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Parcerias e Filiais

Parceria entre advogados: como funciona e qual a porcentagem?

As parcerias entre advogados têm se tornado uma prática comum e estratégica para advogados e escritórios que buscam ampliar sua atuação e otimizar recursos. A divisão de honorários é uma das questões centrais, por permitir que cada parte seja remunerada de acordo com sua contribuição e especialização. 

No entanto, muitos profissionais ainda se questionam sobre como funciona a parceria entre advogados e qual é a porcentagem ideal para a divisão dos honorários. 

Neste artigo, entenda o conceito de parceria na advocacia, como ela pode ser implementada, as modalidades de divisão de honorários e as vantagens e desvantagens desse modelo de colaboração.

O que é uma parceria entre advogados?

Uma parceria entre advogados envolve uma colaboração em que dois ou mais profissionais ou escritórios compartilham tarefas, recursos e responsabilidade em processos jurídicos.

Assim, essas parcerias podem ser vantajosas para os escritórios que desejam complementar suas áreas de atuação e atender clientes com demandas específicas que exigem especialização em diferentes áreas do Direito.

Dessa forma, esse tipo de parceria não se limita apenas a recomendações mútuas de clientes, mas também possibilita que os advogados compartilhem recursos, como infraestrutura e tecnologia, reduzindo custos operacionais e melhorando a eficiência. 

Além disso, parcerias podem ocorrer entre grandes bancas ou escritórios de menor porte, permitindo que profissionais de diferentes especializações unam forças para fortalecer suas atuações. É uma forma de melhorar a competitividade e expandir as áreas de atendimento sem um aumento expressivo nos custos fixos.

Como funciona uma parceria entre advogados?

Uma parceria entre advogados funciona por meio de um acordo em que cada advogado ou escritório assume um papel específico, conforme as especializações e necessidades do caso.

Normalmente, a divisão de responsabilidades e honorários é estabelecida em contrato, prevenindo desentendimentos e facilitando o alinhamento de expectativas. Esse contrato define a contribuição de cada advogado ou escritório, além dos critérios de remuneração.

Para a parceria ser produtiva e duradoura, é importante haver um compromisso mútuo com as tarefas acordadas, os prazos e a qualidade do serviço prestado.

Esse modelo de colaboração pode ocorrer de diferentes maneiras: seja na execução conjunta de processos, onde ambos os advogados dividem tanto os honorários quanto os custos operacionais, seja em uma estrutura onde um escritório atua como prospector e o outro como executor. 

A estrutura escolhida dependerá das necessidades e do perfil de cada parceiro, mas em todos os casos o contrato é indispensável.

Quais os tipos de divisão de honorários em parcerias advocatícias?

A divisão de honorários em parcerias advocatícias pode ser distribuída em porcentagem fixa, hora trabalhada, resultado alcançado ou por um modelo misto. Assim, pode variar conforme o tipo de colaboração estabelecida entre os parceiros e a complexidade dos casos envolvidos. 

Cada um desses métodos apresenta suas próprias características e é escolhido conforme a estratégia da parceria e os interesses dos envolvidos. Abaixo, apresentamos os principais modelos de divisão de honorários em parcerias.

Porcentagem fixa

A divisão por porcentagem fixa é uma das maneiras mais tradicionais de dividir honorários em parcerias. Nesse modelo, uma porcentagem pré-definida dos honorários é destinada a cada parceiro, com base em um acordo estabelecido previamente.

Assim, esse método simplifica a gestão financeira da parceria e garante clareza nas finanças de ambos os lados, sendo uma excelente opção para parcerias recorrentes, onde há uma frequência de casos atendidos em conjunto.

Além disso, esse modelo também oferece previsibilidade aos advogados, pois ambos já sabem o quanto receberão ao final do processo, independentemente do tempo dedicado ao caso ou da complexidade da demanda. Nesse sentido, a previsibilidade facilita o planejamento financeiro dos escritórios e reduz potenciais discussões sobre o valor a ser recebido por cada advogado.

Hora trabalhada

Outro modelo de divisão é a remuneração com base nas horas trabalhadas por cada advogado, onde o valor final dos honorários é calculado conforme o tempo que cada profissional dedica ao caso. Assim, esse método é vantajoso para parcerias de curto prazo ou para áreas onde o volume de trabalho pode ser incerto e variável.

A divisão por hora trabalhada garante que cada advogado seja remunerado conforme o esforço despendido em cada caso, o que torna essa opção uma escolha justa em demandas imprevisíveis, como consultorias ou atendimentos pontuais.

No entanto, para que esse método seja bem-sucedido, é necessário que ambos os escritórios mantenham registros precisos e detalhados do tempo dedicado ao caso.

Resultado alcançado

Na divisão com base no resultado alcançado, os honorários são distribuídos de acordo com o impacto da atuação de cada parceiro no desfecho do caso.

Dessa forma, esse modelo é especialmente comum em casos de alto valor ou processos complexos, onde o risco e o retorno são altos, como em demandas empresariais ou litígios que envolvem montantes financeiros significativos.

Esse tipo de divisão pode ser vantajoso para ambas as partes, por recompensar diretamente o advogado pela eficiência e eficácia de sua atuação. No entanto, a desvantagem desse modelo é que ele envolve uma divisão posterior ao término do caso, o que pode causar incertezas financeiras, especialmente em processos com duração prolongada.

Mista

Por fim, no modelo misto, a divisão dos honorários é feita combinando uma porcentagem fixa e uma parte variável, como horas trabalhadas ou resultado final. Essa forma de divisão oferece uma base fixa, que traz previsibilidade financeira aos parceiros, enquanto a parte variável ajusta a remuneração conforme o esforço ou impacto de cada um.

Dessa forma, esse método é especialmente adequado para parcerias de longo prazo, por permitir que a remuneração dos advogados seja adaptada ao volume de trabalho e ao resultado obtido ao longo do tempo. É uma forma de oferecer flexibilidade e garantir que a contribuição de cada advogado seja valorizada de forma justa e equilibrada.

Como encontrar uma parceria na advocacia?

Para encontrar uma parceria na advocacia, o ideal é buscar escritórios ou advogados que compartilhem objetivos e valores similares, facilitando o alinhamento e a construção de uma boa colaboração.

Uma estratégia interessante é começar procurando escritórios com porte semelhante, pois tendem a ter objetivos mais compatíveis e a estar abertos a uma troca mútua de experiências.

É comum que parcerias entre escritórios de tamanho similar resultem em uma colaboração mais equilibrada, já que ambas as partes possuem ambições e necessidades parecidas.

Além disso, é recomendável que o advogado realize uma pesquisa sobre o histórico dos escritórios em potencial, verificando a reputação e o perfil profissional de cada parceiro. Assim, é possível assegurar uma colaboração mais equilibrada, onde ambas as partes estejam dispostas a compartilhar responsabilidades e experiências de maneira justa.

Como criar um bom relacionamento com parceiros jurídicos?

Para criar um bom relacionamento com parceiros jurídicos e alcançar o sucesso de uma parceria, priorize comunicação transparente, cooperação e qualidade no atendimento. Algumas práticas recomendadas incluem:

  • Website: ter um site profissional e atualizado aumenta a visibilidade do escritório e torna-o mais atrativo para outros advogados em potencial.
  • Blog: publicar conteúdo relevante e informativo demonstra conhecimento e posiciona o escritório como referência em sua área de atuação.
  • Networking: participar de eventos e reuniões do setor jurídico amplia a rede de contatos e facilita o estabelecimento de parcerias.
  • Trabalho de qualidade: a manutenção de padrões elevados de qualidade fortalece a confiança e a credibilidade, que podem fazer toda a diferença para o sucesso das parcerias.

Qual a porcentagem de advogado associado?

A porcentagem do advogado associado é de 40% do valor do contrato. É importante destacar esse aspecto, pois o cálculo é feito sobre cada contrato que o escritório fechar, e não sobre 40% do total arrecadado pelo escritório em um período.

Entender essa diferenciação é essencial porque afeta diretamente o valor final que o advogado associado receberá. Cada contrato fechado é calculado separadamente, permitindo que o advogado seja remunerado conforme o volume e tipo de casos que conduziu, o que pode variar bastante dependendo da área de atuação. 

Dessa forma, o modelo de 40% por contrato valoriza o desempenho e o envolvimento direto do associado em cada demanda específica, incentivando seu engajamento em diversos casos e gerando mais controle sobre sua própria remuneração.

Como dividir honorários advocatícios entre advogados?

A divisão de honorários advocatícios entre advogados geralmente é feita conforme a contribuição de cada profissional para o caso e pode seguir diferentes modelos, como porcentagem fixa, horas trabalhadas ou resultado alcançado. A seguir, são apresentados alguns exemplos práticos que ilustram como essa divisão ocorre:

Exemplo 1: Porcentagem fixa

Imagine que dois advogados A e B estabeleçam que A, o advogado principal e responsável pela aquisição do cliente, receberá 60% dos honorários, enquanto B, que é especialista na área e ficará com a execução jurídica do processo, receberá 40%. 

Se o valor total dos honorários for de R$10.000, o advogado A receberá R$6.000 e o advogado B, R$4.000. Assim, esse método é prático para parcerias recorrentes, por simplificar a gestão financeira.

Exemplo 2: Hora trabalhada

Suponha que dois advogados trabalhem em conjunto em um caso e tenham uma taxa horária acordada. Se o advogado X dedicou 10 horas e o advogado Y, 20 horas, o total de 30 horas é multiplicado pela taxa de R$200 por hora, gerando honorários de R$6.000. 

Nesse caso, X recebe R$2.000 (10 horas) e Y recebe R$4.000 (20 horas). Essa divisão é ideal para casos de consultoria ou demandas pontuais, onde o esforço individual é mais preciso.

Exemplo 3: Resultado alcançado

Em casos de alto valor ou de longa duração, o modelo de divisão por resultado é comum. Imagine um caso empresarial no qual os honorários acordados são de R$100.000, mas somente se o resultado for favorável ao cliente. 

Ao final do processo, se obtido sucesso, o advogado A, que atuou na prospecção do cliente, recebe 30% (R$30.000), enquanto o advogado B, que trabalhou no desenvolvimento do caso, recebe 70% (R$70.000), pois sua atuação impactou diretamente o resultado. Assim, esse modelo é vantajoso para advogados que trabalham em áreas onde o risco é proporcional ao ganho.

Contudo, esses exemplos mostram que cada modelo de divisão de honorários valoriza diferentes aspectos do trabalho, podendo ser escolhido conforme o tipo de parceria e a natureza do caso.

Quais são as vantagens de uma parceria entre advogados?

As parcerias entre advogados apresentam diversas vantagens, como o fortalecimento da marca, ampliação de recursos e melhoria da eficiência. As principais vantagens incluem:

  • Economia de tempo e dinheiro: ao dividir custos fixos e operacionais, cada advogado economiza em infraestrutura, pessoal e demais despesas.
  • Ampliar áreas de atuação: permite que o escritório entre em novas áreas de especialização, agregando valor aos serviços oferecidos aos clientes.
  • Divisão das responsabilidades: a distribuição das tarefas conforme o domínio de cada parceiro facilita o andamento dos casos e melhora a qualidade do atendimento.

Quais são as desvantagens de uma parceria entre advogados?

Embora vantajosas, as parcerias entre advogados apresentam desafios e desvantagens que precisam ser analisadas antes de firmar um acordo. Algumas das principais desvantagens incluem:

  • Divisão dos honorários: a rentabilidade de cada advogado pode ser reduzida, principalmente em casos com honorários menores.
  • Controle de qualidade: cada escritório tem seus padrões, o que pode impactar a qualidade geral do serviço prestado.
  • Relacionamento com o cliente: é essencial que o cliente entenda o papel de cada advogado, o que pode exigir mais esforço em comunicação.

Como fechar parceria com advogados?

Para fechar uma parceria com advogados, é necessário planejar os objetivos, alinhar expectativas e definir responsabilidades e divisão de honorários. Assim, esse processo cria uma base sólida e transparente para a colaboração, além de prevenir conflitos que possam surgir no futuro.

Uma boa conversa transparente é o primeiro passo para que ambas as partes alinhem suas expectativas e papéis, definindo com clareza as funções e metas que cada um deve alcançar no projeto.

Como formalizar uma parceria entre advogados?

A formalização de uma parceria entre advogados é indispensável para proteger ambas as partes e prevenir conflitos futuros. Geralmente, essa formalização ocorre por meio de um contrato de parceria ou de prestação de serviços advocatícios, que define com clareza as responsabilidades, os direitos e as condições de trabalho entre os parceiros.

Esse contrato estabelece os valores e prazos envolvidos e também as cláusulas de confidencialidade e as penalidades em caso de descumprimento. Dessa forma, ambas as partes têm segurança para atuar com tranquilidade e transparência.

Como funciona o contrato de parceria entre advogados?

O contrato de parceria entre advogados estabelece as condições da colaboração e protege os interesses de ambas as partes, assegurando que todas as condições e responsabilidades da parceria sejam respeitadas. Dessa forma, o documento deve incluir as cláusulas de divisão de honorários, prazo de duração, responsabilidades e outras disposições relevantes para a parceria.

O que não pode faltar em um contrato de parceria?

Em um contrato de parceria, alguns elementos são indispensáveis para proteger ambas as partes:

  • Divisão de honorários: especificar como será feita a divisão.
  • Responsabilidades: detalhar as atividades e funções de cada parceiro.
  • Prazo de duração: estabelecer o período de vigência e as condições de encerramento.
  • Penalidades: prever sanções em casos de descumprimento, protegendo o interesse de ambas as partes.

Vale a pena formar uma parceria entre advogados?

Sim, a parceria entre advogados é, na maioria das vezes, uma estratégia vantajosa para profissionais que desejam ampliar sua atuação sem assumir altos custos adicionais. Isso porque parcerias oferecem benefícios como a especialização e a redução de encargos operacionais, já que as responsabilidades e investimentos são compartilhados. 

Além disso, possibilitam um aumento do volume de processos e ajudam a ampliar a rede de clientes, fortalecendo a presença de ambos os escritórios no mercado.

Por outro lado, é necessário avaliar se o parceiro está alinhado aos objetivos e valores do seu escritório. Quando os advogados envolvidos compartilham uma visão de crescimento e respeito mútuo, a parceria se torna lucrativa e enriquece o desenvolvimento profissional de todos os envolvidos.

Conclusão

Em suma, a parceria entre advogados é uma estratégia valiosa que, se bem planejada e formalizada, pode trazer grandes benefícios para todos os envolvidos. Com modelos de divisão de honorários claros e um relacionamento de confiança, os advogados podem expandir sua atuação e atuar em áreas complementares com eficiência. 

Se você está considerando formar parcerias na advocacia ou já possui colaborações, contar com uma gestão eficiente faz toda a diferença para assegurar que cada colaboração gere os resultados esperados.

Isso inclui monitorar o andamento dos processos em conjunto, manter o controle financeiro e avaliar o desempenho de cada profissional envolvido. 

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TRIAL
Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

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