setores de um escritório de advocacia
Gestão na advocacia

Setores de um escritório de advocacia: estrutura e organização

Setores de um escritório de advocacia: estrutura e organização

Muita gente acha que um escritório se resume a advogados e processos. Mas a verdade é que, nos bastidores, existe uma estrutura com diferentes setores que garantem a organização, o faturamento e o crescimento do negócio.

Quando a equipe é composta apenas por profissionais do Direito, tarefas como marketing ou financeiro podem não receber a atenção, ou eficiência necessárias. É por isso que a divisão de funções é tão importante: cada parte precisa atuar com foco e excelência. 

Além disso, quando todos estão alinhados com o mesmo objetivo, facilitam o desenvolvimento exponencial da banca. Acompanhe no texto como essa lógica de funcionamento se aplica na prática.

Quais são os setores de um escritório de advocacia?  

Um escritório de advocacia pode — e deve — ter diversos setores além do jurídico. Atendimento, marketing, gestão, comercial, financeiro… tudo isso faz parte do que mantém a operação funcionando.

Mesmo em operações menores ou no início da jornada, essa visão estruturada faz toda a diferença para crescer com previsibilidade e profissionalismo. Confira os principais núcleos:

  • Jurídico: responsável pela atuação técnica, por exemplo, análise de casos, elaboração de peças, acompanhamento de casos e cumprimento de prazos;
  • Atendimento: primeiro ponto de contato com o consumidor. Certifica uma comunicação clara, empática e contínua durante toda a jornada;
  • Financeiro: cuida do controle de entradas, saídas, precificação, emissão de boletos, planejamento de custos e saúde econômica do negócio;
  • Comercial: responsável por atrair oportunidades, realizar reuniões, propostas e contratos. É aqui que a advocacia começa a se tornar viável economicamente;
  • Marketing: atua na construção de autoridade, visibilidade e posicionamento estratégico;
  • Gestão: coordena o fluxo interno, como, prazos, pessoas, tarefas, indicadores.

Para entender, na prática, o impacto de uma organização funcional dentro da advocacia, veja o comparativo abaixo:

setores de um escritório de advocacia

Como estruturar um escritório de advocacia?

Para começar, é necessário entender o que é essencial para o funcionamento do seu escritório: quais demandas você consegue atender bem e o que ainda está em aberto ou em fase de desenvolvimento.

No entanto, setor não é sinônimo de sala com gente contratada. Estamos falando de funções. E toda função mal resolvida vira gargalo.

Por exemplo, quando o atendimento é desorganizado, o cliente se frustra. Quando não há gestão, tudo parece urgente. E quando o marketing é ignorado, o negócio se torna invisível — mesmo sendo tecnicamente excelente.

Ao contrário do que muitos pensam, a estrutura de uma banca deve ser parecida com a de uma empresa. Isso porque, na prática, as necessidades são muito semelhantes: atrair clientes, atender bem, manter as finanças saudáveis, ter organização interna e construir uma marca forte.

Mesmo que você esteja começando sozinho, entender essas divisões internas te ajuda a pensar como empresa desde o primeiro contrato. E isso faz toda a diferença lá na frente. Na hora de planejar, é relevante considerar alguns pontos: o seu posicionamento, quais serão as áreas, como será a rotina de processos e quais ferramentas vão te ajudar no dia a dia.

Como adaptar a estrutura de setores às mudanças do mercado jurídico? 

Devido às constantes mudanças no mercado jurídico, a estrutura dos escritórios também deve ser adaptada com frequência. Para isso, é preciso monitorar tendências, entender as novas demandas do público, reavaliar setores, investir em capacitação contínua da equipe e utilizar a tecnologia de forma estratégica.

Comece identificando o que os consumidores mais têm buscado:
• Consultoria preventiva?
• Atendimento mais ágil?
• Canais digitais?

A forma como a operação funciona deve refletir essas expectativas. Se o comportamento do cliente mudou, a forma de atendê-lo também deve mudar.

Por isso, é recomendável realizar uma revisão anual da dinâmica interna.  Analise como está o funcionamento geral, identifique gargalos e oportunidades de melhoria. Pergunte-se:

  • Alguma área está sobrecarregada?
  • Existe alguém desempenhando funções que não são compatíveis com seu cargo?
  • Há tarefas que poderiam ser automatizadas?

A tecnologia tem oferecido recursos capazes de assumir diversas funções. Por isso, analise periodicamente se alguma atividade pode ser automatizada. Isso traz benefícios tanto para os colaboradores quanto para o escritório.

Além disso, assim como o mercado evolui, o conhecimento também tem que acompanhar esse ritmo. Por isso, a equipe deve ser constantemente treinada para lidar com o novo perfil de consumidor, utilizar ferramentas digitais, negociar com mais eficácia e oferecer uma experiência mais humanizada.

Essas mudanças exigem adaptação e aprendizado — e quando o processo é bem conduzido, o crescimento acontece de forma alinhada, beneficiando tanto os profissionais quanto o negócio legal.

Como organizar um escritório de advocacia?  

Organizar um escritório jurídico é criar uma estrutura inteligente, com fluxos internos bem definidos, áreas funcionais alinhadas e controle financeiro — onde cada parte cumpre uma função estratégica e o advogado deixa de ser apenas executor para se tornar também gestor.

arte de ebook de meios de produção na advocacia

Uma banca sem planejamento até pode sobreviver, mas vive apagando incêndios, perde contratos por falhas simples e sofre com retrabalho. Já um modelo bem desenhado oferece compreensão, controle e escala para a expansão do negócio. Acompanhe abaixo como aplicar:

Definição de áreas de atuação e alocação de profissionais

Tudo começa com foco. Advogados que tentam atender “de tudo um pouco” acabam atraindo demandas desalinhadas, lidando com causas que não dominam bem e, muitas vezes, trabalhando muito com pouco resultado.

Escolher uma ou mais áreas de atuação não é se limitar — é o contrário: é criar especialização, autoridade e qualidade operacional. Quando você sabe exatamente onde quer atuar, consegue:

  • Criar etapas específicas para aquele tipo de causa;
  • Falar diretamente com o público certo (tanto no marketing quanto no atendimento);
  • Otimizar tempo e entrega;
  • Criar diferenciação no mercado.

Algumas perguntas que ajudam a guiar esse processo:

  • Quais áreas você domina e tem mais segurança técnica para atuar?
  • Que tipo de cliente você quer (e não quer) atrair?
  • Seu foco será em consultoria preventiva, contencioso ou ambos?

Depois, vem a segunda pergunta: quem faz o quê? Se todo mundo faz tudo, ninguém faz bem feito. Até operações pequenas precisam dividir funções com objetividade — mesmo que sejam só duas pessoas. O segredo está na definição, não no tamanho da equipe.

Criação de processos internos

Organizar essa atuação legal também é padronizar o caminho das tarefas do início ao fim. Ou seja, documentar como as coisas devem ser feitas — e assegurar que todos sigam esse padrão.

Processos internos bem definidos ajudam a evitar falhas, agilizam a rotina, melhoram a experiência do consumidor e tornam o time mais produtivo. Além disso, facilitam a integração de novos colaboradores, que passam a saber exatamente o que fazer desde o início.

Pense assim: cada causa tem uma jornada. O demandante entra, é atendido, assina contrato, entrega documentos, recebe atualizações e, um dia, a ação se encerra. Tudo isso pode (e deve) ter um fluxo claro.

Veja abaixo um exemplo visual da jornada do cliente dentro da advocacia:

setores de um escritório de advocacia

Para pensar na prática, aqui estão alguns pontos que exigem etapas bem definidas:

  • O que acontece quando uma nova pessoa entra em contato? Quem responde? O que é dito? Há um modelo de mensagem? Ele é cadastrado em algum sistema?
  • Quem agenda a reunião e com que critérios? Existe um calendário compartilhado? Há horários estabelecidos para conversas com o público?
  • Onde os documentos ficam armazenados? Tudo fica salvo no mesmo lugar? Há pastas padronizadas por tipo de ação ou perfil de cliente?
  • Com que frequência o cliente é atualizado sobre o andamento do caso? A cada movimentação? Uma vez por semana? Só se ele perguntar?
  • Quando o contrato é enviado e assinado? Existe um modelo padrão? É assinado digitalmente? Quem envia?
  • O que acontece após o encerramento do processo? O cliente recebe um feedback final? Os documentos são arquivados? Ele entra em uma base para futuros contatos ou indicações?

Uma boa forma de garantir que todos esses fluxos sejam seguidos com consistência é utilizando ferramentas que padronizem e automatizem essas etapas. A ADVBOX, por exemplo, permite configurar fluxos personalizados, atribuir tarefas com prazos definidos, centralizar documentos e monitorar a execução de cada etapa da ação — tudo em uma única plataforma

Implementação de ferramentas

Sabe aquela planilha que vive desatualizada ou aquele grupo no WhatsApp que virou uma mistura de atendimento, cobrança e conversa paralela? Pois é. Ferramentas erradas criam uma falsa sensação de controle. Na prática, geram mais confusão do que resultados.

Um escritório funcional conta com ferramentas que facilitem o dia a dia, melhorem a comunicação, centralizem informações e ajudem a manter os procedimentos em andamento — tudo isso sem depender da memória ou de soluções improvisadas.

A boa notícia é que, hoje, não faltam opções acessíveis e adaptáveis à realidade de bancas de todos os tamanhos. Algumas delas são:

  • Softwares jurídicos: como, a ADVBOX ajuda a controlar prazos, acompanhar publicações, armazenar documentos e manter os processos sob controle com segurança;
  • CRMs (Customer Relationship Management): permitem acompanhar o fluxo de potenciais clientes (leads), organizar contatos, agendar retornos e melhorar a taxa de conversão de orçamentos em contratos;
  • Plataformas de gestão de tarefas: como Trello ou Taskscore que mostram o que está sendo feito, por quem, e em que estágio está cada obrigação ou caso.

Boas tecnologias não são custo. São investimentos. Isso porque quando bem implementadas, elas podem reduzir o retrabalho, evitar esquecimentos, facilitar o trabalho em equipe e permitir que o gestor tenha uma visão geral da operação como um todo.

Uma boa organização não depende somente de esforço, ela se apoia em sistemas que mantêm tudo no lugar, mesmo quando a rotina aperta.

Treinamento e produtividade da equipe

Um time não é eficiente porque está sempre ocupado, e sim porque atua com foco e direção, quando sabe o que fazer, como fazer e por que aquilo importa. E isso só acontece quando há treinamento, transparência nos fluxos e uma cultura de melhoria contínua.

Manter tudo funcionando bem também envolve treinar as pessoas que fazem parte dele — seja um time completo ou apenas um parceiro. É preciso que todos saibam:

  • Como utilizar corretamente os sistemas escolhidos;
  • Quais são os processos internos e por que é vital segui-los;
  • Como se comunicar com objetividade, tanto internamente quanto com os clientes;
  • E principalmente, qual é o impacto da sua função no resultado do escritório.

Um excelente exemplo de ferramenta que apoia essa cultura de produtividade é o Taskscore — um sistema de pontuação de tarefas que permite mensurar de forma prática e transparente o desempenho da equipe.

Com ele, cada atividade executada gera uma pontuação, criando um ambiente mais organizado, meritocrático e baseado em entregas reais. Assim, incentiva o comprometimento, promove feedbacks objetivos e ajuda os gestores a acompanharem o desempenho.

Atendimento ao cliente

O atendimento não é só o “começo da conversa” — é o que define se a pessoa vai confiar, continuar e indicar.

Não adianta ter uma tese impecável ou ganhar a causa se o cliente se sentiu perdido, mal-informado ou ignorado ao longo do caso. O que fideliza e gera valor percebido é a experiência completa — e ela começa (e se sustenta) na forma como o relacionamento é conduzido do início ao fim.

Uma atuação organizada tem:
• Fluxo de onboarding (entrada de novos contatos);
• Padrão de resposta e prazos para retorno;
• Comunicação sobre o andamento do caso.

Um simples “estamos acompanhando, ainda não houve nova movimentação, mas seguimos monitorando e qualquer novidade avisamos de imediato” já evita ruídos e gera confiança.

Processos estabelecidos, pessoas treinadas e padrões bem descritos são indispensáveis. E mais do que isso: é necessário olhar para o demandante como alguém que deve se sentir bem orientado, valorizado e respeitado em cada etapa.

Setor financeiro 

Organização financeira não é simplesmente conferir o saldo da conta bancária. Ver dinheiro entrando e saindo sem controle não é gestão. É importante saber exatamente o que entra e o que sai todos os dias. E mais do que isso: acompanhar o que está previsto para os próximos meses, para tomar decisões com segurança e planejamento. Algumas perguntas que exigem respostas:

• Quais foram os honorários recebidos este mês?
• Quem está inadimplente?
• Quais são seus custos fixos?
• O que são despesas operacionais e o que é retirada pessoal?

Esse controle pode até começar com uma planilha bem configurada, mas o ideal é evoluir para um sistema contábil profissional — ou integrar essa gestão ao seu software jurídico, certificando mais eficiência e confiabilidade.

Além disso, sem metas, o financeiro vira apenas um registro passivo. E o registro por si só não gera resultado. Você precisa saber;

  • Qual o faturamento mínimo necessário para manter a operação saudável?
  • Qual é a meta mensal ou trimestral de novos contratos?
  • Qual o percentual ideal de lucro?

O financeiro não pode ser invisível, ele deve estar no centro das decisões — junto com o jurídico, o comercial e o atendimento. Afinal, não adianta conquistar clientes se você não sabe ao certo quanto está ganhando, quanto está perdendo ou quanto poderia estar crescendo.

Conclusão

Pensar em setores dentro de uma advocacia é, na verdade, mudar a forma como se enxerga o próprio negócio. Cada área existe para garantir que tudo funcione como um organismo vivo, em que cada parte tem uma função específica e interdependente. Quando uma dessas partes falha ou é ignorada, o desequilíbrio afeta tudo: a experiência do cliente, a rentabilidade, a rotina e a reputação.

Colocar essas frentes de trabalho é dar nome, espaço e processo para atividades que já fazem parte da rotina — e deixar de depender da memória, da improvisação ou do “jeito que sempre foi”. No entanto, não é necessário começar grande. 

O importante é começar com clareza. Entender o que precisa ser feito, dividir as funções (mesmo que entre poucas pessoas), implementar ferramentas úteis e revisar essa estrutura à medida que o escritório evolui.

Quer estruturar seu escritório de forma profissional, com tecnologia, desempenho e visão de futuro? Faça o teste gratuito da ADVBOX. A plataforma é ideal para te ajudar. Com ferramentas para automação de tarefas, controle de produtividade com Taskscore, gestão de processos, atendimento, financeiro e muito mais, ela transforma sua operação jurídica em uma empresa de verdade.

TRIAL
Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

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