como calcular pedido de demissão sem cumprir aviso prévio
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Como calcular pedido de demissão sem cumprir aviso prévio

Como calcular pedido de demissão sem cumprir aviso prévio

Entender como calcular pedido de demissão sem cumprir aviso prévio é essencial para quem decidiu deixar o emprego, mas não pode, ou não deseja, trabalhar durante o período de transição. 

A legislação trabalhista permite essa possibilidade, porém ela afeta diretamente o valor das verbas rescisórias. Por isso, quanto mais claro estiver o cálculo, menores são os riscos de erro, perda financeira ou conflitos com o empregador. 

Neste artigo, você verá como calcular pedido de demissão sem cumprir aviso prévio, como funciona o desconto legal, quais direitos permanecem válidos, o que deixa de ser pago e como fazer uma estimativa realista do valor final. 

Também veremos como evitar problemas no momento do acerto, especialmente se você utiliza ferramentas de gestão jurídica e trabalhista, como a ADVBOX, que ajuda profissionais do Direito a organizar cálculos, documentos e fluxos de atendimento com eficiência.

Como funciona um pedido de demissão sem aviso prévio?

Um pedido de demissão sem aviso prévio funciona quando o trabalhador decide sair da empresa imediatamente e, por isso, tem o valor de um salário descontado como aviso prévio não cumprido.

Nessa modalidade, o empregado comunica a demissão, mas opta por não permanecer os 30 dias exigidos pela CLT. A empresa não pode impedir a saída, porém tem o direito legal de descontar integralmente o período do aviso no momento do acerto. Esse desconto nunca é uma multa adicional, mas simplesmente a perda do equivalente a 30 dias de salário.

Mesmo saindo imediatamente, o trabalhador ainda recebe verbas como saldo de salário, férias vencidas e proporcionais com adicional de 1/3 e 13º proporcional. Já FGTS, multa de 40% e seguro-desemprego não são pagos em casos de pedido de demissão.

Como é feito o acerto de um funcionário que pediu demissão?

O acerto de um funcionário que pediu demissão é feito somando as verbas que ele ainda tem direito a receber e descontando o aviso prévio não cumprido, além dos demais descontos obrigatórios.

Quando o empregado decide deixar o trabalho por iniciativa própria, o cálculo da rescisão segue regras específicas da CLT. Mesmo sem cumprir aviso prévio, o trabalhador continua tendo direito a algumas verbas trabalhistas, enquanto perde outras que são exclusivas da demissão sem justa causa. O objetivo do acerto é encerrar o vínculo contratual corretamente, calculando apenas o que realmente é devido. A seguir, veja como esses valores são organizados:

Verbas que o funcionário recebe no acerto:

  • Saldo de salário: referente aos dias trabalhados no mês da rescisão;
  • Férias vencidas + 1/3: pagas caso o empregado já tenha completado um período aquisitivo;
  • Férias proporcionais + 1/3: calculadas conforme o número de meses trabalhados no novo período;
  • 13º salário proporcional: considerando os avos correspondentes ao ano corrente.

Verbas que não são pagas no pedido de demissão:

  • Multa de 40% do FGTS;
  • Saque integral do FGTS;
  • Seguro-desemprego.

Descontos aplicados no acerto:

  • Aviso prévio não cumprido (30 dias de salário);
  • Descontos legais, como INSS;
  • Outros descontos eventuais, como faltas não justificadas ou adiantamentos recebidos.

O resultado é obtido após somar todas as verbas devidas e subtrair o valor do aviso prévio e demais descontos previstos em lei. Essa estrutura garante um cálculo transparente e coerente com as regras trabalhistas.

Quanto recebo se pedir demissão sem cumprir aviso?

Se você pedir demissão sem cumprir aviso, recebe apenas as verbas rescisórias básicas e sofre o desconto de um salário correspondente ao aviso prévio não trabalhado.

Na prática, isso significa que o trabalhador ainda recebe saldo de salário, férias vencidas e proporcionais com adicional de 1/3 e 13º proporcional. Porém, o valor final diminui porque a empresa desconta integralmente os 30 dias do aviso.

Além disso, o empregado não tem direito ao saque integral do FGTS, não recebe a multa de 40% e não pode solicitar seguro-desemprego. O cálculo final depende do salário, tempo de casa e existência de férias vencidas, mas sempre inclui o desconto total do aviso prévio.

Como calcular pedido de demissão sem cumprir aviso?

Para calcular o pedido de demissão sem cumprir aviso, você deve somar todas as verbas rescisórias a que tem direito e depois subtrair o valor equivalente a 30 dias do seu salário, sendo o desconto do aviso prévio não trabalhado.

Esse cálculo segue uma lógica simples, mas exige atenção aos detalhes para evitar erros. O funcionário que pede demissão perde o acesso a alguns benefícios (como FGTS e multa de 40%), mas continua recebendo as verbas proporcionais. 

Como o aviso não é cumprido, a empresa pode descontar o valor integral do salário relativo aos 30 dias e esse é o ponto central do cálculo.

A seguir, o passo a passo completo:

1. Calcule todas as verbas que o trabalhador ainda tem direito

  • Saldo de salário: proporcional aos dias trabalhados no mês da saída;
  • Férias vencidas + 1/3: caso exista período vencido sem gozo;
  • Férias proporcionais + 1/3: conforme o número de meses trabalhados no novo período aquisitivo;
  • 13º salário proporcional: calculado com base nos avos do ano.

Esses valores formam o subtotal da rescisão.

2. Identifique o valor do aviso prévio que será descontado

  • No pedido de demissão, o aviso prévio sempre é descontado caso o trabalhador não queira cumpri-lo;
  • O valor corresponde a um salário mensal completo (30 dias), independentemente do tempo de empresa.

3. Subtraia o aviso prévio das verbas rescisórias

Essa operação define o valor final a receber. Abaixo, confira a fórmula prática:

(Saldo de salário + férias + 13º proporcional) – aviso prévio = valor líquido da rescisão

4. Aplique outros descontos obrigatórios

Dependendo do caso, podem incidir:

  • INSS
  • Faltas não justificadas
  • Adiantamentos salariais ou benefícios pagos em dinheiro

5. Resultado

Após somar todas as verbas e subtrair os descontos, incluindo o aviso prévio, você terá o valor líquido que será pago ao trabalhador no pedido de demissão sem cumprimento do aviso.

Esse processo garante precisão e transparência, evitando conflitos entre empregado e empresa. 

Conclusão

Entender como calcular pedido de demissão sem cumprir aviso prévio é essencial para evitar frustrações na hora do acerto e para garantir que tudo seja feito conforme a lei. Quando o trabalhador decide sair imediatamente, o desconto do aviso impacta diretamente o valor final, e por isso cada detalhe do cálculo faz diferença.

Também é importante saber exatamente quais verbas continuam sendo pagas e quais deixam de existir no pedido de demissão. Essa clareza evita confusões e ajuda tanto o empregado quanto a empresa a conduzirem o processo com transparência e segurança jurídica.

Para empresas, advogados e departamentos pessoais, cálculos trabalhistas são rotinas constantes e erros, além de prejudicarem o trabalhador, podem gerar passivos relevantes no futuro. Por isso, contar com organização, automação e padronização é um diferencial indispensável.

Se você lida com rescisões, cálculos ou gestão jurídica no dia a dia, vale considerar uma ferramenta que simplifique essa rotina. A ADVBOX é um software jurídico completo, reúne toda a gestão do escritório em um único sistema e ajuda a evitar erros em cálculos como o de pedido de demissão sem aviso prévio.

Conheça ADVBOX e veja como sua rotina jurídica pode ficar muito mais segura e produtiva.

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Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

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