Legal design: veja os benefícios para a sua advocacia!
Advocacia

Entendendo Legal Design: simplificando o campo jurídico

Por décadas, o setor jurídico tem sido reconhecido por sua abordagem conservadora, onde as palavras são a principal ferramenta de trabalho. Contudo, nos últimos anos ele vem se transformando com conceitos do mundo das startups e do design thinking no âmbito jurídico, como o Legal Design. 

Essa abordagem visa tornar o Direito mais acessível, compreensível e amigável, promovendo o acesso à justiça.

O que é Legal Design?

Essa é uma estratégia inovadora que se propõe a simplificar a complexidade do Direito, tornando-o mais interessante, compreensível e acessível a todos. 

Assim, essa abordagem combina a expertise jurídica com os princípios do design thinking, utilizando representações gráficas, linguagem simples e novas tecnologias.

Isto é, a necessidade de Legal Design surge da dificuldade de tornar leis e regulamentos compreensíveis para o público em geral, incluindo cidadãos em busca de orientação jurídica, pessoas que necessitam de pareceres legais e até mesmo advogados que desejam oferecer soluções jurídicas eficazes a seus clientes.

Como surgiu o Legal Design?

Esse conceito foi introduzido por Margaret Hagan, Diretora Executiva do Legal Design Lab da Universidade de Stanford. Ela descreve o “Law by Design” como uma abordagem que foca a inovação, testes e construção de sistemas que atendam às necessidades das pessoas envolvidas com o Direito. 

Hagan divide esse termo em três conjuntos principais de recursos: processo utilizável, mentalidade útil e mecânica envolvente.

Qual a importância do Legal Design?

A sua aplicação tem o potencial de transformar a comunicação no setor jurídico. Afinal, ao focar no usuário e em suas necessidades, o design centrado no ser humano promove uma cultura experimental, centrada no cliente e abre novas oportunidades para uma abordagem inovadora do Direito.

O uso do design não se limita a tornar a comunicação mais visual, mas também simplifica a linguagem legal, elimina jargões e adota uma abordagem mais acessível. Dessa forma, melhora a comunicação entre advogados e clientes, tornando-a mais simples e eficaz.

arte de ebook de meios de produção na advocacia

Qual o objetivo do Legal Design?

O Legal Design faz uso de várias estratégias e ferramentas para simplificar o Direito e torná-lo mais acessível. A saber, alguns dos principais métodos incluem:

  • Pensamento divergente e convergente;
  • Empatia e compreensão do problema;
  • Equipe diversificada;
  • Representação gráfica;
  • Linguagem acessível.

1. Pensamento divergente e convergente

O pensamento divergente e convergente é um processo essencial nesse processo. Desse modo, ele começa com a geração de diversas ideias a partir de um conceito ou informação central, o que é conhecido como pensamento divergente. 

assim, nessa fase a equipe de Legal Design é encorajada a explorar uma ampla gama de ideias, soluções e abordagens, sem se restringir a uma única direção.

A partir desse estágio de exploração criativa, ocorre a transição para o pensamento convergente. Aqui, as diversas ideias geradas são refinadas e combinadas para criar uma solução eficaz. 

Portanto, o objetivo é identificar as melhores partes de cada ideia e unificá-las para produzir uma solução completa e funcional. Em outras palavras, esse processo é semelhante a escolher os melhores ingredientes para criar um prato delicioso.

O pensamento divergente e convergente permite que a equipe explore uma ampla gama de possibilidades antes de selecionar a solução mais adequada. Dessa maneira, garante-se que a abordagem final seja inovadora, eficaz e centrada no usuário.

2. Empatia e compreensão do problema

Colocar-se no lugar do usuário e entender o problema do ponto de vista deles é o cerne da empatia e compreensão do problema no Legal Design. 

Isto é, significa que os profissionais devem se esforçar para compreender profundamente as necessidades, desafios e perspectivas dos usuários finais, que podem ser clientes, advogados ou pessoas comuns que interagem com o sistema jurídico.

Assim, a empatia é uma habilidade fundamental para criar soluções eficazes. Afinal, ao compreender as preocupações e dificuldades dos usuários, os designers podem desenvolver estratégias e abordagens que atendam diretamente às suas necessidades. 

Isso envolve ouvir atentamente, fazer perguntas relevantes e realizar pesquisas para obter informações valiosas. A compreensão profunda do problema é a base para encontrar a solução ideal. Quanto mais completa for a análise do problema, mais eficaz será a solução proposta. 

A empatia e a compreensão do problema ajudam a garantir que o Legal Design seja centrado no usuário, fornecendo respostas reais para os desafios enfrentados pelas pessoas dentro do sistema jurídico.

3. Equipe diversificada

A formação de uma equipe diversificada é um pilar fundamental do Legal Design. Para criar as melhores soluções, é crucial reunir profissionais com diferentes habilidades e perspectivas. Isto é, inclui especialistas em Direito, designers e tecnólogos.

Os especialistas em Direito têm o conhecimento necessário para compreender as complexidades jurídicas e garantir que as soluções sejam legalmente sólidas. Os designers trazem uma abordagem centrada no usuário, focando na experiência do usuário final. 

Os tecnólogos têm o know-how para implementar soluções por meio de plataformas digitais. Além disso, é essencial que todos os membros da equipe sejam capazes de representar os usuários. 

Isso significa que eles devem ser capazes de se colocar no lugar dos clientes, advogados e outros envolvidos no sistema jurídico para entender suas perspectivas e necessidades.

Uma equipe diversificada combina expertise legal, habilidades de design e conhecimento tecnológico para criar soluções inovadoras e centradas no usuário no campo do Legal Design.

4. Representação gráfica

A representação gráfica é uma parte fundamental do Legal Design. Afinal, a forma como a informação é apresentada desempenha um papel crucial na compreensão e acessibilidade do conteúdo legal. 

O uso de esboços, desenhos, gráficos, ícones e representações visuais ajuda a simplificar informações complexas. Por exemplo, ao redesenhar um contrato, o Legal Design pode incorporar diagramas que ilustram os termos e condições de forma visual e intuitiva. 

Isso torna mais fácil para as partes envolvidas entenderem os compromissos e as responsabilidades estipulados no contrato.

As representações gráficas não apenas facilitam a compreensão, mas também tornam a informação mais envolvente. O uso de elementos visuais atrai a atenção e torna o conteúdo mais atraente e memorável.

5. Linguagem acessível

Simplificar a linguagem legal é uma prática fundamental no Legal Design. Isso envolve a eliminação de jargões, termos complexos e linguagem excessivamente técnica que muitas vezes torna os documentos legais inacessíveis para a maioria das pessoas.

Ao adotar uma linguagem acessível, o Legal Design torna a comunicação jurídica mais clara e compreensível. Isso é essencial para garantir que as pessoas possam entender seus direitos, obrigações e as nuances das questões legais que enfrentam.

Como aplicar Legal Design?

A aplicação do Legal Design não se limita a adicionar elementos visuais a documentos legais. É uma abordagem holística que envolve entender o usuário, definir claramente o problema, criar protótipos de soluções e garantir que a comunicação do Direito seja mais acessível e eficaz.

Um exemplo prático da aplicação do Legal Design é a reformulação de contratos. Muitos contratos são extensos e repletos de terminologia jurídica complexa, o que pode dificultar a compreensão por parte dos envolvidos. 

O Legal Design simplifica a linguagem, remove jargões, adiciona representações gráficas e torna os contratos mais compreensíveis.

Qual a importância do Legal Design?

A aplicação do Legal Design traz inúmeras vantagens para escritórios de advocacia e departamentos jurídicos:

  • Facilita a compreensão: as pessoas estão cansadas de documentos legais complexos, e o Legal Design torna a comunicação mais simples e acessível;
  • Atende às necessidades dos usuários: com o foco no usuário, o Legal Design cria soluções que atendem às necessidades específicas dos clientes;
  • Incentivado pela legislação: a transparência é um princípio fundamental em leis como a LGPD, o que incentiva a aplicação de novas estratégias de comunicação.

O mundo jurídico está passando por uma revolução, e estratégias como o Legal Design estão ajudando o setor a se adaptar à comunicação moderna, tornando o Direito mais acessível e centrado no cliente. A experiência do usuário se tornou fundamental, e o Legal 

Design está na vanguarda dessa transformação

Lembre-se de que a aplicação do Legal Design requer uma abordagem centrada no usuário, compreensão profunda dos problemas e a busca constante por soluções mais acessíveis. 

Com o Legal Design, o mundo jurídico se torna mais amigável e compreensível, promovendo o acesso à justiça e aprimorando a comunicação no setor.

Mais conhecimento para você!

Por aqui estamos sempre abordando assuntos quentes e relevantes para os profissionais do Direito. Confira outros textos que também podem te interessar:

Alta produtividade na advocacia
Como criar o setor comercial do seu escritório de advocacia? Confira 7 dicas!
Software Jurídico: 17 critérios fundamentais para encontrar o melhor!
O que é a Controladoria Jurídica e como funciona
Escritórios com filiais, correspondentes e parceiros fixos
Advocacia baseada em dados
CTA CADASTRO ADVBOX 05
Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

Postagens Relacionadas