Abrir um escritório de advocacia é o sonho de muitos profissionais do Direito, representando uma oportunidade de ter autonomia sobre suas carreiras. No entanto, o caminho entre a aprovação na OAB e a construção de um negócio jurídico sustentável vai muito além do que se aprende na faculdade.
Para manter uma atuação bem-sucedida, não é suficiente conhecer as leis ou dominar a argumentação legal; é ideal compreender que qualquer empresa, para se sustentar, precisa de uma gestão eficiente, estratégias de marketing, prospecção de clientes e inovação no setor.
Apesar dos desafios, esse objetivo pode ser alcançado com um planejamento tático bem estruturado. Neste texto, você encontrará os principais aspectos a considerar para empreender com sucesso no campo normativo.
O que é necessário para abrir um escritório de advocacia?
O primeiro passo é definir sua área de atuação: Direito de Família, Previdenciário, Empresarial, Trabalhista ou outro. Ter um nicho bem estabelecido ajuda a atrair um público mais qualificado e construir autoridade no segmento.
Em seguida, é indispensável organizar a parte burocrática, garantindo que sua atuação esteja regularizada:
- Registro na OAB: obrigatório para oficializar o contrato social da sociedade e seguir as normas éticas da indústria;
- CNPJ e Receita Federal: criação do CNPJ para formalizar a empresa perante o Fisco;
- Prefeitura Municipal: obtenção do alvará de funcionamento para operar legalmente no local escolhido;
- INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial): caso deseje registrar a marca e assegurar exclusividade no uso do nome;
- Secretaria Estadual da Fazenda: necessário para cumprir obrigações fiscais estaduais;
- Previdência Social: cadastro obrigatório caso tenha funcionários formalizados;
- Caixa Econômica Federal e Conectividade Social: importante para questões trabalhistas e obrigações previdenciárias;
- Corpo de Bombeiros: autorização estadual para que o espaço atenda aos requisitos de segurança.
No entanto, formalizar a operação não é suficiente. Muitos advogados fracassam nos primeiros anos por negligenciar a gestão financeira, o marketing jurídico e a captação de clientes.
Para evitar isso, elabore um plano de negócios, crie uma identidade visual profissional e adote tecnologias que otimizem os processos internos.
Como escolher o local ideal para o escritório de advocacia?
A definição do espaço deve levar em conta o perfil do público que será atendido. Se você atende empresários, um escritório em uma região comercial faz sentido. Já se o foco for Direito Previdenciário, estar próximo de agências do INSS facilita a prospecção.
O acesso ao local também é um ponto de atenção– estar em uma área de fácil locomoção, com estacionamento ou próximo ao transporte público, influencia diretamente na experiência do consumidor.
Além disso, muitos juristas se empolgam e alugam salas caras no início, comprometendo seu fluxo de caixa. Um erro comum é investir em um espaço luxuoso sem considerar a real necessidade do empreendimento ou a viabilidade orçamentária no longo prazo.
Se o orçamento for limitado, considerar um home office estruturado ou um espaço de coworking representa uma alternativa inteligente.
O principal é entender que o local deve refletir sua estratégia de negócio, sua imagem profissional e a experiência que deseja proporcionar.
Como montar um escritório de advocacia?
Para montar um escritório de advocacia, você precisa seguir alguns passos. A primeira etapa é o registro na OAB e definir sua área de atuação. Depois, é importante decidir se atuará sozinho ou com sócios, além de estruturar a empresa legalmente, escolhendo um CNPJ e o regime tributário adequado.
Além da parte burocrática, um planejamento financeiro sólido é fundamental para manter o negócio estável. Também é indispensável investir em marketing jurídico para ampliar a visibilidade e consolidar sua presença digital dentro das normas da Ordem dos Advogados.
Iniciar a própria prática legal pode ser desafiador, mas é uma realidade alcançável para muitos especialistas. Veja abaixo como organizar esse processo.
Obter o registro junto à OAB
O requisito principal para atuar legalmente é garantir a oficialização na Ordem dos Advogados do Brasil. Sem ele, não é possível exercer a atividade nem formalizar a banca.
Caso opte por uma sociedade, será necessário registrá-la na seccional correspondente ao seu estado, certificando que o contrato social esteja de acordo com as normas da categoria.
Além disso, a escolha do nome do escritório também deve seguir as diretrizes estabelecidas, que proíbe nomes comerciais ou de fantasia. Normalmente, os sobrenomes dos sócios são utilizados, como em “Advocacia Silva e Souza” ou “Silva, Souza & Associados”.
Definir o nicho no qual pretende atuar
Ser um defensor generalista pode parecer uma vantagem, mas, na prática, dificulta a captação de clientes e o crescimento da reputação no setor. Definir um segmento de atuação ajuda a se destacar no mercado e atrair demandas mais qualificadas.
Direito de Família, Trabalhista, Tributário, Empresarial ou Previdenciário? Especializar-se em uma área permite criar autoridade e se tornar referência no assunto. Pense no seu perfil profissional, nas demandas do mercado e nos tipos de causas com maior potencial de retorno monetário.
Se houver afinidade com uma determinada área do Direito, essa escolha tende a ser a melhor aposta – especialmente se o segmento ainda for pouco explorado.
Além de moldar a missão do negócio, a especialização mantém a motivação no dia a dia, tornando o trabalho mais gratificante e direcionado.
Escolher entre atuar sozinho ou ter sócios
Decidir entre trabalhar de forma individual ou formar uma sociedade de advogados impacta diretamente a estrutura e o funcionamento do seu negócio. Atuar sozinho proporciona mais autonomia, permitindo total controle sobre decisões e estratégias.
No entanto, isso também significa assumir todas as responsabilidades, como atendimento ao cliente, gestão financeira, marketing e captação de clientes.
Por outro lado, contar com sócios pode trazer vantagens, como a divisão de custos, tarefas e um posicionamento mais forte no mercado.
Todavia, essa escolha exige alinhamento de expectativas e um contrato bem definido, estabelecendo regras claras sobre participação nos lucros, divisão de funções e planos de crescimento.
Uma parceria mal estruturada gera tantos prejuízos quanto uma gestão orçamentária desorganizada, por isso, essa decisão deve ser bem planejada desde o início.
Definir a estrutura da sua empresa
Você atuará presencialmente, com um espaço físico tradicional? Trabalhará de forma híbrida ou adotará um modelo 100% digital?
Hoje, muitos atuantes do Direito optam apenas pelo digital, reduzindo despesas com aluguel e priorizando o atendimento remoto. Outros preferem espaços compartilhados, como coworkings, que oferecem estrutura adequada sem a necessidade de um investimento inicial alto.
Se decidir abrir um espaço físico, considere localização, acessibilidade para os consumidores e a imagem que deseja passar. Um ambiente bem planejado transmite credibilidade e se torna um diferencial.
Fazer um bom planejamento financeiro
Um dos principais motivos pelos quais as bancas jurídicas fecham nos anos iniciais é a falta de planejamento financeiro. Muitas subestimam os custos de operação e acabam se endividando.
Antes de abrir as portas, liste todos os gastos iniciais e fixos, como aluguel, mobiliário, tecnologia, material de escritório, taxas, impostos e investimento em marketing.
Defina um capital de giro para manter a operação funcionando nos primeiros meses, mesmo que a prospecção de novos casos ainda esteja no início.
Além disso, estabeleça uma política de precificação justa e sustentável. Definir honorários muito baixos para atrair clientes pode comprometer sua rentabilidade a longo prazo.
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Investir em marketing para prospectar clientes
No mercado atual, atrair clientes exige mais do que competência legal– é preciso se posicionar estrategicamente. Um dos pontos básicos para o sucesso de um jurista é saber como divulgar seus serviços ao público certo. Afinal, sem demanda, o negócio não se sustenta.
Grandes bancas costumam contar com equipes especializadas em publicidade ou terceirizar esse serviço para agências especializadas. No entanto, se você está começando com recursos limitados, precisará dominar os fundamentos do marketing jurídico e promover sua atuação de maneira independente.
Embora a OAB imponha restrições à publicidade para o setor, isso não significa que você não possa se destacar no digital. Criar um site profissional, produzir conteúdos educativos em blogs, usar as redes sociais com direcionamento e manter um bom networking são formas eficazes de gerar autoridade e conquistar visibilidade.
O boca a boca ainda tem seu valor, mas, no ambiente digital, estar presente de modo relevante é o que realmente faz a diferença. Aqueles especialistas que ignoram o marketing acabam ficando invisíveis no mercado, dificultando a expansão e a consolidação de suas carreiras.
Atender às normas da OAB
Para que sua prática jurídica opere de forma ética e dentro da legalidade, é preciso seguir as diretrizes estabelecidas pelo Código de Ética da OAB. Essas normas regulam aspectos como publicidade, prospecção, sigilo profissional e precificação de honorários, evitando práticas que possam comprometer a integridade da área.
Na publicidade, por exemplo, o regulamento permite anúncios patrocinados em plataformas como Google Ads e redes sociais, desde que sigam um tom informativo e educativo, sem apelo comercial ou promessas de resultados.
Além disso, é proibido o uso de depoimentos ou qualquer tipo de autopromoção que viole os princípios do Direito.
Manter-se atualizado sobre essas regras evita penalidades que poderiam prejudicar a reputação no mercado. Por outro lado, cumpri-las demonstra comprometimento, transmite credibilidade e assegura que seu progresso ocorra de maneira sólida e transparente.
Quanto é necessário para abrir um escritório de advocacia?
O valor necessário para abrir um escritório de advocacia varia bastante, dependendo do modelo de negócio escolhido. Para quem deseja começar de forma mais enxuta, trabalhando em home office ou em um coworking jurídico, o investimento inicial pode ficar entre R$ 2.000 e R$ 5.000.
Já para aqueles que pretendem estabelecer um espaço físico completo, com infraestrutura própria, esse valor sobe para R$ 15.000 a R$ 50.000 ou mais, dependendo da localização, mobiliário e tecnologia utilizada.
Os principais gastos envolvem taxas de registro, adequação do ambiente de trabalho, equipamentos, marketing e capital de giro para sustentar a banca nos primeiros meses. Além disso, é preciso considerar despesas fixas, como aluguel (se houver), contador, ferramentas legais, internet e telefone.
O segredo para abrir um escritório sem comprometer suas finanças é um planejamento realista. Começar pequeno e expandir conforme o crescimento do negócio é uma estratégia inteligente para evitar endividamento desnecessário.
Como abrir CNPJ para escritório de advocacia?
Para formalizar um escritório de advocacia, é necessário abrir um CNPJ e escolher o regime tributário mais adequado. O processo é realizado por meio da Receita Federal e da OAB, validando que sua prática legislativa esteja regularizada e apta a emitir notas fiscais.
O primeiro passo é definir o tipo de empresa, que pode ser:
- Sociedade Unipessoal de Advocacia (SUA): ideal para quem deseja atuar sozinho, preservando benefícios fiscais e separação patrimonial entre pessoa física e jurídica;
- Sociedade Simples de Advocacia: voltada para profissionais que desejam atuar em conjunto. Diferente de outras associações corporativas, não permite a entrada de especialistas de outras áreas.
Acompanhe o passo a passo para formalizar seu negócio jurídico:
Registro na OAB: antes de obter o CNPJ, é obrigatório registrar a sociedade na seccional da OAB do seu estado, assegurando que a estrutura esteja de acordo com as normas da profissão;
Escolha do regime tributário: a atividade pode ser enquadrada no Simples Nacional (alíquota inicial de 4,5%) ou no Lucro Presumido (entre 11,33% e 14%). A decisão depende do faturamento esperado e da estratégia fiscal adotada;
Abertura do CNPJ na Receita Federal: o número de identificação comercial é emitido gratuitamente no site da Receita Federal após o preenchimento do DBE (Documento Básico de Entrada);
Registro na Junta Comercial ou Cartório: para formalizar a empresa, é necessário protocolar o contrato social (no caso de sociedades) na Junta Comercial ou no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas, dependendo das exigências do estado;
Obtenção do Alvará de Funcionamento (se necessário): se houver um espaço físico para atendimento ao público, pode ser necessário obter o alvará da Prefeitura Municipal;
Cadastro na Previdência Social: caso haja funcionários, o cadastro no INSS é obrigatório para cumprir as obrigações previdenciárias.
Após a regularização, o escritório estará apto a emitir notas fiscais, contratar colaboradores e operar de maneira profissionalizada. Seguir esse processo garante a conformidade legal da empresa e transmite mais credibilidade ao mercado.
Quanto custa abrir CNPJ advogado?
O custo para abrir um CNPJ de advogado varia conforme o estado, a necessidade de um contador e o modelo de atuação do escritório. Em geral, os gastos iniciais ficam entre R$ 1.000 e R$ 3.500, dependendo da estrutura escolhida.
A seguir, uma estimativa dos principais gastos envolvidos:
- Registro na OAB: entre R$ 500 e R$ 1.500 (varia conforme a seccional);
- Honorários contábeis: caso precise de um contador para abrir o CNPJ e cuidar do enquadramento tributário, a despesa pode ficar entre R$ 500 e R$ 1.000;
- Taxas de abertura da empresa: custos administrativos junto à Receita Federal e Junta Comercial, variando entre R$ 300 e R$ 800;
- Alvará de funcionamento (se necessário): algumas cidades exigem licenciamento para espaços físicos, com taxas entre R$ 200 a R$ 500.
Além dos gastos iniciais, existe a tributação mensal, que varia conforme o regime escolhido. A maioria dos defensores opta pela Sociedade Unipessoal de Advocacia (SUA) ou Simples, que se enquadram no Simples Nacional (alíquota inicial de 4,5%) ou no Lucro Presumido (alíquota média de 11,33% a 14%).
Conclusão
O sucesso na advocacia exige planejamento, resiliência e um compromisso de longo prazo para superar desafios e momentos difíceis.
Antes de abrir seu escritório, dedique-se à organização e estruturação do seu empreendimento, pois um começo bem planejado aumenta suas chances de crescimento sustentável.Embora alguns investimentos sejam inevitáveis, é possível começar com recursos limitados.
Algumas tarefas podem ser realizadas por você mesmo no início, e, à medida que o negócio se desenvolve, será viável terceirizar serviços e adotar tecnologia para otimizar a gestão e a captação de novas oportunidades.
Manter o foco e utilizar ferramentas estratégicas, como automação e digitalização, facilita a prosperidade da sua banca.
Se você é apaixonado pelo Direito e está preparado para lidar com as oscilações financeiras do empreendedorismo, ser seu próprio chefe pode ser uma experiência altamente recompensadora. A autonomia e a possibilidade de impactar positivamente a vida dos clientes fazem todo o esforço valer a pena.
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