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Direito

Lei Carolina Dieckmann: entenda sobre a Lei 12.737/2012

A Lei 12.737/2012, também conhecida como Lei Carolina Dieckmann, surgiu como um marco na legislação brasileira, tipificando crimes cibernéticos e garantindo maior segurança no ambiente virtual.

Afinal, ela reconhece os riscos e os impactos devastadores que crimes do tipo podem causar nas vítimas, tanto em termos materiais quanto psicológicos.

Mais do que punir criminosos, a lei representa um escudo contra a violação da privacidade e da intimidade no ambiente virtual, em uma era onde a internet se tornou parte indissociável da vida das pessoas.

Advogados, profissionais do Direito e qualquer pessoa interessada em se aprofundar no tema encontrarão aqui um material rico e informativo. Boa leitura!

O que a Lei Carolina Dieckmann visa proteger?

A Lei Carolina Dieckmann, nome popular da Lei 12.737/2012, surgiu como um marco na defesa dos direitos digitais no Brasil. Sendo assim, ela visa combater crimes cibernéticos como:

Invasão de dispositivo informático

Digamos que a Dra. Sofia, renomada advogada, tem o computador do seu escritório hackeado

A partir disso, os criminosos vasculham seus arquivos confidenciais, incluindo dados de clientes, segredos profissionais e até mesmo fotos íntimas. 

Violando a privacidade da Dra. Sofia e colocando em risco a segurança de seus clientes, essa invasão configura crime previsto na Lei 12.737/2012, que pode incluir:

  • A obtenção;
  • O apagamento;
  • A modificação;
  • A destruição de dados e informações sem o seu consentimento.

Furto de dados

Agora vamos para outro exemplo, onde o Sr. João, um aposentado, tem seus dados bancários roubados de um site fraudulento. 

Os bandidos, munidos dessas informações, realizam diversas compras online em nome da vítima, causando enorme prejuízo financeiro e abalo emocional e até constrangimento público.

Esse caso clássico de furto de dados, previsto na lei, demonstra a importância da atuação do advogado na defesa dos direitos do Sr. João, buscando reparação dos danos e punição dos criminosos.

Sequestro de dados

Um hospital sofre um ataque de ransomware (um tipo de software mal-intencionado) e seus dados de pacientes são sequestrados. 

Os criminosos exigem um alto valor para liberar os dados, colocando em risco a vida dos pacientes e a reputação da instituição. 

Diante dessa situação extrema, a Lei Carolina Dieckmann se torna crucial para auxiliar o advogado na condução das negociações, na busca por soluções e na garantia da segurança dos dados e da instituição.

Essa prática, conhecida como sequestro de dados, pune os sequestradores que se aproveitam do medo e da vulnerabilidade das vítimas para extorquir dinheiro.

Interceptação telemática

Para ilustrar, vamos imaginar que uma empresa de cosméticos teve suas comunicações internas interceptadas por um concorrente desleal. 

Através de espionagem digital, o concorrente obtém informações confidenciais sobre estratégias de marketing, lançamentos de produtos e segredos da empresa. 

Esse crime de interceptação telemática, previsto na lei, exige a atuação rigorosa do advogado para coletar provas, identificar os responsáveis e garantir a reparação dos danos.

Desse modo, há proteção da confidencialidade das comunicações e garantia do direito à privacidade das vítimas.

Produção de conteúdo sexual sem consentimento

Se uma jovem é vítima de um relacionamento abusivo e tem fotos íntimas vazadas na internet por seu ex-parceiro, sem seu consentimento, isso causa enorme sofrimento emocional e constrangimento público. 

A Lei de Combate a Crimes Cibernéticos vai além da simples punição, pois reconhece o impacto devastador da violação da intimidade sexual:

Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos; altera o Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal; e dá outras providências”.

Portanto, a lei em questão, define crime cibernético como qualquer delito praticado por meio da utilização de dispositivos informáticos ou da internet:

“Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita”. 

Desse modo, pune a produção, o armazenamento, a posse, a transmissão, a distribuição ou a publicação de conteúdo sexual de alguém sem o seu consentimento. 

Isso inclui fotos íntimas, vídeos e qualquer outro tipo de material que exponha a vítima sem sua autorização e garante a retirada imediata da internet.

Quais direitos estão previstos na Lei Carolina Dieckmann?

A Lei de Combate a Crimes Cibernéticos garante diversos direitos às vítimas, como:

  • Informação: a vítima tem direito a receber informações sobre o crime, seus direitos e os procedimentos para investigação e repressão;
  • Assistência: a vítima tem direito a receber assistência psicológica, social e jurídica especializada;
  • Reparação dos danos: a vítima tem direito à reparação dos danos materiais e morais causados pelo crime;
  • Proteção contra a reincidência: a vítima tem direito à proteção contra a reincidência do crime, incluindo medidas como a exclusão do conteúdo criminoso da internet.

Além disso, a Lei 12.737/2012 oferece ao advogado ferramentas valiosas para:

  • Acolher e orientar vítimas: o advogado deve oferecer às vítimas apoio emocional, jurídico e psicológico, esclarecendo seus direitos e guiando-as na busca por justiça;
  • Coletar provas digitais: reunir e preservar provas digitais de forma adequada é crucial para o sucesso da ação judicial. O advogado deve ter conhecimento técnico para realizar essa coleta de forma segura;
  • Construir uma defesa robusta: o advogado deve construir uma defesa sólida que comprove a culpabilidade dos acusados e garanta a reparação dos danos às vítimas.
  • Buscar medidas cabíveis: o advogado pode solicitar medidas como a retirada de conteúdo criminoso da internet, a suspensão de serviços online e o bloqueio de bens dos acusados para garantir a efetividade da justiça.

Para que serve a Lei 12.737/2012?

O principal objetivo desta lei é combater os crimes cibernéticos, estabelece penas para cada um deles, assim como protege a privacidade e a intimidade dos indivíduos no ambiente virtual. 

Portanto, a Lei 12.737/2012 busca dissuadir a prática de crimes cibernéticos, punir os criminosos e garantir às vítimas seus direitos. Além disso, serve para:

  • Tipificar crimes cibernéticos: definir como crimes ações como invadir dispositivos informáticos, furtar dados, sequestrar dados, interceptar dados telemáticos e produzir conteúdo sexual sem consentimento;
  • Estabelecer penas para os crimes cibernéticos: determinar as penalidades para cada tipo de crime cibernético, prevendo penas de reclusão e multa;
  • Criar mecanismos de investigação e repressão: estabelecer mecanismos para a investigação e repressão dos crimes cibernéticos, como a criação de delegacias especializadas em crimes cibernéticos;
  • Proteger vítimas de crimes cibernéticos: assegurar a proteção das vítimas de crimes cibernéticos, garantindo-lhes acesso à justiça e à reparação dos danos sofridos.

Qual impacto da criação da Lei Carolina Dieckmann no sistema judicial?

A Lei de Combate a Crimes Cibernéticos ou Carolina Dieckmann teve um impacto significativo no sistema judicial brasileiro, ao criar mecanismos específicos para a investigação e repressão dos crimes cibernéticos. 

Além disso, também contribuiu para a conscientização da sociedade sobre a importância da proteção da privacidade e da intimidade no ambiente virtual.

Para os advogados, é importante sempre se atualizar sobre a legislação, pois a Lei 12.737/2012 foi alterada diversas vezes desde sua promulgação.

Ao conhecer os mecanismos de investigação e repressão e utilizar ferramentas tecnológicas adequadas, os profissionais do Direito podem contribuir para a construção de um ambiente digital mais seguro para todos.

Conclusão

A Lei Carolina Dieckmann é um avanço fundamental na proteção da privacidade e da segurança digital no Brasil. 

Afinal, ao tipificar crimes como invasão de dispositivos, furto de dados e produção de conteúdo sexual sem consentimento, oferece um arcabouço jurídico para combater as ameaças cada vez mais sofisticadas do mundo virtual.

O software jurídico da ADVBOX, oferece ferramentas essenciais para que você, advogado, possa auxiliar seus clientes a lidar com as consequências dos crimes cibernéticos e muito mais:

  • Gestão eficiente de processos: organize seus casos de forma prática e intuitiva, acompanhando todas as etapas do processo;
  • Produção de documentos jurídicos: crie peças processuais personalizadas e com alta qualidade, agilizando seu trabalho;
  • Armazenamento seguro de dados: proteja as informações de seus clientes com um sistema de armazenamento seguro e confiável;
  • Integração com outras ferramentas: conecte a ADVBOX com outras ferramentas que você já utiliza, otimizando seus processos.

Então, adote o software jurídico da ADVBOX hoje mesmo e garanta a proteção dos seus dados e a tranquilidade dos seus clientes!

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Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

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