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Fechamento de Contratos

Como criar o setor comercial de um escritório de advocacia?

Você ainda acha que basta advogar bem para atrair clientes e crescer no mercado legal? Já não é bem assim. A advocacia mudou, e para se destacar é necessário pensar além da parte técnica.

Hoje, os escritórios de sucesso não são somente espaços para resolver questões legais — eles operam como verdadeiras empresas, com planejamento, estrutura e um setor comercial bem definido.

Mas de que maneira isso pode ser feito sem comprometer a ética profissional e sem transformar o Direito em uma atividade puramente mercantil?

Confira este artigo e veja na prática de que forma essa semana deabordagem pode transformar sua banca jurídica.

O que faz o comercial de um escritório de advocacia?

Na prática, o setor comercial de um escritório de advocacia é responsável por toda a jornada do cliente, desde o primeiro contato até o fechamento do contrato e o acompanhamento pós-venda. 

Suas funções incluem ações de prospecção passiva e ativa, qualificação de leads, acolhimento consultivo, follow-up e fidelização.

A ideia de que essa estrutura se resume a um time de vendedores ligando para potenciais interessados não condiz com a realidade.

O comercial jurídico tem a função de criar e manter um fluxo contínuo de captação e fidelização de clientes, sempre dentro dos limites éticos do Direito.

Além de expandir a base de atendimentos, sua missão é garantir antecipação financeira e um crescimento sustentável para o negócio. Sem operações bem ordenadas, a prospecção fica refém de indicações e do acaso, o que pode comprometer a longevidade da atuação legal.

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Qual é a importância do setor comercial em um escritório de advocacia?  

Ter um setor comercial estruturado significa transformar o escritório em um negócio previsível e consistente, sem depender exclusivamente de recomendações esporádicas. 

Desse modo, permite que o advogado foque no que realmente importa: a prática legal e o atendimento de qualidade, enquanto uma equipe (ou um processo bem definido) cuida da captação e conversão de novos casos.

Além disso, com uma abordagem bem planejada é possível melhorar a experiência do cliente desde o primeiro contato, aumentando as chances de fechamento de contrato e construindo uma relação de confiança e credibilidade. 

Em uma indústria competitiva, a diferença entre crescer e estagnar muitas vezes está na capacidade de entender que o exercício do Direito e gestão andam juntas.

Quais são as funções do setor comercial em um escritório de advocacia?

O departamento comercial tem funções importantes dentro do escritório,  conectando ações de prospecção, fidelização, marketing e análise de mercado. 

Considerando que uma banca enfrenta dificuldades para crescer de forma equilibrada, essa área atua com táticas voltadas para atrair novos clientes de forma estratégica, fortalecer o relacionamento com os atuais, ampliar a visibilidade e proporcionar antecipação financeira. 

Captação de clientes

O trabalho envolve a criação de processos bem definidos que mantenham um fluxo contínuo de atendimentos, sempre respeitando as normas da OAB. Isso é possível por meio de marketing de conteúdo, networking, recomendação de quem já contratou os serviços e um acolhimento consultivo que gera segurança logo no primeiro contato.

O grande diferencial aqui é assegurar que os leads sejam qualificados, ou seja, que realmente tenham o perfil ideal para adquirir as assistências oferecidas. Sem essa filtragem, o advogado perde tempo com contatos que não avançam para a contratação.

Gestão de relacionamentos

Conquistar um cliente é apenas o começo. Isso porque, é preciso manter e fortalecer os vínculos ao longo do tempo. Essa relação pode ser consolidada por meio de um atendimento ágil e personalizado, follow-ups estratégicos e ações que incentivem a fidelidade.

Esse é um dos segredos para criar conexões duradouras e aumentar as recomendações, já que alguém satisfeito tem mais chances de retornar quando necessário e, além disso, indicar o serviço para outras pessoas.

Marketing e promoção

O departamento de vendas, em parceria com o marketing, é responsável por ampliar a visibilidade e um posicionamento sólido na indústria.

Existem diversas táticas eficazes, como branding, produção de conteúdo relevante, participação em eventos e ações que reforcem a autoridade da banca.

No entanto, é indispensável respeitar os limites estabelecidos pela OAB, para que a comunicação seja ética e informativa, sem atos promocionais indevidos. O objetivo principal de um bom marketing não é “comercializar” advocacia, mas sim educar e atrair o público certo, construindo uma reputação forte e confiável.

automação de documentos

Análise de mercado 

Um escritório legal não deve operar no escuro, tomando decisões baseadas apenas em intuição. A área comercial tem a função de analisar o mercado, entender tendências, monitorar a concorrência e identificar oportunidades de crescimento.

Ou seja, avaliar quais áreas do direito estão em alta, como os concorrentes estão se posicionando, quais métodos estão funcionando e onde a equipe pode inovar para se destacar.

Sem essa visão ampla , há o risco de estagnação, enquanto outros profissionais se adaptam e crescem.

Como o setor comercial contribui para a captação de clientes?

Captar clientes de forma eficiente é um dos maiores desafios para qualquer escritório. No entanto, depender apenas de indicações ou da sorte não é uma abordagem sustentável no longo prazo. 

É aí que entra o setor comercial: ele estrutura processos que garantem um fluxo contínuo de novos casos, sempre respeitando os limites éticos do Direito.

Ao contrário do que muitos imaginam, atrair oportunidades não significa ofertar serviços de forma agressiva. O que realmente faz distinção é construir autoridade, gerar credibilidade e estar presente nos momentos certos, quando alguém precisa de uma solução normativa. 

E isso pode ser feito por meio de diferentes frentes, como networking, marketing jurídico, parcerias bem estabelecidas e propostas bem elaboradas.

Veja como cada um desses métodos tem a capacidade de impulsionar o crescimento da sua banca:

Networking e eventos

Participar de eventos jurídicos, congressos e encontros empresariais ajuda a aumentar a visibilidade do negócio e criar conexões relevantes.

O diferencial do networking que funciona está na abordagem: em vez de tentar “vender” o serviço imediatamente, o foco deve ser em construir relacionamentos de longo prazo. 

Estar presente, compartilhar conhecimento e se posicionar como referência no segmento são atitudes que geram credibilidade e tornam o profissional a primeira opção quando alguém precisar de um advogado na sua área de atuação.

Marketing digital

A internet mudou completamente a forma como as pessoas buscam serviços. Hoje, muitos juristas conquistam novos clientes antes mesmo de uma conversa direta, por meio de um posicionamento digital bem planejado.

A publicidade digital dentro da advocacia deve ser informativa e estratégica. Criar conteúdos relevantes nas redes sociais, blog e e-mail marketing pode educar potenciais interessados, esclarecer dúvidas e gerar autoridade. 

Além disso, técnicas como SEO ajudam para que o site seja encontrado nos primeiros resultados do Google quando alguém busca por soluções legais.

Parcerias estratégicas

Muitas vezes, boas oportunidades surgem não diretamente dos clientes, mas de outras empresas e profissionais que atendem o mesmo público. É por isso que construir parcerias estratégicas é uma das formas mais inteligentes de captação.

Assim, advogados têm a chance de se associar a contadores, consultores financeiros, corretores de imóveis e outras áreas complementares para indicação mútua de assistência. Um contador, por exemplo, pode recomendar um especialista em Direito Tributário para seus clientes, e o jurista retribuir para as questões contábeis.

O segredo para parcerias bem-sucedidas é estabelecer relações baseadas em segurança e reciprocidade, proporcionando que ambas as partes se beneficiem.

Propostas e apresentações 

Muitas vezes, o que separa um potencial contratante da escolha final é a forma como a proposta é apresentada. Um núcleo comercial sabe que, além do conhecimento técnico, é preciso ter clareza na comunicação e no convencimento.

Propostas bem estruturadas, apresentações objetivas e uma abordagem consultiva fazem toda a diferença na decisão de fechar contrato. Em vez de simplesmente listar os serviços, o ideal é mostrar como a banca tem a capacidade de resolver o problema do cliente, destacando benefícios e diferenciais de forma clara e convincente.

Atualmente, a inteligência artificial atua como uma aliada, já que com ferramentas automatizadas, é possível personalizar soluções, criar apresentações mais dinâmicas e otimizar o acompanhamento de novas chances de negócio, certificando respostas rápidas e uma conexão mais assertiva.

Além disso, um bom follow-up — ou seja, acompanhar o interessado após a apresentação da proposta — pode ser decisivo para fechar novos negócios e evitar que oportunidades sejam perdidas.

Como estruturar um departamento comercial?

Montar um departamento de vendas funcional não é somente contratar consultores e esperar que os fechamentos aconteçam. 

Para um escritório, seja ele jurídico, contábil ou de outro segmento, a área comercial precisa estar bem alinhada com os objetivos da empresa, integrar-se ao restante da equipe e operar de forma planejada. 

Quando bem organizada, essa frente garante que a captação de clientes seja consistente, organizada e alinhada ao posicionamento do negócio.

Abaixo, veja como construir um modelo eficiente que realmente gere resultados.

Procure por bons profissionais

Um erro comum é achar que qualquer pessoa tem facilidade para vender. Mas a realidade é que negociações exigem habilidade, experiência e, principalmente, um bom fit com o tipo de suporte oferecido. 

Busque colaboradores que tenham experiência com prospecção e que entendam o seu mercado e saibam se comunicar com o perfil de cliente que você atende. Para as bancas jurídicas, profissionais com experiência no ramo tendem a reduzir a curva de aprendizado e trazer resultados mais rápidos.

Integre o setor comercial com o restante do escritório

É pertinente lembrar que essa área não deve ser uma ilha dentro da estrutura do escritório. Ou seja, precisa estar alinhada com os setores técnico, operacional e de atendimento.

Se os vendedores não entenderem bem o serviço que estão oferecendo, vão ofertar promessas vazias, e isso se tornará um problema no pós-venda. Reuniões periódicas e treinamentos internos ajudam a garantir que todos falem a mesma língua e trabalhem com os mesmos objetivos.

Estabeleça metas

As metas devem ser desafiadoras, mas alcançáveis, levando em conta o ciclo de venda. Além disso, elas não podem ser apenas numéricas. 

Também é indispensável avaliar o padrão do atendimento, a taxa de conversão e o ticket médio. Se o foco for apenas em volume de negociações, há o risco de negligenciar a qualidade. Algumas métricas relevantes incluem:

  • Número de novos clientes conquistados;
  • Taxa de conversão de leads em contratos fechados;
  • Tempo médio entre o primeiro contato e o fechamento do contrato;
  • Taxa de retenção (quantos retornam para novos serviços);
  • Quantidade de propostas enviadas e taxa de aceitação.

Cada time pode ajustar esses indicadores conforme sua realidade e área de atuação. O principal é acompanhar regularmente para saber o que está funcionando e o que precisa ser ajustado.

Permaneça em constante contato com esse setor

Um dos maiores erros na atuação legal é tratar o setor comercial como algo secundário. Ignorá-lo até que as vendas comecem a cair é um erro que pode custar caro. 

Por isso, manter um acompanhamento próximo e contínuo não só antecipa problemas, mas também fortalece a equipe e potencializa os resultados.

O trabalho é conjunto, ou seja, é indispensável promover reuniões periódicas, alinhar expectativas, discutir desafios e fornecer feedbacks construtivos.

O time precisa ter clareza sobre suas metas e responsabilidades, enquanto os advogados devem estar cientes das dificuldades e oportunidades que surgem na prospecção de clientes. 

Invista na qualificação

Nenhum departamento comercial performa bem sem treinamento e atualização constantes. Investir no desenvolvimento da equipe melhora o acompanhamento, refina abordagens e amplia o entendimento sobre o perfil do público atendido.

Isso inclui cursos, workshops e treinamentos sobre:

  • Técnicas de atendimento e negociação consultiva;
  • Tendências do mercado jurídico e necessidades dos contratantes;
  • Estratégias de marketing e branding;
  • Uso de ferramentas tecnológicas para otimizar o trabalho;

Profissionais bem treinados e atualizados têm mais confiança para desempenhar suas funções e entregar melhores resultados para o negócio.

Dê liberdade para os funcionários

A área comercial precisa de liberdade para atuar, mas isso não significa abrir mão do controle. O equilíbrio entre autonomia e acompanhamento visa que a equipe possa desempenhar seu trabalho com eficiência.

Assim, os especialistas conseguem adaptar sua abordagem conforme necessário, sem criar um ambiente de fiscalização excessiva. Escritórios que impõem regras rígidas demais podem acabar travando o crescimento e a inovação.

Dê espaço para que os profissionais tenham criatividade, experimentem novos argumentos e ajustem a abordagem para diferentes perfis de contratantes.

Ao mesmo tempo, é importante que todas as ações sigam um padrão alinhado com os valores da banca e as normas da OAB.

Utilize a tecnologia para controlar o trabalho 

A tecnologia é indispensável na gestão comercial de escritórios. Isso porque, com um sistema adequado, é possível monitorar todo o funil de vendas, identificar gargalos, evitar a perda de oportunidades e assegurar que o contato com os leads ocorra no momento certo.

No entanto, muitos advogados ainda gerenciam essa etapa por meio de planilhas, o que pode levar a falhas e perda de informações. A solução mais otimizada é a implementação de um CRM jurídico, que permite:

  • Organizar e acompanhar todos os leads e contatos;
  • Registrar interações com potenciais clientes;
  • Automatizar follow-ups e lembretes;
  • Analisar métricas para otimizar a performance do time.

Além disso, softwares de gestão ajudam a centralizar informações e melhorar a comunicação entre os times, evitando que dados se percam no processo de captação e fechamento de novos negócios.

Conclusão

A advocacia deixou de ser um mercado onde apenas a técnica normativa basta para garantir crescimento e estabilidade. 

Hoje, os profissionais que realmente prosperam são aqueles que entendem que gerir uma banca jurídica é, acima de tudo, gerir um negócio. E não é possível crescer sem um departamento comercial bem ordenado.

A implementação desse núcleo não significa abrir mão da ética ou transformar o exercício do Direito em uma atividade puramente mercantil, mas sim adotar uma abordagem tática para a atração e fidelização de clientes.

Sem um processo claro de atração e conversão, a assessoria legal se torna refém da sorte e das indicações ocasionais, comprometendo sua expansão no longo prazo.

A estruturação de um setor comercial eficiente exige integração com as demais áreas, definição de metas, investimentos em tecnologia e, principalmente, a compreensão de que vender serviços não é um tabu, mas sim uma necessidade para manter um fluxo de clientes consistente.

O sucesso na advocacia hoje depende tanto do conhecimento legislativo quanto da capacidade de gerenciar um escritório de forma estratégica.

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TRIAL
Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

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