o que é rescisão direta
ADVBOX

O que é rescisão direta: motivos, valor e quanto tempo leva

O que é rescisão direta: motivos, valor e quanto tempo leva

A rescisão direta é um tema que gera dúvidas frequentes entre empregados e empregadores. Ela se refere ao término do contrato de trabalho de forma unilateral pelo empregador, também conhecida como demissão direta, e envolve direitos trabalhistas específicos, como aviso prévio, férias proporcionais e 13º salário. 

Compreender os motivos que justificam a rescisão, os valores envolvidos e os prazos de pagamento é essencial para evitar conflitos e garantir que os direitos de ambas as partes sejam respeitados.

Neste conteúdo, vamos explicar detalhadamente como funciona a rescisão direta, quais são as causas mais comuns, o que o trabalhador pode perder, como calcular o valor da rescisão e quanto tempo leva para receber os pagamentos. 

Além disso, abordaremos a diferença entre rescisão direta e indireta e os impactos do aviso prévio e de processos judiciais no prazo final.

Como funciona a rescisão direta?

A rescisão direta ocorre quando o empregador decide encerrar o contrato de trabalho sem justa causa, ou seja, sem que haja uma falta grave do empregado que justifique a demissão por justa causa. 

Neste caso, o empregado tem direito a receber todas as verbas rescisórias previstas por lei, incluindo:

  • Saldo de salário;
  • Férias vencidas e proporcionais, acrescidas de 1/3;
  • 13º salário proporcional;
  • Aviso prévio indenizado ou trabalhado;
  • Multa de 40% sobre o FGTS.

O pagamento dessas verbas deve ser feito dentro do prazo estipulado pela legislação trabalhista, que varia de acordo com o tipo de rescisão e o cumprimento do aviso prévio. A rescisão direta é formalizada através de um documento assinado pelo empregado e pelo empregador, detalhando os valores devidos.

Qual a diferença entre rescisão direta e rescisão indireta?

Enquanto a rescisão direta é uma decisão unilateral do empregador, a rescisão indireta ocorre quando é o empregado que solicita o término do contrato devido a faltas graves cometidas pelo empregador.

Na rescisão indireta, o trabalhador tem direito a receber todas as verbas como se tivesse sido demitido sem justa causa, mas, adicionalmente, pode buscar reparação na Justiça caso o empregador não cumpra com suas obrigações. 

Entre os motivos que justificam a rescisão indireta estão: atraso constante no pagamento do salário, assédio moral, descumprimento de normas de segurança ou qualquer outra situação que torne o ambiente de trabalho insustentável.

Portanto, a principal diferença está em quem toma a iniciativa da rescisão e nas justificativas legais que respaldam cada modalidade.

Quais as causas de uma demissão direta?

A demissão direta é caracterizada pela iniciativa do empregador e pode ocorrer por diversos motivos. Entre as causas mais comuns estão:

  1. Desempenho insuficiente: quando o empregado não cumpre as metas ou padrões exigidos pela função, o empregador pode optar pela rescisão direta, desde que haja documentação que comprove o baixo desempenho;
  2. Reestruturação da empresa: mudanças na estrutura organizacional, fechamento de departamentos ou redução de custos podem levar à demissão direta. Nesses casos, a rescisão é considerada sem justa causa;
  3. Redução de quadro ou crise financeira: empresas que enfrentam dificuldades financeiras podem reduzir o número de colaboradores como forma de contenção de despesas;
  4. Incompatibilidade de perfil: em alguns casos, o empregador percebe que o perfil do funcionário não se adequa à cultura ou às demandas da empresa, optando pela rescisão direta;
  5. Motivos estratégicos: decisões estratégicas, como mudança de foco de negócios, automação de processos ou terceirização, também podem justificar a demissão direta.

Entretanto, é importante destacar que, em todos os casos, a demissão direta deve respeitar a legislação trabalhista e os direitos do trabalhador, evitando situações de abuso ou discriminação.

O que eu perco na rescisão direta?

Na rescisão direta, o empregado perde principalmente a estabilidade que teria em casos específicos, como licença-maternidade ou acidente de trabalho. 

Além disso, se houver alguma pendência de advertências ou condutas que possam ser questionadas, o empregador pode reduzir alguns benefícios proporcionais, como bônus ou comissões, caso não estejam previstos em contrato.

Por outro lado, o trabalhador não perde direitos fundamentais garantidos pela CLT, como:

  • Saldo de salário;
  • Férias proporcionais e vencidas, acrescidas de 1/3;
  • 13º salário proporcional;
  • Multa de 40% do FGTS;
  • Levantamento do FGTS depositado.

Portanto, mesmo sendo uma demissão unilateral, a rescisão direta assegura ao empregado uma série de direitos financeiros que servem como proteção diante do término do contrato de trabalho.

Qual o valor da rescisão direta?

O valor da rescisão direta varia de acordo com o tempo de serviço, salário, férias e 13º proporcionais, além do aviso prévio e da multa do FGTS. Para calcular de forma aproximada, deve-se considerar:

  • Saldo de salário: correspondendo aos dias trabalhados no mês da demissão;
  • Férias vencidas e proporcionais + 1/3: inclui férias que já estavam disponíveis e frações proporcionais ao período trabalhado;
  • 13º salário proporcional: calculado com base nos meses trabalhados no ano da rescisão;
  • Aviso prévio: indenizado ou trabalhado, conforme a escolha da empresa ou acordo;
  • Multa de 40% sobre o FGTS: calculada sobre todos os depósitos realizados durante o contrato.

O valor final da rescisão direta deve ser detalhado em um TRCT (Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho), que especifica cada verba rescisória, garantindo transparência ao processo.

Quanto tempo leva um processo de rescisão direta?

O prazo para receber a rescisão direta depende de fatores como aviso prévio e eventual judicialização. De forma geral, a CLT estabelece:

  • Até 10 dias: para pagamento das verbas rescisórias quando o aviso prévio é indenizado;
  • Ao final do aviso prévio trabalhado: caso o empregado continue exercendo suas funções;
  • Processos judiciais: caso haja contestação ou discussão de valores, podem levar meses.

Aviso prévio indenizado

Quando o empregador opta por indenizar o aviso prévio, o pagamento das verbas deve ser feito até 10 dias após a demissão

Neste caso, o empregado é dispensado de trabalhar durante o período e recebe o valor correspondente integralmente. Esse modelo garante agilidade no pagamento e segurança para ambas as partes.

Aviso prévio trabalhado

Se o aviso prévio for trabalhado, o prazo para receber a rescisão direta se estende até o último dia de trabalho. O empregado continua exercendo suas funções normalmente e, ao final do período, recebe todas as verbas rescisórias. 

Vale lembrar que o aviso prévio pode ser parcial ou integral, dependendo do acordo entre as partes.

Processo na justiça

Em situações em que há contestação ou divergência sobre valores, o empregado pode recorrer à Justiça do Trabalho. Neste caso, o processo pode levar de seis meses a dois anos, dependendo da complexidade da ação e da quantidade de recursos. 

Durante o processo, é possível que a Justiça determine o pagamento de valores provisionais enquanto o caso é analisado.

Conclusão

A rescisão direta é uma ferramenta importante para empregadores que precisam ajustar sua equipe, mas envolve direitos trabalhistas que devem ser respeitados. 

Entender os motivos que podem levar à demissão direta, calcular corretamente os valores da rescisão e saber os prazos de pagamento é essencial para evitar problemas legais e garantir uma transição justa para o empregado.

Se você precisa gerir processos de rescisão de forma eficiente, segura e com total conformidade legal, a plataforma ADVBOX oferece soluções completas para advogados e profissionais do Direito, facilitando o gerenciamento de contratos, cálculos rescisórios e acompanhamento de processos judiciais. 

Com mais de 20 anos de experiência, a ADVBOX é a parceira ideal para simplificar a rotina jurídica da sua empresa. Teste a plataforma gratuitamente.

automatizacao de peticoes
Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

Postagens Relacionadas