O trabalho intelectual do advogado está se adaptando às mudanças tecnológicas e às novas demandas do mercado.
Sendo assim, uma das profissões mais tradicionais e respeitadas, está passando por uma transformação significativa, para se adequar aos novos tempos.
Conforme a própria Constituição Federal de 1988: “o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.
Neste texto, exploraremos as características essenciais ao intelecto desse profissional na era digital e como o software jurídico desempenha um papel fundamental nesse cenário.
O que é um trabalho intelectual?
Segundo o Dicionário Priberam, a palavra intelecto tem origem etimológica do latim intellectus e significa percepção, conhecimento, entendimento, arte, ciência.
No contexto jurídico, o trabalho intelectual refere-se à aplicação do conhecimento legal, da análise crítica e do raciocínio jurídico para resolver questões legais complexas.
Afinal, os advogados são especialistas em interpretar e aplicar leis, regulamentos e precedentes legais para aconselhar e representar seus clientes, não é mesmo?
Esse tipo de trabalho difere fundamentalmente do trabalho manual, uma vez que se baseia na percepção de pensamentos, em oposição à execução de tarefas físicas.
Quais são os tipos de trabalho intelectual na advocacia?
Na advocacia, existem vários tipos de trabalhos intelectuais, cada um desempenhando um papel fundamental na prestação de serviços jurídicos. Estes incluem:
- Pesquisa jurídica;
- Elaboração de documentos jurídicos;
- Negociação;
- Contencioso;
- Consultoria jurídica.
1. Pesquisa jurídica
A pesquisa jurídica é a espinha dorsal das atividades intelectuais de um advogado, envolvendo a análise detalhada de instruções, doutrina e disposições legais relacionadas aos casos.
Afinal, isso é essencial para entender como leis e regulamentos se aplicam a cada situação em particular.
O avanço tecnológico facilita o acesso a vastos recursos, agilizando a pesquisa e permitindo que os advogados construam argumentos sólidos baseados em informações atualizadas.
2. Elaboração de documentos jurídicos
A elaboração de documentos jurídicos é uma parte essencial do trabalho do advogado e abrange a criação de contratos, petições, pareceres legais, acordos e outros documentos importantes.
Por isso, a automação desempenha um papel crucial nessa área, como o uso de software jurídico para economizar tempo e evitar erros comuns em documentos legais.
3. Negociação
Advogados frequentemente atuam como mediadores em negociações legais e facilitam acordos entre as partes envolvidas em disputas ou transações legais.
Portanto, a negociação é uma habilidade-chave, e os advogados muitas vezes se baseiam em dados e análises para tomar decisões estratégicas durante esse processo.
O uso de Business Intelligence (BI) pode ser particularmente útil ao analisar dados para obter insights que embasem decisões estratégicas nas negociações.
4. Contencioso
O contencioso é uma representação de clientes em disputas judiciais, ou seja, os advogados apresentam argumentos perante tribunais, juízes e júris para defesa dos interesses do contratante.
Além de serem habilitados intelectualmente na apresentação oral e escrita, os advogados também podem usar um software jurídico para organizar documentos, monitorar prazos, por exemplo
5. Consultoria jurídica
A consultoria jurídica envolve fornecimento de orientações jurídicas estratégicas a empresas e indivíduos.
Sendo assim, os advogados oferecem insights e análises fundamentadas para auxiliar seus clientes na tomada de decisões assertivas.
Desse modo, a gestão de casos jurídicos desempenha um papel importante na organização e no acompanhamento dessas orientações.
À medida que a tecnologia avança, os advogados estão cada vez mais incorporando soluções de software jurídico e ferramentas de análise para aprimorar sua eficiência.
Como é o trabalho de um advogado?
Os advogados desempenham um papel fundamental em nossa sociedade, pois eles são os defensores da justiça, protegendo os direitos de indivíduos e organizações.
No entanto, o trabalho desse profissional é diversificado e desafiador, pois envolve uma combinação de pesquisa, redação, comunicação, negociação e representação legal.
Portanto, eles dedicam tempo significativo para entender as necessidades de seus clientes, analisar informações, desenvolver estratégias jurídicas e, em alguns casos, comparecer a audiências ou julgamentos.
Porém, um desafio enfrentado é a dificuldade em mensurar o tempo gasto em cada atividade, pois o trabalho dos advogados varia em complexidade e duração.
É nesse cenário que o Sistema de Pontuação por Tarefas se torna uma solução eficiente e valiosa.
Benefícios do Sistema de Pontuação por Tarefas
- Medição precisa: os advogados podem registrar o tempo gasto em cada tarefa com maior precisão, fator essencial para a cobrança de honorários e alocação de recursos;
- Gestão do tempo: o sistema ajuda a identificar áreas em que o tempo está sendo gasto de forma excessiva, permitindo ajustes para aumentar a produtividade;
- Estabelecimento de metas e bonificações: com base no desempenho e na pontuação acumulada, é possível estabelecer metas e bonificações, incentivando a produtividade da equipe;
- Transparência e responsabilidade: o sistema permite que os membros da equipe registrem todas as suas tarefas e fornece acesso aos gestores, garantindo transparência e responsabilidade.
Quais são as características de um advogado?
Para se destacar na advocacia na era digital, os advogados devem possuir um conjunto diversificado de características que complementem suas habilidades jurídicas e intelectuais.
Afinal, estas características os tornam eficazes na resolução de questões legais, e os capacitam a navegar pelo cenário digital. Veja algumas características essenciais:
- Habilidade de pesquisa;
- Comunicação clara;
- Pensamento crítico;
- Adaptabilidade tecnológica;
- Ética profissional.
1. Habilidade de pesquisa
A habilidade de pesquisa é uma competência fundamental para os advogados, tanto na era digital quanto em qualquer outra.
Para compreender casos complexos e apresentar argumentos sólidos, os advogados precisam ser mestres em análise e analisar informações jurídicas.
A capacidade de utilizar ferramentas de pesquisa online e bancos de dados jurídicos é ainda mais crítica na era digital, onde a informação está ao alcance dos dedos.
2. Comunicação clara
Os advogados devem ser comunicadores assertivos, seja na escrita ou na fala, pois a capacidade de argumentos articulados e convincentes é essencial para representar os interesses dos clientes.
Na era digital, isso também se estende à comunicação por escrito em e-mails, mensagens e documentos eletrônicos, onde a clareza é ainda mais necessária.
3. Pensamento crítico
O pensamento crítico e o raciocínio jurídico são habilidades cruciais para advogados.
Pois, eles procuram analisar detalhes complexos, identificar questões-chave e desenvolver estratégias jurídicas embasadas.
Então, no cenário atual, o volume de informações pode ser avassalador, tornando o pensamento crítico ainda mais vital para filtrar o que é relevante.
4. Adaptabilidade tecnológica
A era digital trouxe uma série de avanços tecnológicos que afetam diretamente a prática jurídica.
Os advogados precisam se adaptar às novas tecnologias, como software jurídico, sistemas de gerenciamento de casos e comunicação online.
Sendo assim, a habilidade de utilizar essas ferramentas de maneira eficaz melhora a eficiência e a produtividade.
5. Ética profissional
A ética profissional é um pilar fundamental da advocacia, independentemente da época em que atua.
Portanto, os advogados devem manter os mais altos padrões de integridade, confidencialidade e responsabilidade em sua prática.
Na era digital, a ética também se estende ao uso responsável da tecnologia, à proteção dos dados dos clientes e à conformidade com as regulamentações de privacidade.
Ter essas características não apenas ajuda os advogados a ter sucesso na advocacia, mas também a prosperar na era digital em ascensão.
Quais são as funções e habilidades do advogado do futuro?
A pesquisa Futuro das Profissões Jurídicas, realizada pela FGV identificou 27 novas funções emergentes que estão moldando o futuro da advocacia na era digital.
Essas funções se enquadram em 11 categorias, refletindo as mudanças trazidas pelo avanço tecnológico e as novas demandas do setor jurídico. Confira:
- Gestão: Gestor de Projetos, Coordenador Jurídico, Gerente de Conhecimento, Gestor de Risco, e Legal Ops;
- Negócios: Desenvolvedor de Negócios, Empreendedor Jurídico, Marketing Jurídico e Legal Copywriter;
- Inteligência de Dados e Analytics: Analista de Dados jurídico, Arquiteto jurídico e Engenheiro Jurídico;
- Regulatório e Relações Institucionais: Advocacia de relações institucionais/governamentais, Advocacy e Analista de Políticas Públicas;
- Inovação: Gestor de inovação e Legal Designer;
- Proteção de dados: Coordenador de proteção de dados;
- Consultivo: Assessor jurídico, Advogado Publicitário, Oficial de transferência de tecnologia, Profissional de Compliance e Consultor de e-discovery;
- Negociação: mediador/conciliador;
- Contencioso estratégico: disputas/consultoria jurídica;
- Outsourcing jurídico: secondment jurídico.
A pesquisa supracitada também enfatiza a importância das “soft skills”, como a capacidade de trabalhar em equipe e se adaptar às mudanças.
Portanto, um sistema de pontuações por tarefas pode ajudar os advogados a acompanhar e melhorar suas habilidades pessoais, à medida que lidam com tarefas relacionadas a projetos e colaboração.
Em resumo, o trabalho intelectual do advogado está evoluindo na era digital, com a necessidade de adaptação a novas tecnologias e a expansão das áreas de atuação.
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