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7 processos da advocacia que você não aprendeu na Universidade

A graduação em Direito abrange diversos processos da advocacia, mas algumas coisas você só aprende na prática.

O aprofundamento maior em uma ou outra matéria acontece de acordo com a linha de pensamento de cada universidade.

Algumas possuem diversas inúmeras disciplinas de Direito Cível, Direito Constitucional, Direito Penal ou algum outro tema, diminuindo o enfoque em outras matérias. Ainda, há universidades que tratam certas disciplinas como opcionais.

Porém, são raras, se não inexistentes, as universidades que fomentam o desenvolvimento de habilidades essenciais para a atuação do advogado no mercado de trabalho, como a gestão de seu escritório.

Diante disso, desenvolvemos essa lista que pode se desdobrar em outras possibilidades de acordo com o seu interesse e vontade de aprender e crescer.

Esperamos apontar um norte aqui e auxiliar você nessa difícil tarefa que é ser advogado hoje no Brasil.

1. Gestão do escritório

A gestão do escritório é o item mais básico e essencial que não entra no currículo acadêmico do Direito.

Isso contraria a realidade do mercado de trabalho, uma vez que o número de graduações em Direito aumenta anualmente, sendo um curso que está entre os 10 que mais formam alunos no país, segundo o Censo de Ensino Superior (MEC) divulgado em 2015.

Nesse contexto, o mercado de trabalho está saturado e as oportunidades acabam sendo menores.

Logo, a saída para grande quantidade de profissionais do direito é abrir um escritório próprio.

Como administrar um escritório sendo iniciante e sem preparo algum da universidade?

Podemos apontar para cursos rápidos e acessíveis, tão volumosos na internet ou presenciais quanto os Bacharelados em Direito.

Outro procedimento crucial para uma boa administração é o uso de ferramentas de gestão, os ERPs, que organizam agendas, documentos, clientes e distribuem tarefas com alertas, dentre inúmeras outras funcionalidades e com valores acessíveis.

2. Finanças e custos

A verdade é que todos os conhecimentos fundamentais para atuar na advocacia derivam da questão da gestão. Assim, outro ponto de extrema importância são as finanças e custos. O mais básico possível é o controle do que entra e do que sai. Sem isso é impraticável manter um escritório aberto. Porém, outros níveis da parte financeira podem ser trabalhados, direcionando os investimentos e projetando escaladas no seu negócio.

Uma das principais dicas que damos é realizar uma projeção de expectativa de honorários. Hoje já existe no mercado softwares que realizam o cálculo, possibilitando a configuração de metas mês a mês, por exemplo.

3. RH e Produtividade do advogado

Como garantir que a equipe ou você, caso trabalhe sozinho, estão sendo produtivos?

Essa não é uma tarefa fácil. Existem diversos indicadores que podem ser aplicados, mas tudo depende dos modelos de fluxo de trabalho, de estilo de gestão e de formas de pagamento que você estabeleceu em seu escritório.

O certo é que você precisa delegar tarefas, responsabilidades e dar poder de decisão para cada funcionário sobre a função que ele executa.

Isso envolve treinamento, mas também uma gestão das tarefas que estão sendo realizadas, atrasadas, adiantadas e o tempo gasto para executar cada uma.

Nesse aspecto, estabelecer metas de tarefas é um segredo crucial, mesmo que você trabalhe sozinho.

Desta maneira é possível saber se o time atingiu, ficou longe ou ultrapassou a expectativa, tendo certeza que você está cobrando as pessoas certas na hora certa.

Ou se cobrando o suficiente, nem mais, nem menos. Sem estresse e sem culpa.

Você pode fazer isso com tabelas digitais ou contratar um software de gestão de times.

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4. Bom atendimento ao cliente

A academia ensina com primor como pensar o Direito. De um curso de graduação o profissional deve sair apto a realizar as mais diversas atividades dentro dos processos jurídicos.

Em pós-graduações, mestrados e doutorados, aprender a enxergar os casos com sagacidade e desenvolver teses também são habilidades desenvolvidas.

Mas em que momento se aprende a lidar com o cliente?

Pode parecer piegas, mas o bom relacionamento com o cliente é essencial para a construção de uma boa imagem, credibilidade e fama do seu nome ou do seu escritório.

Costumamos dizer que um cliente mal atendido, mesmo que ganhe a ação, poderá sair falando mal do advogado (ou qualquer outro prestador de serviço) se ele for mal atendido. O sentimento é de injustiça.

Assim, conhecer o seu cliente e manter um bom relacionamento com ele é essencial para o negócio. Como fazer isso?

Sugerimos o uso de CRMs, ou seja, plataformas de gestão de relacionamento com os clientes, de preferência agregada no seu software jurídico.

Algumas dessas plataformas são voltadas especificamente para o direito disponibilizam ferramentas como envio de SMS e e-mail nas fases processuais ou mesmo no aniversário do cliente.

5. Planejamento estratégico no Direito

Você está formado em Direito e agora, o que fazer?

Essa é uma dúvida comum.

Algumas pessoas têm a sorte de sair da universidade com a carreira mais definida, mas é bem provável que em algum momento você tenha passado por uma dúvida assim ou similar.

Ao longo da sua carreira também é quase certo que situações de dúvidas sobre o seu negócio apareçam.

Como lidar com impasses de negócio, então?

Nós sabemos, por observação dos negócios dos clientes, que o planejamento a médio e longo prazo é crucial e que utilizando os indicadores financeiros e de produtividade, além da gestão de tarefas, é possível realizar planejamentos consistentes, tendo uma visão de carreira e negócio mais sólida.

6. Business Intelligence na advocacia

A melhor ferramenta para o desenvolvimento da advocacia com um negócio lucrativo e de sucesso é o B.I.

Essa matéria passa longe das universidades, pois é algo novo inclusive para setores mais modernizados e familiarizados com tecnologia.

O Business Intelligence consiste no levantamento e análise de dados referentes ao seu negócio, com a geração de insights precisos para gestão e planejamento.

A partir desses dados, você pode traçar estratégias, identificar oportunidades, mapear tendências, sazonalidades e outras características que influenciam diretamente no seu negócio.

7. Marketing Jurídico

Além de não ser ensinado na graduação, esse tema ainda é bastante polêmico e complexo.

O que pode ser feito? O que vai contra o código de ética do OAB?

Não é fácil fazer marketing jurídico, muito precisa ser estudado e discutido. De qualquer forma, você vai querer ver seu negócio crescer e a melhor ferramenta é o boca-a-boca.

Atualmente, o envio de mala direta para os seus clientes que autorizaram é permitido, tanto na forma de carta, quanto de e-mail ou sms.

Assim, aquela ferramenta de relacionamento que comentamos antes, pode ser muito útil aqui também.

Um simples parabéns de aniversário fará enorme diferença. Outras estratégias mais avançadas também podem ser aplicadas.

Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

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