  • Cadastro técnico da empresa ou empreendimento no sistema do órgão ambiental competente;
  • Cópia do CNPJ e do contrato social da empresa;
  • Documentos pessoais do(s) responsável(is) legal(is), como RG e CPF;
  • Comprovação da titularidade ou posse do imóvel, como matrícula atualizada, contrato de arrendamento ou cessão;
  • Planta de localização e croqui do empreendimento, com coordenadas geográficas e delimitação da área;
  • Estudos ambientais exigidos, conforme o tipo de licença como LP, LI e LO;
  • Termo de Referência emitido pelo órgão ambiental, quando aplicável;
  • Comprovantes de pagamento das taxas de análise e licenciamento;
  • Manifestação de outros órgãos, quando necessário, como anuência de autoridades municipais, órgãos de patrimônio, IPHAN, ICMBio, IBAMA ou Corpo de Bombeiros.

Conclusão

A licença ambiental é um instrumento essencial para assegurar que atividades potencialmente poluidoras sejam realizadas com responsabilidade e dentro dos limites legais. 

Conhecer os tipos de licença, saber como elaborar e emitir corretamente o processo, além de dominar os documentos necessários, é fundamental para qualquer profissional do Direito que atue com Direito Ambiental ou assessoria empresarial. A atuação jurídica estratégica pode evitar prejuízos, acelerar prazos e garantir maior segurança para o empreendedor.

Se você é advogado e busca mais eficiência e organização no acompanhamento de processos como o licenciamento ambiental, conheça a ADVBOX.

 Nossa plataforma foi criada para otimizar o trabalho jurídico, com ferramentas de automação, gestão de tarefas e acompanhamento de prazos, tudo em um só lugar. Acesse agora e veja como a ADVBOX pode transformar a rotina do seu escritório.

Automatize a produção de suas petições
Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

Postagens Relacionadas