Medida Restritiva: saiba as principais informações

Medida restritiva: saiba as principais informações

Medida restritiva é um termo que se refere a uma ação legal que limita ou impõe condições em determinadas situações. Esse tipo de medida é imposta pelo Poder Judiciário, de forma temporária. 

Assim, essa medida pode ser aplicada em diversos contextos, como no direito penal, trabalhista, comercial, dentre outros.

Quais são os tipos de medidas protetivas?

Como dito, pode se aplicar a medida restritiva, ou protetiva, em diversos contextos. Confira a seguir!

1. Medida Restritiva no âmbito penal

As medidas restritivas são aplicadas em casos de crimes em que o acusado é considerado perigoso representa uma ameaça à sociedade ou às vítimas.

Essas medidas têm como objetivo garantir a segurança das pessoas envolvidas no processo e evitar que o acusado fuja ou interfira na investigação.

Dentre as medidas restritivas mais comuns, temos a prisão preventiva, a prisão domiciliar e a monitoração eletrônica. 

  • A prisão preventiva é a medida mais drástica. Só se deve aplicar em casos extremos, como quando há risco de fuga ou destruição de provas;
  • a prisão domiciliar é uma medida menos rigorosa. Dessa forma, ela permite que o acusado aguarde o julgamento em casa, desde que cumpra algumas condições, como permanecer em casa durante determinados horários;
  • A monitoração eletrônica é uma medida que permite que se monitore o acusado por meio de tornozeleira eletrônica, que registra sua localização em tempo real.

É importante ressaltar que as medidas restritivas não são uma forma de punição antecipada, mas sim uma forma de garantir a segurança das pessoas envolvidas no processo e a continuidade da investigação.

Além disso, a aplicação dessas medidas se dá de forma individualizada, ou seja, se avalia cada caso de forma individual para que se determine qual medida se adequa melhor.

Para que se aplique as medidas restritivas, é necessário que haja uma decisão judicial fundamentada, ou seja, uma decisão que apresente os motivos pelos quais a medida é necessária.

Além disso, é necessário que haja um prazo determinado para a duração da medida, que pode ser revista a qualquer momento.

2. Medida Restritiva no âmbito trabalhista

No Direito trabalhista, as medidas restritivas mais comuns são a suspensão e a rescisão do contrato de trabalho.

  • A suspensão do contrato de trabalho é uma medida que permite que o empregado fique afastado do trabalho temporariamente, sem receber salário. Pode se aplicar essa medida em casos de doença, acidente ou outras situações que impeçam o exercício da função pelo empregado; 
  • Já a rescisão do contrato de trabalho é uma medida mais drástica, que se aplica em casos de falta grave do empregado, como roubo, violência ou abandono de emprego.

No Direito trabalhista, é importante que se aplique a suspensão ou rescisão do contrato de trabalho de forma justa e com base em provas concretas.

Além disso, é necessário garantir que o trabalhador tenha acesso ao seguro-desemprego e a outros direitos trabalhistas durante o período de afastamento ou após a rescisão do contrato.

É importante ressaltar deve-se aplicar as medidas restritivas de forma fundamentada e justificada. Além disso, é necessário que se respeite os direitos do trabalhador e do empresário, para que não seja abusiva ou prejudicial a alguma das partes.

Medida Restritiva: saiba as principais informações

3. Medida Restritiva no âmbito comercial

No Direito comercial, as medidas restritivas mais comuns são a penhora e a indisponibilidade de bens.

  • A penhora é uma medida que permite que se apreenda e venda um bem do devedor para pagamento de uma dívida. Aplica-se essa medida quando o devedor não cumpre com suas obrigações financeiras. 
  • Já a indisponibilidade de bens é uma medida que impede a venda ou transferência de bens enquanto não se paga uma dívida.

No Direito comercial, é importante que se aplique a penhora ou a indisponibilidade de bens de forma justa e dentro dos limites estabelecidos pela lei.

Além disso, é necessário garantir que o devedor tenha direito a defesa e possa contestar a dívida ou negociar um acordo de pagamento.

Deve-se aplicar essas medidas de forma fundamentada, com respeito ao os direitos dos envolvidos, para que a justiça seja eficiente e justa.

4. Medida Restritiva no âmbito da Lei Maria da Penha

Você já ouviu falar sobre medida restritiva de aproximação? Esse é um tipo de medida cautelar prevista na Lei Maria da Penha, que tem como objetivo proteger a vítima de violência doméstica.

A medida restritiva de aproximação consiste em proibir o agressor de se aproximar da vítima, de seus familiares e de testemunhas do caso. Além disso, o agressor deve manter uma distância mínima da vítima, que pode variar de acordo com o caso e a decisão judicial.

Pode-se aplicar essa medida tanto no âmbito criminal quanto no âmbito cível, e a vítima pode realizar a solicitação, ou então o Ministério Público ou a autoridade policial.

Para que se conceda, é preciso que se comprove a existência de indícios de que a vítima está sofrendo ou está em risco iminente de violência por parte do agressor.

É importante destacar que a medida restritiva de aproximação não é uma forma de punição ao agressor, mas sim uma medida de proteção à vítima. Por isso, o descumprimento da medida pode resultar em prisão preventiva.

Para que a medida restritiva de aproximação seja efetiva, é preciso que a vítima comunique imediatamente às autoridades competentes caso o agressor descumpra a medida. Além disso, é importante que a vítima esteja ciente de seus direitos e saiba como proceder em caso de descumprimento ou de necessidade de renovação da medida.

5. Medida Restritiva no âmbito cível

No âmbito cível, pode-se aplicar a medida restritiva em diversas situações, como em casos de cobrança de dívidas, para garantir o cumprimento de uma obrigação contratual ou para evitar que uma pessoa realize determinada ação que possa prejudicar outra.

Algumas das medidas restritivas mais comuns são a penhora de bens, o bloqueio de contas bancárias, a suspensão de atividades empresariais, a proibição de venda de determinados produtos, entre outras.

Essas medidas podem ser de forma liminar, ou seja, antes da decisão final do processo, para garantir a eficácia da decisão judicial.

Vale ressaltar que, no âmbito cível, deve-se aplicar as medidas restritivas de forma proporcional e em conformidade com os direitos fundamentais previstos na Constituição Federal.

Além disso, o descumprimento das medidas restritivas pode acarretar em consequências legais, como multas, prisão ou outras sanções previstas em lei.

É possível revogar uma medida restritiva?

A revogação de medida restritiva pode ocorrer por diversas razões. Como, por exemplo, a mudança das circunstâncias do caso, a falta de fundamentação da medida ou a comprovação de que não é mais necessária para a garantia da segurança das pessoas envolvidas.

Em casos de prisão preventiva, a revogação pode ocorrer se o acusado tiver uma mudança significativa de comportamento ou apresentar provas concretas que comprovem sua inocência.

Além disso, se a medida restritiva não se fundamentar em provas concretas ou se os motivos que levaram à sua aplicação não existirem mais, pode-se solicitar a revogação.

No entanto, é importante que se ressalte que a revogação de medida restritiva não é automática e é necessário que se solicite por meio de um pedido formal ao juiz responsável pelo caso.

Esse pedido deve ser fundamentado e deve apresentar provas concretas que justifiquem a revogação da medida. Além disso, é necessário que a defesa do acusado esteja ciente e tenha a oportunidade de se manifestar sobre o pedido de revogação.

No caso de medidas restritivas em casos de violência doméstica, a revogação pode ocorrer se a vítima não se sentir mais ameaçada pelo agressor ou se o agressor apresentar um comportamento adequado e se submeter a tratamentos psicológicos.

No entanto, a revogação nesses casos deve ser feita com muito cuidado, para garantir a segurança da vítima.

É importante ressaltar que a revogação de medida restritiva não é garantida e depende da análise do juiz responsável pelo caso.

O juiz deve avaliar cuidadosamente o pedido de revogação e considerar todas as informações apresentadas pelas partes envolvidas no processo.

Conclusão

Em resumo, as medidas restritivas são medidas cautelares aplicadas pelo Poder Judiciário para restringir a liberdade de uma pessoa em situações específicas previstas em lei.

Elas têm como objetivo garantir a segurança, proteger os direitos de uma pessoa ou garantir o cumprimento de uma obrigação, sempre respeitando os direitos fundamentais previstos na Constituição Federal e nas demais legislações específicas.

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Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.