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Modelo de ação de manutenção de posse com pedido de liminar

Modelo de ação de manutenção de posse com pedido de liminar

Modelo de ação de manutenção de posse com pedido de liminar

A posse de um imóvel ou bem pode ser alvo de conflitos que exigem a intervenção do Judiciário para proteção imediata. Nesses casos, a ação de manutenção de posse com pedido de liminar é um instrumento jurídico que permite ao possuidor proteger seu direito e impedir esbulhos, turbações ou invasões.

Essa ação busca garantir que o possuidor continue usufruindo da posse até que o conflito seja resolvido definitivamente, evitando prejuízos ou perdas irreparáveis.

Neste conteúdo, você encontrará um modelo prático de ação de manutenção de posse com pedido de liminar, explicações sobre quando a ação é cabível, o procedimento judicial, os requisitos necessários e como efetivar o pedido de liminar. 

O objetivo é orientar profissionais do Direito, síndicos, administradores de imóveis e possuidores em geral sobre o passo a passo desse tipo de ação.

Modelo de Ação de Manutenção de Posse Com Pedido de Liminar

Segue um modelo de petição inicial que pode ser adaptado conforme o caso concreto:

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [CIDADE/UF]

[NOME DO AUTOR], brasileiro(a), [estado civil], [profissão], portador(a) do CPF nº [informar] e RG nº [informar], residente e domiciliado(a) à [endereço completo], por meio de seu advogado [nome do advogado], inscrito na OAB/UF sob nº [informar], com escritório profissional à [endereço do escritório], vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente:

AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR

em face de [NOME DO RÉU], brasileiro(a), [estado civil], [profissão], portador(a) do CPF nº [informar] e RG nº [informar], residente e domiciliado(a) à [endereço completo], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I – DOS FATOS

O(a) Autor(a) é possuidor(a) do imóvel/bem localizado à [endereço completo], exercendo a posse de forma mansa, pacífica e contínua desde [data]. Recentemente, o(a) Réu(é) passou a [descrever a turbação ou esbulho], ameaçando a integridade da posse do(a) Autor(a).

II – DO DIREITO

Nos termos do artigo 561 e seguintes do Código de Processo Civil, a ação de manutenção de posse é cabível sempre que houver turbação ou esbulho, garantindo ao possuidor proteção imediata. O pedido de liminar é justificado pela urgência em evitar danos irreparáveis ou de difícil reparação.

III – DO PEDIDO DE LIMINAR

Diante da urgência e do risco de prejuízo irreparável, requer-se a concessão de liminar para manutenção imediata da posse, determinando que o Réu se abstenha de praticar qualquer ato de esbulho ou turbação, sob pena de multa diária.

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

  1. Concessão da liminar para manutenção da posse;
  2. Citação do Réu para apresentar defesa;
  3. Procedência final da ação, com confirmação da manutenção da posse em favor do Autor;
  4. Condenação do Réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios;
  5. Protesta por todos os meios de prova admitidos em direito.

Nestes termos,
Pede deferimento.

[Local], [Data]
[Assinatura do advogado]
OAB/UF nº [informar]

Quando é cabível a ação de manutenção de posse?

A ação de manutenção de posse é cabível sempre que o possuidor de um bem ou imóvel sofrer turbação ou esbulho.

  • Turbação: quando há perturbação parcial da posse, como ameaças, invasões parciais, ou uso indevido do bem, mas sem a retirada total do possuidor;
  • Esbulho: quando ocorre a retirada violenta ou clandestina da posse, impedindo o possuidor de exercer seus direitos.

A legislação protege não apenas o proprietário, mas qualquer possuidor legítimo, mesmo sem título de propriedade formal, desde que esteja na posse mansa e pacífica do bem. Situações típicas incluem:

  • Invasão de imóveis urbanos ou rurais;
  • Ocupação de áreas comuns por terceiros em condomínios;
  • Apropriação indevida de bens móveis ou veículos;
  • Conflitos entre locatário e sublocatário quanto à posse do imóvel.

Qual o procedimento a ser aplicado na ação de manutenção de posse?

O procedimento judicial da ação de manutenção de posse é caracterizado pela urgência, sendo disciplinado pelos artigos 561 a 568 do Código de Processo Civil.

  1. Propositura da ação: o possuidor ingressa com a petição inicial detalhando fatos e pedindo liminar;
  2. Pedido de liminar: o juiz analisa a urgência e pode conceder a liminar para evitar prejuízos;
  3. Citação do Réu: após a liminar, o réu é citado para apresentar defesa;
  4. Audiência de conciliação e instrução: podem ser ouvidas testemunhas, analisados documentos e provas da posse;
  5. Sentença: o juiz decide sobre a manutenção da posse, podendo confirmar ou revogar a liminar;
  6. Execução: caso a sentença seja favorável, a posse é consolidada, e eventuais medidas coercitivas podem ser aplicadas contra o réu.

O procedimento busca equilibrar a proteção imediata do possuidor com o direito de defesa do réu, garantindo uma resolução justa e eficiente.

Quais são os requisitos para a ação de manutenção de posse?

Para ingressar com a ação de manutenção de posse, é fundamental observar diversos requisitos legais que garantem a validade do processo e aumentam as chances de sucesso.  Entre eles podemos destacar a comprovação de posse mansa e pacífica do bem e reunir provas e testemunhas

Esses requisitos existem para que o juiz possa analisar de forma clara a situação, entender quem é o possuidor legítimo e verificar a urgência do pedido. Cada elemento ajuda a compor uma petição inicial sólida e fundamentada, servindo como base para a concessão da liminar. Cumprir todos os requisitos também evita que a ação seja indeferida por falta de elementos essenciais.

Comprovar a posse mansa e pacífica do bem

O primeiro requisito é demonstrar que o possuidor exerce a posse de maneira mansa e pacífica, ou seja, sem violência, clandestinidade ou contestação.

Essa comprovação pode ser feita por meio de documentos, testemunhos ou até histórico de uso contínuo do bem. O juiz precisa ter segurança de que o autor da ação realmente detinha a posse antes do ato de turbação ou esbulho. Essa prova é crucial para diferenciar o possuidor legítimo de eventuais ocupantes irregulares.

Demonstrar a turbação ou esbulho praticado pelo réu

Outro requisito indispensável é apresentar evidências claras da turbação ou do esbulho. A turbação ocorre quando há perturbações parciais na posse, enquanto o esbulho envolve a retirada violenta ou clandestina.

É necessário relatar detalhadamente as ações do réu que configuram a ameaça à posse, como invasão, alterações na propriedade ou impedimento de acesso. Quanto mais específica e documentada for a narrativa, maiores as chances de deferimento da liminar.

Indicar de forma clara o bem ou imóvel objeto da ação

É essencial identificar precisamente o bem ou imóvel que está sendo protegido. A descrição deve conter endereço, matrícula, características físicas e qualquer informação relevante que permita ao juiz reconhecer o objeto da ação.

Essa clareza evita confusões e garante que a liminar ou a sentença final se aplique exatamente ao bem correto. A ausência dessa informação pode comprometer a eficácia da ação e dificultar a execução judicial.

Reunir provas documentais, testemunhais ou periciais da posse

Para reforçar a posse e a ocorrência da turbação ou esbulho, é necessário reunir provas robustas. Isso inclui documentos como contratos, recibos, fotos, vídeos, relatórios de vigilância ou registros de ocorrência policial. Testemunhas e perícias técnicas também podem ser incluídas para atestar a posse e os fatos ocorridos. A força probatória dessas evidências é determinante para a decisão judicial, especialmente na análise da liminar.

Fundamentar juridicamente o pedido de manutenção da posse

Todo pedido deve estar apoiado em fundamentos legais, citando artigos do Código Civil e do Código de Processo Civil que amparam a proteção possessória. A fundamentação jurídica demonstra ao juiz que a ação está embasada em direito, e não apenas em interesse subjetivo do autor. Isso confere seriedade e solidez à petição inicial, aumentando as chances de sucesso tanto do pedido liminar quanto da sentença final.

Especificar o pedido de liminar, quando cabível, demonstrando urgência

Quando houver risco de dano irreparável ou de difícil reparação, o pedido de liminar deve ser claramente especificado. É necessário demonstrar a urgência e justificar por que a concessão imediata da medida é essencial para preservar a posse. O juiz avalia esses elementos para decidir sobre a liminar antes mesmo da citação do réu. Um pedido bem detalhado aumenta a probabilidade de deferimento rápido, evitando prejuízos ao possuidor.

Indicar o valor da causa, se houver interesse econômico acessório à posse

Mesmo que a ação tenha como objetivo principal a manutenção da posse, é importante indicar o valor da causa caso haja interesse econômico associado, como aluguéis, indenizações ou perdas decorrentes do esbulho. Isso orienta o juiz quanto à competência da vara e aos cálculos de custas processuais. A indicação correta do valor também evita questionamentos futuros e contribui para a tramitação adequada do processo.

Como solicitar a ação de manutenção de posse com pedido de liminar?

A solicitação da ação de manutenção de posse com pedido de liminar exige organização, clareza e cumprimento de todos os requisitos legais.

O procedimento começa com a reunião de provas que comprovem a posse mansa e pacífica do bem, assim como a turbação ou esbulho praticado pelo réu. O pedido de liminar deve ser formulado de forma expressa, destacando a necessidade de proteção imediata da posse.

Levantar provas da posse

O primeiro passo consiste em reunir todos os documentos e evidências que comprovem a posse do bem pelo autor. Isso inclui contratos, recibos, fotos, vídeos, boletins de ocorrência ou relatórios de vigilância. Testemunhas também podem ser arroladas para atestar a posse e a forma pacífica como ela é exercida. 

Quanto mais robusto for o conjunto de provas, maior será a segurança do juiz em conceder a liminar. Essa etapa é crucial, pois a ausência de evidências claras pode comprometer a eficácia do pedido.

Descrever a turbação ou esbulho

Após comprovar a posse, é necessário detalhar as ações do réu que configuram turbação ou esbulho. Deve-se informar quando, como e de que forma o réu tentou ou conseguiu interferir na posse, incluindo ameaças, invasões ou impedimentos de acesso. 

A descrição precisa ser minuciosa para que o juiz compreenda a urgência do pedido de liminar. Quanto mais específico e documentado for o relato, maiores as chances de deferimento imediato da medida de proteção.

Fundamentar juridicamente o pedido

O terceiro passo é apresentar a fundamentação legal da ação, citando dispositivos do Código Civil e do Código de Processo Civil que respaldam a proteção possessória. É necessário demonstrar que o autor tem direito à manutenção da posse, com base em jurisprudência e princípios legais.

Essa fundamentação confere consistência à petição inicial e reforça o argumento de urgência, tornando mais provável a concessão da liminar pelo juiz.

Formular o pedido de liminar

Em seguida, deve-se redigir o pedido de liminar de forma clara e objetiva, indicando expressamente que se requer a proteção imediata da posse. É preciso explicar o risco de dano irreparável ou de difícil reparação caso a liminar não seja concedida. 

O juiz avaliará a urgência, as provas apresentadas e a documentação anexada para decidir sobre a concessão da medida. Um pedido bem detalhado aumenta significativamente a probabilidade de deferimento rápido.

Protocolar a ação

Com todos os documentos reunidos e a petição inicial pronta, o próximo passo é protocolar a ação na vara competente. O protocolo formaliza o pedido e inicia a tramitação judicial. 

Após a distribuição, o juiz poderá analisar o pedido liminar antes mesmo de citar o réu, garantindo a proteção imediata da posse. É essencial acompanhar de perto o andamento do processo para assegurar que as medidas determinadas pelo juiz sejam efetivamente cumpridas.

Acompanhar o processo

Por fim, é fundamental monitorar a ação e acompanhar o cumprimento da liminar. Isso inclui verificar se o réu respeita a decisão judicial e apresentar documentos adicionais ou provas complementares, se necessário. 

O acompanhamento contínuo também ajuda a preparar a instrução do processo, garantindo que a manutenção da posse seja consolidada até a sentença final. Manter registro de todas as ações tomadas durante o processo fortalece a posição do autor e evita contestações futuras.

Conclusão

A ação de manutenção de posse com pedido de liminar é um instrumento jurídico essencial para proteger possuidores de imóveis ou bens diante de turbações e esbulhos. Seguindo o modelo apresentado e cumprindo os requisitos legais, é possível garantir a manutenção imediata da posse, prevenindo danos irreparáveis e resguardando direitos legítimos.

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Imagem Automação na criação de petições e simplificação da rotina Teste ADVBOX