planejamento tributário​

Planejamento Tributário​: o que é, importância e como fazer

Planejamento Tributário: o que é e qual a sua importância!

Para as empresas, a carga de impostos representa um dos maiores custos operacionais. E isso não se restringe às grandes organizações – independentemente do porte, todas enfrentam desafios ao lidar com um sistema complexo e repleto de particularidades.

A falta de preparação pode resultar em pagamento excessivo de tributos, dificuldades econômicas e até riscos jurídicos. Por outro lado, um planejamento tributário eficiente traz diversas vantagens dentro dos limites da lei. 

Acompanhe neste texto como essa estratégia impacta diretamente a saúde financeira de um negócio.

O que é um planejamento tributário?

O planejamento tributário é um meio para empreendimentos que buscam diminuir legalmente a carga de impostos e otimizar sua gestão  de recursos. Isso envolve uma análise detalhada da legislação, a escolha do regime mais vantajoso e o aproveitamento de incentivos e benefícios disponíveis.

Esse gerenciamento permite que as empresas reduzam gastos desnecessários, melhorem o fluxo de caixa e garantam maior previsibilidade financeira. Consequentemente, resulta em um crescimento mais sustentável e competitivo, minimizando riscos como autuações fiscais ou reembolso indevido de tributos.

Qual o objetivo do planejamento tributário? 

O principal objetivo do planejamento tributário é economizar os custos fiscais de forma legal e estratégica, para que o estabelecimento cumpra suas obrigações sem pagar mais do que o necessário. 

Para isso é importante observar três caminhos a serem seguidos:

  • Ter abordagens para se evitar a incidência de impostos;
  • Reduzir os valores totais a serem recolhidos;
  • Retardar o pagamento de tributo sem a incidência de multas.

Quais são os tipos de planejamento tributário?

O planejamento tributário pode ser dividido em quatro tipos: estratégico, tático, operacional e preventivo, cada um com uma função específica na redução de despesas fiscais, no cumprimento das responsabilidades legais e na otimização orçamentária do negócio.

A seguir, veja como cada um deles impacta a gestão empresarial.

planejamento tributário

Estratégico

O planejamento estratégico é de longo prazo e envolve decisões estruturais que afetam toda a empresa. Seu objetivo prioritário é definir o melhor modelo  de arrecadação mais vantajoso, considerando fatores como o regime fiscal mais adequado, a estrutura societária e possíveis benefícios fiscais.

Empreendimentos que adotam esse tipo de preparação analisam cenários futuros, tendências do mercado e oportunidades para enxugar encargos sem comprometer sua atividade. 

Por exemplo, um estabelecimento avalia se deve operar como Lucro Presumido ou Lucro Real, levando em conta seu faturamento e despesas para pagar menos impostos de forma legal.

Tático

O planejamento tático foca a médio prazo e é direcionado para setores específicos da empresa. Ele busca ajustar processos internos para otimizar a gestão tributária, minimizando impactos negativos na operação.

Aqui, se analisa formas de reorganizar suas atividades, melhorar a classificação de produtos e serviços para fins tributários e aproveitar possibilidades de deduções e compensações fiscais.

Um exemplo disso seria um restaurante que revisa a incidência de impostos sobre os insumos que utiliza e descobre a possibilidade de obter créditos na compra de determinados produtos, economizando seus custos administrativos.

Operacional

O planejamento operacional é de curto prazo e está relacionado à execução diária das iniciativas contábeis dentro da empresa. Ele garante que as obrigações sejam cumpridas de forma correta.

Esse gerenciamento inclui a organização da documentação, conferência de valores e datas de pagamento, para que todas as regras sejam seguidas sem desperdício de dinheiro.

Nesse sentido, podemos pensar em um empreendimento que mantém um controle rigoroso sobre os prazos de vencimento dos impostos, reduzindo riscos de juros e multas, e certificando que todas as guias sejam pagas corretamente.

Preventivo 

O planejamento preventivo tem como objetivo antecipar possíveis riscos, minimizar problemas futuros com a Receita Federal e demais órgãos reguladores. Ele envolve a revisão periódica dos compromissos, análise de mudanças nas regulamentações e auditorias internas para corrigir falhas antes que elas resultem em autuações ou penalidades.

Essa abordagem permite que a instituição se mantenha em conformidade com as leis tributárias e evite surpresas desagradáveis, como notificações ou passivos inesperados.

Por exemplo, uma organização realiza auditorias internas para verificar se está aproveitando corretamente os incentivos disponíveis e se não há erros na emissão de notas fiscais que possam gerar desafios futuros.

Qual é a importância do planejamento tributário?

O planejamento tribuário é importante para garantir que a empresa pague apenas o necessário em impostos e evite problemas legais. Sem uma estratégia bem definida, o negócio pode acabar pagando mais do que deve ou, pior, enfrentando autuações e sanções do Fisco.

A escolha equivocada do regime de arrecadação resulta em uma carga tributária excessiva, diminuindo a margem de lucro da empresa. Muitas organizações, por falta de conhecimento ou gestão, acabam arcando com encargos desnecessários que poderiam ser reduzidos com o uso de incentivos ou deduções previstas em lei.

Além disso, uma boa administração das responsabilidades financeiras permite que o negócio estruture melhor o pagamento de seus impostos, evitando surpresas  no orçamento e certificando que tudo seja quitado sem comprometer o capital de giro. Dessa forma, a empresa mantém sua saúde financeira, funciona com mais segurança e tem maior previsibilidade para investir e crescer.

Como fazer um planejamento tributário corretamente?

Criar um planejamento tributário eficiente exige algumas abordagens, como conhecimento detalhado das operações, organização e acompanhamento constante das obrigações fiscais. Veja abaixo as etapas ideais para aplicá-lo.

Conheça a fundo sua empresa

O primeiro passo para uma preparação satisfatória é entender a realidade econômica e logística do seu negócio. Isso inclui:

  • O faturamento anual da empresa;
  • A estrutura de custos e despesas;
  • O regime tributário atual (Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real);
  • As atividades exercidas e os impostos incidentes sobre elas.

Com essas informações, fica mais fácil identificar formas de economia e ajustes fiscais que beneficiam a corporação.

Se seu escritório possui muitos gastos dedutíveis, optar pelo Lucro Real em vez do Lucro Presumido pode ser mais vantajoso, permitindo o abatimento desses valores na base de cálculo das exações devidas.

Planeje o pagamento de impostos

Deixar para pagar impostos em cima da hora resulta em juros, multas e um impacto negativo no fluxo de caixa. Por isso, uma boa programação envolve:

  • Definir um calendário de pagamentos;
  • Separar os valores dos tributos com antecedência;
  • Usar sistemas de gestão para controlar vencimentos e valores.

Uma dica importante, é automatizar as compensações por meio de um software de gestão financeira para impedir atrasos e garantir mais previsibilidade.

Adote medidas de economia

Existem diversas formas legais de minimizar os encargos, como:

  • Escolher o melhor regime tributário de acordo com o faturamento e os gastos do negócio;
  • Aproveitar incentivos fiscais e isenções, oferecidos pelo governo para determinados setores;
  • Organizar as compras de forma eficiente, evitando cobranças excessivas sobre produtos e serviços.

Indústrias, por exemplo, podem se beneficiar da substituição de encargos sobre circulação de mercadorias, economizando custos com ICMS.

Pense no futuro da sua empresa

O planejamento tributário não deve ser feito apenas para o presente. Alterações no faturamento, novas contratações ou expansão das operações podem exigir ajustes na abordagem adotada.

Se for um momento de crescimento, é ideal revisar periodicamente se o modelo atual continua sendo o mais vantajoso e se há novas aberturas de economia com o aumento da atividade.

Empreendimentos que passam do faturamento do Simples Nacional para o Lucro Presumido devem antecipar essa mudança e se preparar para pagar encargos mais altos.

Busque auxílio de especialistas

A legislação tributária brasileira é complexa e está em constante transformação. Para evitar erros e assegurar que sua empresa esteja aproveitando todas as possibilidades disponíveis, contar com um contador ou consultor é indispensável.

Os especialistas ajudam a:

  • Definir o melhor regime tributário;
  • Identificar benefícios aplicáveis ao seu setor;
  • Evitar problemas com o Fisco.

Se seu escritório atua em diferentes estados, um profissional pode ajudar a entender as diferenças de alíquotas e incentivos regionais.

Mantenha a organização

A falta de organização pode resultar em pagamento de impostos indevidos, atrasos e até autuações. Para manter a administração funcional:

  • Registre todas as receitas e despesas com precisão;
  • Armazene documentos contábeis e comprovantes de transferência;
  • Utilize sistemas de gestão financeira para monitorar obrigações.

Manter uma contabilidade estruturada previne complicações com a Receita Federal e facilita a revisão de estratégias para otimizar a carga de impostos.

Utilizar ferramentas que facilitem a gestão pode fazer toda a diferença, trazendo mais segurança e eficiência para o dia a dia do negócio. Com a ADVBOX, você automatiza processos, mantém sua equipe produtiva e garante um controle financeiro impecável, sem preocupações com prazos e burocracia.

Faça revisões periódicas 

A administração tributária não é algo estático – ele precisa ser revisado regularmente para se adaptar às alterações no faturamento, nas leis e nas operações da empresa.

  • Reavalie o regime escolhido no início de cada ano;
  • Monitore alterações na legislação que possam impactar sua atividade;
  • Analise oportunidades de economia que possam surgir ao longo do tempo.

Muitas instituições descobrem tarde demais que poderiam estar pagando menos impostos. Para prevenir esse problema, realize revisões trimestrais e mantenha tudo em conformidade.

Planejamento tributário é uma função para especialista?

Embora exigir conhecimentos técnicos sobre legislação, regimes de tributação e incentivos, essa responsabilidade não deve ser encarada como algo exclusivo de especialistas.

Normalmente, é  um trabalho conjunto: o especialista fornece a análise técnica, e o gestor utiliza essas informações para definir a melhor abordagem para o negócio.

Um empresário pode decidir expandir sua operação para outro estado, mas sem um técnico analisando a tributação interestadual, pode acabar pagando impostos mais altos do que deveria.

Quem deve fazer planejamento tributário? 

O planejamento tributário deve ser realizado por um conjunto de profissionais que atuam no gerenciamento do negócio, cada um com uma função específica. 

Os contadores e consultores são responsáveis por analisar o regime ideal, identificar benefícios fiscais, corrigir possíveis falhas no pagamento de impostos e proporcionar que o empreendimento esteja em conformidade com os regulamentos.

Enquanto isso, empresários e gestores financeiros precisam entender o impacto dessas exações no fluxo de caixa e na lucratividade, além de tomar decisões estratégicas com base nas orientações dos especialistas. 

Já os advogados tributários, em alguns casos, são necessários para interpretar a legislação, contestar cobranças indevidas e representar a corporação em questões jurídicas mais complexas.

Quais os erros comuns no planejamento tributário?

Alguns erros comuns comprometem o planejamento tributário, como a escolha do regime inadequado, a falta de estruturação e a ausência de revisões periódicas. O ideal é que o processo seja conduzido corretamente para haver efetividade e segurança fiscal. Os principais equívocos são:

  • Escolher o regime tributário inadequado: muitas empresas pagam mais impostos do que deveriam por não avaliarem adequadamente se o Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real é a melhor opção para seu modelo de negócios;
  • Não aproveitar benefícios fiscais:  incentivos, isenções e créditos podem reduzir significativamente os encargos, mas muitos desconhecem ou não utilizam essas oportunidades;
  • Falta de organização e controle: a ausência de um sistema eficiente para monitorar transferências, prazos e declarações pode levar a erros, multas e juros desnecessários;
  • Desconsiderar o impacto tributário de decisões empresariais: alterações na estrutura societária, expansão do negócio e novos investimentos influenciam diretamente a tributação;
  • Revisar a carga tributária apenas uma vez por ano: a legislação está em constante mudança e se não houver revisão regularmente, pode acabar perdendo possibilidades de economia e enfrentar riscos de não legalidade.

Quais os aspectos legais e regulatórios do planejamento tributário?

O planejamento tributário deve ser realizado dentro dos limites da lei, com total conformidade legal, domínio tributário e estratégias bem definidas, garantindo que a corporação cumpra todas as suas obrigações sem se expor a riscos jurídicos. Para isso, é necessário considerar os seguintes aspectos:

Conformidade Legal

A conformidade legal envolve o cumprimento rigoroso das normas tributárias e fiscais. Qualquer método utilizado deve estar dentro da legalidade para evitar problemas com a Receita Federal e outros órgãos reguladores. 

Empresas que adotam práticas questionáveis, como a omissão de receitas ou a manipulação indevida de informações, podem sofrer graves penalidades, incluindo multas pesadas e processos judiciais.

Nesse sentido, consulte um contador ou advogado especializado para que todas as práticas adotadas estejam segundo o regulamento vigente.

Domínio Tributário

Ter um bom domínio sobre as regras aplicáveis ao seu setor e sua empresa é indispensável. Isso inclui:

  • Entender quais impostos incidem sobre suas operações (ICMS, ISS, PIS, Cofins, IRPJ, CSLL, entre outros);
  • Avaliar qual modelo de arrecadação é mais vantajoso para a atividade do estabelecimento;
  • Estar atualizado sobre mudanças na legislação que possam impactar os trabalhos.

Um empreendimento que atua no e-commerce, por exemplo, deve considerar as taxas e contribuições estaduais (ICMS)  possíveis variações nas alíquotas interestaduais para evitar surpresas financeiras.

Estratégias Diversificadas

Um erro comum é adotar apenas um método para diminuir os custos com impostos. Empresas inteligentes diversificam suas abordagens, como:

  • Aproveitamento de incentivos governamentais em setores estratégicos;
  • Revisão da classificação de produtos e serviços para que os tributos sejam calculados corretamente;
  • Estruturação societária eficiente, considerando fusões, aquisições ou desmembramento de atividades para otimizar a tributação.

Empresas de tecnologia, por exemplo, podem se beneficiar de incentivos voltados à  inovação e pesquisa, reduzindo seus encargos de maneira correta e tática.

Distinção Crucial

É indispensável compreender a diferença entre planejamento tributário (estratégias legais para reduzir impostos) e sonegação (fraude ou omissão de informações para não pagar tributos).

Enquanto uma administração bem estruturada é legítima e fundamental, a sonegação leva a grandes prejuízos econômicos e jurídicos. Instituições flagradas em práticas ilícitas podem ser multadas e até enfrentar processos criminais.

Independente do porte ou tipo de organização, sempre adote métodos transparentes e dentro da legalidade para não ter complicações futuras.

Manutenção Atualizada 

O regulamento relacionado à cobrança de impostos muda constantemente, e empresas que não acompanham essas alterações podem perder oportunidades de economia ou acabar descumprindo regras sem perceber. Para mantê-la atualizada:

  • Faça revisões periódicas para que o planejamento continue sendo vantajoso;
  • Acompanhe atualizações fiscais e consulte especialistas sempre que houver mudanças na legislação;
  • Invista em tecnologia para facilitar a gestão tributária e diminuir erros manuais.

Quando se acompanha essas atualizações, é possível se adaptar rapidamente, aproveitando benefícios e afastando penalidades inesperadas.

Conclusão

Seja para uma pequena empresa que busca se consolidar no mercado ou para uma grande organização em expansão, compreender e aplicar boas práticas na administração das exações é um fator que gera resultados concretos.

Mesmo não sendo uma obrigação direta, o planejamento tributário deve ser encarado como uma ferramenta indispensável para o sucesso empresarial. Afinal, o pagamento de impostos é inevitável, mas pagar mais do que o necessário é uma escolha – e a decisão mais inteligente é sempre aquela que alia legalidade, desempenho e crescimento sustentável.

Se você busca mais organização, automação e eficiência na gestão do seu escritório, faça o teste gratuito da ADVBOX. Com um sistema completo para gestão financeira de escritório, automação de tarefas e gestão estratégica, você otimiza seu tempo e garante mais segurança na administração do seu negócio.

TRIAL
Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.