Quem deseja atuar na advocacia e obter êxito precisa saber de empreendedorismo jurídico. Isso não diz respeito somente aos que desejam abrir legaltechs e outros tipos de empresas no ramo do Direito. Acima de tudo, o tema é importante principalmente para os advogados que desejam se destacar no mercado.
Infelizmente, esse assunto não é ensinado em faculdades. A quantidade de cursos nessa esfera também poderia ser maior. No entanto, é possível aprender e se tornar um bom empreendedor na advocacia.
Acompanhe a leitura, entenda o que é empreendedorismo jurídico e veja dicas para se tornar um empreendedor na advocacia!
O que é empreendedorismo jurídico?
Antes de mais nada é fundamental compreender do que se trata o empreendedorismo.
Empreendedorismo é o ato de planejar um modelo de negócio e implementá-lo na prática, podendo ser desde um pequeno comércio até a criação de uma grande corporação.
Contudo, no caso do empreendedorismo jurídico, o planejamento de um modelo de negócio se restringe à área jurídica, focando em lawtechs, legaltechs, startups ou escritórios de advocacia.
Aqui, os advogados empreendedores podem ocupar a função de gestão. Ainda, o lucro obtido poderá ser pela prestação de serviços jurídicos ou venda de produtos relacionados à área.
O empreendedorismo jurídico, então, é uma maneira diferenciada de olhar a advocacia. Com ela, o profissional passa a enxergar-se não apenas como um mero prestador de serviços, mas como um dono de um negócio ou empresa que precisa ser gerenciada, assim como qualquer outra.
Qual a importância do empreendedorismo jurídico?
De modo geral, o empreendedorismo incentiva a busca por novos métodos e serviços, como o uso de tecnologia para automatizar processos, desenvolver soluções digitais e até criar novas áreas de atuação jurídica.
Além disso, advogados e escritórios que adotam uma mentalidade empreendedora estão mais preparados para se destacar, oferecendo serviços personalizados, eficientes e diferenciados. Assim como ao empreender, profissionais do Direito buscam formas de tornar o dia a dia do escritório mais ágil e produtivo, utilizando ferramentas de gestão e automação para processos como análise de contratos e gestão de prazos.
O empreendedorismo jurídico foca em melhorar a experiência do cliente, oferecendo soluções mais ágeis e eficazes. Consequentemente, tende a aumentar a satisfação do cliente e pode levar a uma maior retenção e indicações.
O que é empreender no Direito?
Em resumo, empreender no Direito envolve abrir e gerenciar um negócio jurídico, o que exige tanto habilidades jurídicas quanto competências de gestão empresarial. A gestão de um negócio jurídico é fundamental para garantir a sustentabilidade e o crescimento de um escritório de advocacia ou empresa de serviços legais.
Portanto, é uma gestão que atua diretamente relacionado a um planejamento estratégico, definindo metas, público-alvo e áreas de atuação. Esse trabalho é importante para alinhar as expectativas e traçar o caminho para o crescimento sustentável do escritório.
Em paralelo, o empreendedor jurídico precisa ter controle financeiro rigoroso, gerindo despesas, fluxo de caixa, investimentos e precificação dos serviços de forma eficiente. Um dos desafios de um negócio jurídico é atrair clientes de forma ética e dentro das normas da OAB.
Para isso, o investimento em marketing de conteúdo, como blogs, participação em eventos jurídicos, redes sociais, e até marketing digital direcionado é essencial. Além disso, empreender no Direito envolve liderar equipes e gerir talentos. Desse modo, saber como recrutar, treinar e manter advogados e colaboradores motivados é determinante para a eficiência do escritório.
Por fim, o uso de ferramentas tecnológicas, como softwares de gestão de processos e documentos, como o Taskscore, é fundamental para otimizar o trabalho.
É possível ser advogado e empresário?
Uma dúvida comum que pode surgir entre os advogados é se eles podem ser empresários no Brasil.
Antes de tudo, é preciso lembrar que o advogado não pode ser Microempreendedor Individual – MEI. Isso porque os serviços advocatícios não estão no rol de atividades permitidas para essa categoria.
Em questões empresariais, o advogado autônomo pode configurar a sua empresa como uma Sociedade Unipessoal de Advocacia (SUA) ou como EIRELI. O SUA, inclusive, se parece com o MEI em alguns aspectos.
Em ambos os casos – EIRELI e SUA – o profissional pode aderir ao Simples Nacional, um dos regimes simplificados de tributação que muitas companhias utilizam. O Simples pode oferecer diversas vantagens no pagamento de impostos e na concessão de crédito, por exemplo.
Qual o objetivo do negócio jurídico?
É importante frisar que o negócio jurídico terá como objetivo o que o empreendedor jurídico espera dele.
O advogado que adere ao empreendedorismo jurídico deve ser proativo, curioso e ter vontade de aprender. O empreendedor jurídico deve ser atualizado, aberto a novas tecnologias e buscar o aprendizado constante.
Ressalta-se que é preciso ser atualizado não apenas à sua área de atuação, mas principalmente às tecnologias utilizadas na atualidade, principalmente pelo fato de que a advocacia foi impactada pelas transformações digitais.
Ademais, o empreendedorismo jurídico exige que o advogado trabalhe com dados, tenha pensamento analítico e saiba lidar com metas, definição e análise de métricas, dentre outras questões.
Outro aspecto importante é ser aberto às inovações e às contribuições que outras áreas podem trazer para o Direito. Por exemplo, o marketing jurídico é uma ferramenta essencial para o advogado empreendedor, pois ele utilizará do conhecimento dessa esfera para atrair pessoas ao seu escritório.
O advogado adepto ao empreendedorismo jurídico está sempre à frente dos profissionais que não buscam esse aprimoramento. Enquanto o jurista empreendedor já utiliza tecnologias e modelos inovadores de gestão, por exemplo, o tradicional ainda teima em realizar processos de forma manual ou antiquada.
O empreendedor jurídico, então, é um profissional com uma visão inovadora, que busca constantemente formas de melhorar o seu negócio.
Como empreender no mundo jurídico?
Conforme notícia divulgada pela OAB-RJ, o Brasil é o terceiro país com mais advogados no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia. O país tem mais de um milhão de advogados. Há dados que demonstram que para cada 322 habitantes, existe um profissional do Direito.
Diante desse cenário, é normal pensar que a advocacia está altamente saturada. Embora exista uma quantidade imensa de profissionais formados, a verdade é que poucos estão realmente preparados para viver da advocacia.
Na prática, há muitos que não sabem como se destacar. Ademais, existe uma grande quantidade de profissionais medianos e generalistas. Essa realidade existe porque muitos não estudaram o mercado para entender o que ele demanda.
Nesse sentido, investir em conhecimento relacionado ao empreendedorismo jurídico lhe ajudará a se destacar e ganhar o espaço que os demais não conseguem.
Para ser um bom empreendedor na advocacia, é preciso ter conhecimento em diversos assuntos, como: gestão de escritório, administração, marketing, dentre outros.
Ademais, é preciso ter o costume de aprender constantemente, saber fazer negociações, ter noções de finanças, resiliência, paciência, saber fazer a gestão de pessoas, estudar o mercado, desenvolver habilidades comerciais, aprimorar o pensamento analítico, dentre outros.
Isso porque gerenciar um escritório de advocacia é muito semelhante ao gerenciamento de uma empresa. Diariamente, o profissional enfrenta diversos obstáculos para crescer e alcançar seus objetivos, assim como qualquer outro negócio.
Contudo, grande parte dos advogados sequer sabem disso, realizando essa gestão com base em suposições, conhecimento defasado e até de forma intuitiva.
O conhecimento em empreendedorismo jurídico dará a base e o conhecimento necessário para o advogado conseguir administrar seu escritório de forma eficiente. Por esse motivo, ele é essencial para todos que desejam ter sucesso em sua vida profissional na advocacia.
Como ser empreendedor na advocacia?
Confira duas necessidades fundamentais para o sucesso como um profissional do Direito empreendedor.
1. Seja proativo
O primeiro passo é ser proativo, isto é, agir para executar os seus planos. Não pense que os clientes chegarão até você porque a sua ideia é excelente e inovadora. Você deverá ter uma postura ativa e fazer com que eles cheguem até você.
Seja visionário e enxergue a advocacia de forma diferente. Esqueça que o advogado é um profissional que presta serviços.
Pense que você oferece uma solução única e diferenciada para os seus clientes. Nesse sentido, realize um estudo do mercado e busque desde o início alguma maneira de se diferenciar da concorrência.
2. Faça um planejamento
Fazer um planejamento para definir missão, visão e valores, bem como posicionamento de mercado, metas, objetivos, investimento inicial, serviços que serão oferecidos, áreas de atuação, dentre outros aspectos, é primordial.
Sem um planejamento adequado e completo, fica difícil definir o seu negócio e se posicionar no mercado.
Como empreender na área da advocacia?
Existem diversas vantagens do empreendedorismo jurídico que podem ser abordadas. Quem adere a isso consegue excelência profissional, ganhos melhores e otimização do trabalho, por exemplo.
Isso porque os conhecimentos adquiridos auxiliam o profissional a obter uma melhor performance, determinando o que é importante para a sua advocacia e o que apenas toma tempo e dinheiro. No entanto, essa não é a única vantagem. Veja abaixo outros benefícios que devem ser considerados.
Tenha capacidade de adaptação
O profissional adepto do empreendedorismo jurídico consegue se preparar para atender as demandas do mercado e prever tendências para poder se adaptar no futuro, caso seja necessário.
Muitos escritórios são bem sucedidos atualmente porque souberam se adaptar às novas tecnologias e às demandas do mercado.
Aprimore seus conhecimentos jurídicos
Conhecimento nunca é demais e pode ser valioso em diversos momentos. O empreendedor jurídico precisa agir e tirar os planos idealizados do papel, o que o tira de sua zona de conforto.
A constante busca pelo conhecimento alinhado à prática e os testes faz com que o profissional ganhe experiência conforme o tempo.
Faça networking
O empreendedorismo jurídico faz o profissional ter contato com pessoas proativas, dinâmicas e com conhecimentos diversos que podem auxiliar o seu negócio. Assim, o advogado acaba conhecendo pessoas de nichos diferentes, o que permite ampliar o networking e aumentar a troca de conhecimento.
Se destaque no mercado
Por ter uma visão de negócios, o profissional consegue traçar estratégias para tornar o seu escritório forte e bem visto no mercado.
Invista em tecnologia
A transformação digital já é uma realidade. Contudo, as tecnologias mudam a todo instante. O advogado empreendedor tem contato constante com essas inovações, o que também contribui para a sua capacidade de adaptação às novidades.
Melhore a relação e o atendimento ao cliente
O empreendedor deve estudar o mercado, a sua persona e entender os desejos dela. Desse modo, ele pode planejar ações para conquistar o cliente, aumentar a satisfação dele com o escritório e mantê-lo fiel ao seu negócio.
Otimize a execução de serviços
Uma visão de negócios permite buscar a excelência no negócio. Com isso, os serviços prestados e os processos internos executados no escritório podem ser aprimorados.
Nesse sentido, o trabalho dos colaboradores e do próprio advogado empreendedor pode ser reduzido e otimizado, contribuindo para o aumento da produtividade.
Isso traz resultados positivos, como: melhora na execução de tarefas, satisfação pessoal, redução do estresse e melhora no bem-estar dos indivíduos.
Confira abaixo um vídeo sobre como você pode melhorar a produtividade e a importância de adotar um método de produtividade no seu escritório de advocacia!
Faça a gestão do negócio e o controle financeiro
Como a gestão é uma das partes mais importantes no momento de lidar com uma empresa, torna-se possível prever problemas e momentos de inovação e investimentos. Além disso, o controle financeiro passa a ser feito de forma muito mais eficiente.
Quanto ganha um advogado empreendedor?
Em resumo, segundo o Glassdor, um advogado empreendedor ganha em média entre R$ 4.500 e R$5.500 reais.
Para ser um advogado empreendedor de sucesso, abrir um escritório que seja promissor e tenha escalabilidade, é preciso se planejar com antecedência. O primeiro passo é buscar conhecimento, como você já está fazendo.
O empreendedorismo jurídico exige conhecimentos em gestão, finanças e das inovações, principalmente tecnológicas. Ademais, é preciso ter sabedoria, pois muitas coisas dependerão de tirar a ideia do papel e executá-las, fazendo testes e tendo aprendizados com eles.
Quais os desafios do empreendedorismo jurídico?
Os maiores desafios do empreendedorismo jurídico está em analisar o mercado de forma completa para poder traçar um plano de ação.
Montar um plano de negócios definindo nichos de atuação, metas, utilização dos recursos financeiros, investimentos, tecnologias importantes e uma estratégia para atrair o cliente é muito desafiador.
Contudo, ao realizar um planejamento e segui-lo com foco, a perspectiva é que os resultados sejam positivos no decorrer do tempo.
Concorrência acirrada
O mercado jurídico é altamente competitivo, com muitos escritórios de advocacia e profissionais autônomos oferecendo serviços semelhantes. Para se destacar, o empreendedor jurídico precisa encontrar um diferencial, como nichos de mercado, inovação em serviços ou atendimento mais personalizado.
Altos custos iniciais
Abrir um escritório de advocacia ou empresa jurídica exige um investimento significativo em infraestrutura, tecnologia, marketing e contratação de pessoal. Esses custos podem ser um grande obstáculo no início, especialmente para quem está começando sem uma base financeira sólida.
Demanda por resultados a curto prazo
Muitos clientes esperam resultados rápidos, especialmente em casos que afetam diretamente suas finanças ou negócios. No entanto, processos legais muitas vezes são demorados, e a pressão por resultados imediatos pode ser difícil de gerenciar, tanto em termos de expectativas do cliente quanto de desempenho.
Fluxo de caixa instável
A imprevisibilidade dos pagamentos de honorários, somada a atrasos no recebimento de valores de clientes, pode gerar um fluxo de caixa instável. Isso afeta diretamente a capacidade de honrar compromissos financeiros, como salários, aluguel e outras despesas operacionais.
Longas horas de trabalho
O empreendedor jurídico frequentemente enfrenta jornadas extensas, seja pela gestão do escritório, atendimento a clientes ou trabalho em casos complexos. O equilíbrio entre vida pessoal e profissional pode ser comprometido, o que pode levar ao desgaste emocional e físico.
Lidar com conflitos e situações complexas
Advogados empreendedores precisam gerenciar conflitos, tanto em termos de clientes insatisfeitos quanto em litígios complicados. A capacidade de lidar com situações de alta pressão e tomar decisões rápidas e estratégicas é essencial para o sucesso do negócio.
Desafios na gestão de pessoas
Gerenciar uma equipe de advogados e colaboradores exige habilidades de liderança e gestão de recursos humanos. Manter uma equipe motivada, produtiva e alinhada com a missão do escritório pode ser desafiador, especialmente em um ambiente de alta pressão.
Necessidade de constante atualização
As leis e regulamentações estão em constante mudança, e os advogados precisam se manter atualizados com as novidades legislativas e tecnológicas. Por isso, exige um investimento contínuo em capacitação e desenvolvimento profissional, além de tempo dedicado ao estudo e aprimoramento de habilidades.
Quais as perspectivas do empreendedorismo jurídico?
O crescimento do empreendedorismo e do ambiente digital no Direito proporciona perspectivas como:
- Crescimento do mercado: o setor jurídico continua a se expandir, com uma crescente demanda por serviços legais em diversas áreas, como compliance, tecnologia, direitos digitais e propriedade intelectual, criando oportunidades para novos negócios;
- Possibilidade de diferenciação: advogados empreendedores podem se destacar ao oferecer serviços especializados, abordagens inovadoras ou atendimento personalizado, diferenciando-se da concorrência e atraindo um nicho de mercado específico;
- Autonomia e flexibilidade: empreender no Direito proporciona a liberdade de criar seu próprio modelo de negócios, definir horários e escolher clientes, permitindo um equilíbrio melhor entre vida pessoal e profissional;
- Realização profissional: ter um negócio próprio permite que os advogados coloquem em prática suas visões e valores, promovendo uma sensação de realização ao impactar positivamente a vida dos clientes e contribuir para a sociedade;
- Acesso a novos mercados: a digitalização e a globalização permitem que advogados atinjam clientes em diferentes regiões e até internacionalmente, ampliando as oportunidades de negócios e colaboração;
- Networking e parcerias: o ambiente de empreendedorismo jurídico fomenta a criação de redes de contatos e parcerias, que podem resultar em colaborações frutíferas e ampliação da base de clientes.
Conclusão
O empreendedorismo jurídico representa uma oportunidade significativa para os profissionais do Direito, permitindo-lhes inovar, diversificar serviços e adaptar-se às mudanças do mercado.
Embora enfrente desafios como concorrência intensa, altos custos iniciais e a necessidade de constante atualização, as perspectivas são promissoras, destacando o crescimento do mercado, a possibilidade de diferenciação e a autonomia na gestão dos próprios negócios.
Em paralelo, a incorporação de tecnologia e a busca por uma abordagem centrada no cliente são fundamentais para se destacar em um ambiente tão competitivo.
Ao equilibrar esses aspectos, os advogados empreendedores podem não apenas superar obstáculos, mas também encontrar realização profissional ao impactar positivamente a vida de seus clientes e contribuir para a sociedade.
Em resumo, o empreendedorismo jurídico transforma a forma como os serviços legais são prestados, permite que os profissionais do Direito se reinventem e prosperem em um cenário em constante evolução. Sendo assim, contribui para a modernização e a eficiência do setor jurídico como um todo.