o que é teletrabalho
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O que é teletrabalho, como funciona e quais são os direitos?

O que é teletrabalho, como funciona e quais são os direitos?

O teletrabalho, também conhecido como trabalho remoto, tem ganhado destaque como uma alternativa viável e estratégica para empresas e trabalhadores em diversos setores. 

Impulsionado principalmente pela pandemia de Covid-19, esse modelo se consolidou com o avanço das tecnologias digitais e com as mudanças nas formas de organização do trabalho, tornando-se parte da rotina de muitas empresas no Brasil e no mundo.

No entanto, apesar de já fazer parte do cotidiano de milhares de profissionais, ainda existem dúvidas importantes sobre o que caracteriza o teletrabalho, como ele funciona na prática, quais são seus diferentes formatos, como home office, coworking, trabalho de campo ou em equipes internacionais, e quais os direitos assegurados por lei a quem atua nessa modalidade.

Mas afinal, o que é o teletrabalho? Como ele funciona? Quais são os direitos dos trabalhadores nessa modalidade? A seguir, respondemos essas perguntas de forma clara e objetiva.

O que é teletrabalho?

Em resumo, o teletrabalho é uma modalidade de prestação de serviço em que o colaborador desempenha suas atividades fora das dependências físicas do empregador, utilizando tecnologias de informação e comunicação (TICs) como computador, internet, telefone e plataformas digitais para se conectar à empresa e executar suas tarefas. 

Essa forma de trabalho se consolidou como alternativa viável e estratégica, especialmente com o avanço da digitalização e a necessidade de adaptação a novos contextos sociais e econômicos.

O teletrabalho pode ser totalmente remoto, quando o trabalhador não comparece à sede da empresa, ou híbrido, combinando dias de trabalho remoto com dias presenciais. Em ambos os casos, é essencial que haja um acordo formal entre empregador e empregado, estabelecendo as condições dessa relação de trabalho.

No Brasil, o teletrabalho está regulamentado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que define os critérios para sua adoção, garantindo a segurança jurídica e os direitos do trabalhador mesmo quando ele não está fisicamente presente no ambiente corporativo.

Quais são os tipos de teletrabalho?

Com a crescente adoção dessa modalidade, surgiram diferentes formatos de teletrabalho, adaptados às rotinas e necessidades das empresas e dos trabalhadores. Entre eles podemos destacar o home office, centro compartilhado e outros.

Home Office

É o modelo mais conhecido e praticado. O colaborador realiza suas funções diretamente de casa, com estrutura própria ou fornecida pela empresa, como notebook, cadeira ergonômica e acesso remoto aos sistemas internos. 

Esse formato oferece praticidade e flexibilidade, sendo bastante comum em funções administrativas, tecnológicas e criativas.

Centro Compartilhado

Neste formato, o profissional não trabalha em casa, mas também não comparece à sede da empresa. 

Ele se desloca até espaços de coworking ou escritórios compartilhados, que oferecem a infraestrutura necessária — internet de alta velocidade, salas de reunião, ambiente profissional — para executar suas atividades. Essa alternativa é ideal para quem busca mais foco ou não dispõe de um ambiente adequado em casa.

Trabalhador de campo

Engloba os profissionais que atuam predominantemente fora da empresa, como representantes comerciais, técnicos de campo, inspetores ou consultores. 

Apesar de estarem constantemente em deslocamento, sua atividade também é caracterizada como teletrabalho, já que utilizam dispositivos móveis e sistemas online para se comunicar com a empresa e registrar suas operações.

Teletrabalho em equipes transnacionais

É o caso de colaboradores que integram times compostos por profissionais localizados em diferentes países. 

Essa modalidade exige o uso intensivo de ferramentas de comunicação e colaboração online, e pode envolver a gestão de fusos horários, barreiras linguísticas e práticas de trabalho culturalmente distintas. É comum em empresas multinacionais e startups globais.

O que diz a CLT sobre o teletrabalho?

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) trata do teletrabalho de forma específica, especialmente após a Reforma Trabalhista de 2017, que regulamenta essa modalidade de maneira mais clara.

  • Contrato de teletrabalho: é obrigatório haver um contrato individual especificando que a prestação de serviços ocorrerá fora das dependências da empresa. Nele, devem constar as responsabilidades quanto à infraestrutura, jornada, reembolsos e equipamentos;
  • Alteração de modalidade: a mudança do trabalho presencial para o teletrabalho (ou vice-versa) deve ser acordada entre empregador e empregado. Se for para o retorno presencial, o colaborador deve ser notificado com pelo menos 15 dias de antecedência;
  • Saúde laboral: a empresa é responsável por orientar os colaboradores sobre saúde e segurança no teletrabalho, incluindo boas práticas ergonômicas e medidas preventivas;
  • Jornada de trabalho: o teletrabalho pode estar isento de controle de jornada, dependendo do tipo de atividade. No entanto, se houver meios para aferição de horas, como login em sistemas, o empregador pode controlar o tempo de trabalho.

Quais foram as novidades trazidas pela Reforma Trabalhista?

  • Definição legal do teletrabalho;
  • Possibilidade de exclusão do controle de jornada;
  • Responsabilidade sobre fornecimento de equipamentos e infraestrutura pode ser definida em contrato;
  • Formalização da mudança entre modalidades de trabalho.

Quais os direitos de quem trabalha em teletrabalho?

Embora o local de trabalho seja diferente, o profissional em regime de teletrabalho continua tendo direitos trabalhistas assegurados pela legislação brasileira, como férias, 13° salário, auxílio-creche, auxílio-doença, plano de saúde, vale-alimentação e refeição e outros.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante que, salvo particularidades legais ou acordos específicos, os benefícios concedidos aos trabalhadores presenciais também se estendam aos que atuam remotamente. Veja a seguir os principais direitos garantidos a quem trabalha em teletrabalho:

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Férias

Assim como qualquer outro trabalhador com vínculo formal, o colaborador em teletrabalho tem direito a 30 dias de férias remuneradas por ano de trabalho. Esse período deve ser concedido conforme a legislação, com adicional de 1/3 do salário.

13° salário

O 13° salário, ou gratificação natalina, é garantido aos teletrabalhadores nas mesmas condições dos demais empregados. O valor corresponde a 1/12 da remuneração por mês trabalhado, pago em duas parcelas no segundo semestre do ano.

Auxílio-creche

O auxílio-creche é um benefício garantido principalmente por convenções ou acordos coletivos. Quando previsto, deve ser estendido também aos colaboradores que atuam em home office ou qualquer outro formato de teletrabalho.

Auxílio-doença

Os profissionais em regime remoto estão cobertos pela Previdência Social da mesma forma. Em caso de afastamento por doença, o auxílio-doença pode ser requerido junto ao INSS após o 15º dia de afastamento, desde que o trabalhador esteja devidamente registrado e com as contribuições em dia.

Plano de saúde

Se a empresa oferece plano de saúde aos funcionários presenciais da mesma categoria ou função, os trabalhadores em teletrabalho também têm direito ao benefício. A exclusão do teletrabalhador sem justificativa pode configurar discriminação.

Vale-alimentação e vale-refeição

Esses benefícios devem ser mantidos para o colaborador remoto caso também sejam concedidos aos funcionários que trabalham presencialmente. A isonomia de tratamento é um princípio que visa garantir equidade entre os trabalhadores.

Registro em Carteira de Trabalho

O contrato de teletrabalho deve ser formalizado com o devido registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), inclusive digital, indicando a natureza remota das atividades e demais condições acordadas entre as partes.

Recolhimento do FGTS

O empregador continua sendo responsável pelo recolhimento mensal do FGTS (8% do salário do trabalhador), independentemente da modalidade de trabalho. Isso garante ao colaborador o direito ao fundo, que pode ser utilizado em diversas situações, como demissão sem justa causa ou aquisição da casa própria.

Como funciona o teletrabalho?

Na prática, o teletrabalho exige uma estrutura bem definida, tanto por parte da empresa quanto do colaborador. A organização precisa oferecer as ferramentas tecnológicas adequadas, como notebook, acesso remoto aos sistemas internos, softwares de videoconferência e plataformas de gestão de tarefas. 

Em paralelo, também é fundamental estabelecer políticas internas específicas para o trabalho remoto, garantindo que o colaborador compreenda suas responsabilidades, metas e como será feita a avaliação de desempenho.

Por outro lado, o sucesso do teletrabalho também depende fortemente do perfil e da postura do profissional. Trabalhar remotamente exige autodisciplina, organização pessoal e boa gestão do tempo. A ausência de supervisão direta torna essencial que o colaborador consiga manter o foco, estabelecer uma rotina produtiva e equilibrar sua vida profissional e pessoal, mesmo atuando em casa. 

A comunicação proativa com colegas e líderes, aliada ao uso estratégico das ferramentas digitais, é o que mantém o alinhamento e a integração das equipes nesse modelo de trabalho.

Como é trabalhar em teletrabalho?

Trabalhar em regime de teletrabalho pode ser uma experiência muito positiva para empresas e colaboradores, desde que haja organização, estrutura e clareza nas expectativas

Esse modelo permite maior autonomia e flexibilidade, mas também exige responsabilidade, comunicação eficiente e disciplina. Entender as vantagens e desvantagens é essencial para aproveitar o melhor dessa modalidade de trabalho.

Teletrabalho: vantagens e desvantagens

Como toda modalidade de trabalho, oferece aos colaboradores vantagens e desvantagens, confira então os prós e contras do teletrabalho.

Vantagens do teletrabalho

  • Economia dos custos de escritório: ao adotar o teletrabalho, a empresa reduz gastos com estrutura física, contas de energia, água, manutenção, mobiliário e outros itens relacionados ao ambiente presencial;
  • Maior acesso a talentos: sem a limitação geográfica, é possível contratar profissionais de qualquer lugar do país aumentando o leque de talentos disponíveis;
  • Redução da perda de bons funcionários: o teletrabalho permite que colaboradores permaneçam na empresa mesmo em caso de mudanças de cidade ou país, ajudando a reter talentos e preservar conhecimento técnico;
  • Custos menores por empregado: além da economia estrutural, há menos despesas com transporte, vale-transporte, e eventuais auxílios logísticos, o que reduz o custo por colaborador;
  • Menos reuniões: a dinâmica remota estimula uma comunicação mais objetiva e evitar reuniões desnecessárias, otimizando o tempo de todos os envolvidos;
  • Aumento da disponibilidade de tempo do funcionário pela eliminação dos deslocamentos: sem o tempo gasto no trânsito, os colaboradores ganham mais horas livres no dia, o que pode ser revertido em qualidade de vida e mais foco no trabalho;
  • Aumento da produtividade: muitos profissionais relatam maior concentração e desempenho ao trabalhar de casa, principalmente em atividades que exigem foco e autonomia;
  • Aumento do seu alcance: o teletrabalho permite que a empresa atue em regiões antes inacessíveis, facilitando a expansão de mercado e o atendimento a clientes em diferentes localidades;
  • Expediente de 24 horas: em equipes distribuídas por diferentes fusos horários, é possível manter a operação ativa durante todo o dia, sem interrupções, o que melhora o atendimento e a entrega;
  • Flexibilidade do tamanho de sua equipe: com estrutura remota, a empresa consegue escalar sua equipe de forma mais rápida e econômica, contratando conforme a demanda e a necessidade dos projetos.

Desvantagens do teletrabalho

  • Pouco contato com os colegas: a ausência do convívio presencial pode gerar um sentimento de isolamento e dificultar a criação de vínculos entre os membros da equipe;
  • Falta de disciplina: nem todos os profissionais se adaptam facilmente à autonomia exigida pelo teletrabalho. A falta de uma rotina estruturada e de supervisão direta pode levar à procrastinação, queda de produtividade e dificuldade para cumprir prazos;
  • Não conseguir separar a vida pessoal da vida profissional: trabalhar no mesmo ambiente em que se vive pode tornar difícil estabelecer limites claros entre o tempo de trabalho e o tempo de descanso. 

Qual é a diferença entre home office e teletrabalho?

A principal diferença está no local de execução das atividades e na estrutura organizacional. O teletrabalho refere-se a qualquer forma de trabalho realizada fora das dependências da empresa, com uso de tecnologias de informação e comunicação — seja de casa, de um coworking, em trânsito ou em outro país. Já o home office é um tipo específico de teletrabalho, em que o colaborador realiza suas tarefas a partir da sua residência.

Exemplos de teletrabalho

  • Representantes comerciais que viajam para atender clientes, mas reportam-se digitalmente à empresa;
  • Profissionais que utilizam espaços de coworking ou ambientes compartilhados para exercer suas funções;
  • Engenheiros ou arquitetos que fazem acompanhamento remoto de obras, utilizando sistemas de gestão e comunicação online.

Exemplos de home office

  • Desenvolvedores de software que codificam e entregam projetos diretamente de suas casas;
  • Redatores, designers gráficos ou analistas de marketing digital que trabalham de forma remota, utilizando seu próprio escritório doméstico;
  • Atendentes de call center que prestam suporte a clientes online ou por telefone a partir de suas residências.

Como manter a motivação dos funcionários no teletrabalho?

Manter os colaboradores motivados em um ambiente remoto exige estratégias de comunicação eficazes, acompanhamento contínuo e reconhecimento do trabalho realizado. O teletrabalho pode gerar desafios em termos de engajamento e produtividade, mas com boas práticas, é possível criar um ambiente de trabalho remoto produtivo e motivador.

Comunicação clara e efetiva

Uma das principais chaves para o sucesso no teletrabalho é garantir que todos os colaboradores estejam bem informados sobre as expectativas, metas e o andamento das tarefas. A comunicação clara e frequente, seja por e-mail, videoconferência ou mensagens instantâneas, ajuda a evitar mal-entendidos e aumenta a transparência. 

Além disso, é importante que os líderes se mostrem acessíveis e prontos para esclarecer dúvidas ou oferecer suporte sempre que necessário, criando um clima de confiança entre a equipe e a gestão.

Incentivo a pausas

Apesar da flexibilidade do teletrabalho, muitos colaboradores tendem a trabalhar em excesso, uma vez que estão em casa e não há separação clara entre os momentos de lazer e os de trabalho. Incentivar pausas regulares é essencial para evitar a fadiga mental e física. 

É importante que as empresas estimulem intervalos durante o dia, incentivando os funcionários a se afastarem do computador, alongar-se ou até fazer uma caminhada rápida. Pausas ajudam a melhorar a produtividade e o bem-estar geral dos colaboradores.

Reuniões de acompanhamento

Embora o teletrabalho ofereça mais flexibilidade, é fundamental que a equipe esteja bem coordenada. Reuniões regulares de acompanhamento são essenciais para alinhar objetivos, discutir desafios e garantir que todos os membros da equipe estejam no mesmo ritmo. 

Além disso, esses encontros podem ser uma ótima oportunidade para socialização e para garantir que os colaboradores se sintam conectados à empresa, mesmo à distância.

Feedbacks constantes

No ambiente remoto, o feedback deve ser contínuo, e não apenas restrito a momentos formais, como avaliações de desempenho anuais. Fornecer feedbacks constantes e construtivos ajuda os colaboradores a entender o que estão fazendo bem e onde podem melhorar. 

Isso não só aumenta a motivação, mas também melhora o desempenho geral da equipe, uma vez que as pessoas se sentem valorizadas e reconhecidas por seus esforços.

Conclusão

O teletrabalho é uma modalidade de trabalho que, quando bem implementada, oferece inúmeras vantagens tanto para empregadores quanto para empregados. No entanto, é importante compreender os desafios que ela apresenta, como o risco de isolamento e a dificuldade em separar a vida pessoal da profissional. 

Ao adotar práticas eficientes de comunicação, incentivo à pausas e feedback constante, é possível manter a motivação e a produtividade dos colaboradores, promovendo um ambiente remoto, saudável e produtivo.

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Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

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