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Mandado de intimação por pensão alimentícia: como funciona

Mandado de Intimação por Pensão Alimentícia: o que é, como funciona e como agir

Para o advogado que atua na área de Direito de Família, o recebimento ou a emissão de um mandado de intimação relacionado à pensão alimentícia é uma etapa comum, mas nem por isso simples.

Esse documento, é o ponto de partida para a manifestação das partes, o cumprimento de obrigações e, não raramente, o desenrolar de medidas mais gravosas, como a execução ou até mesmo a prisão civil.

Assim, é indispensável interpretar cuidadosamente o conteúdo e o contexto do mandado. O prazo para resposta, a natureza do comunicado (judicial ou extrajudicial), o rito processual e até os canais de comunicação com o cliente influenciam diretamente na condução estratégica do caso. 

Em especial, quando se trata de alimentos — um dos poucos temas onde o Judiciário permite medidas coercitivas severas — o tempo de reação pode ser determinante.

Acompanhe no texto os pontos-chave para orientar seu cliente com segurança, evitar prejuízos e fortalecer sua atuação preventiva e contenciosa em demandas alimentares.

O que significa expedição de mandado em um processo de pensão alimentícia?

A expedição de mandado em um processo de alimentos significa que o juiz determinou que um documento oficial seja elaborado e enviado para dar ciência a uma das partes sobre um ato judicial

Esse comunicado pode ter diferentes objetivos: citar, intimar, notificar ou até mesmo ordenar o cumprimento de uma decisão (como pagamento ou comparecimento em audiência). No contexto das obrigações alimentares, ele é frequentemente utilizado para:

  • Citar o réu no início da ação de alimentos;
  • Intimar o devedor para liquidação da dívida já constituída;
  • Comunicar a possibilidade de prisão civil se o débito não for quitado.

Ou seja, a expedição dessa ordem é o meio formal pelo qual o processo avança e as partes são chamadas a se manifestar ou a cumprir determinações. Para o jurista, é necessário acompanhar a expedição e o cumprimento desses mandados para certificar a estratégia de defesa ou cobrança.

Citação na ação de alimentos no novo CPC

De acordo com o art. 695 do CPC, o réu é citado para, em até três dias, efetuar o pagamento do valor reclamado, apresentar justificativa ou, se quiser, propor acordo.

O procedimento é mais célere porque a pensão alimentícia trata de verbas essenciais à sobrevivência. A dinâmica da citação é:

  • Se o réu paga: o caso pode ser extinto quanto à cobrança inicial;
  • Se o réu justifica: o juiz analisará se há motivo legítimo para a não liquidação;
  • Se o réu não paga nem justifica: o devedor poderá sofrer a execução pelo rito coercitivo.

Como saber se a intimação da pensão alimentícia atrasada é de prisão? 

Nem toda intimação relacionada à pensão alimentícia implica risco imediato de prisão, mas existem sinais claros de que a cobrança já entrou nesse estágio. O documento indicará que:

  • O débito se refere a até três parcelas anteriores ao ajuizamento da execução e eventuais parcelas que vencerem no curso do processo (art. 528 do CPC);
  • Há uma ordem expressa para pagar em até três dias ou comprovar o pagamento;
  • Em circunstância de não compensação, o devedor será preso pelo prazo de 1 a 3 meses.

Esses três elementos deixam claro que a ordem recebida é de natureza coercitiva (prisão civil) e não apenas de cobrança patrimonial.

Além disso, o tipo de rito mencionado costuma constar no mandado ou na decisão que o acompanha. Portanto, ao analisar o conteúdo enviado, o advogado deve verificar:

  • O prazo (três dias);
  • A menção à possibilidade de encarceramento;
  • A origem do débito (parcelas recentes).

Esses pontos ajudam a definir rapidamente a estratégia: pagamento imediato, negociação ou apresentação de defesa fundamentada.

Quanto tempo leva para o pai receber a intimação por pensão alimentícia?  

O tempo para o pai (ou responsável) receber a intimação em uma ação de pensão alimentícia pode variar conforme alguns fatores, mas, em regra, leva de 7 a 30 dias após a sentença do juiz que determinou a expedição da ordem. O que influencia esse prazo:

  • Rapidez do cartório em preparar e enviar o mandado;
  • Forma de citação: se é feita por oficial de justiça (presencial) ou por correio;
  • Dificuldade em localizar o devedor: endereços desatualizados podem atrasar;
  • Comarca onde tramita o processo: comarcas menores ou mais organizadas tendem a ser mais rápidas.

Em cidades grandes ou varas mais sobrecarregadas, o tempo de envio pode se estender além dos 30 dias. Já em locais com procedimentos digitalizados e oficiais de justiça mais ágeis, a entrega pode acontecer em menos de uma semana.

Para evitar qualquer risco de perda de prazos após a publicação da intimação, uma gestão digital eficiente faz toda a diferença. Softwares jurídicos com a ADVBOX te dão controle total sobre seus processos, compromissos e audiências.

O que acontece depois da publicação da intimação?

Após a publicação da intimação no processo de pensão alimentícia, abre-se oficialmente  o período para que a parte citada cumpra a ordem judicial.

O tempo para resposta varia conforme a natureza do ato, mas nos casos de execução de alimentos (com potencial de prisão), ele tem três dias úteis para pagar o valor cobrado, apresentar justificativa válida para o não pagamento ou tentar negociar um acordo. 

Se o intimado não agir dentro desse intervalo, o procedimento evolui para medidas mais severas, como a decretação da prisão civil ou a penhora de bens. Veja as principais alternativas disponíveis e como agir para proteger seus direitos:

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Compareça acompanhado de advogado

Quando citado em uma ação de alimentos, o comparecimento a audiências ou manifestações legais deve ser feito, preferencialmente, com a presença de um advogado.

A atuação do defensor é indispensável, pois ele pode negociar acordos mais favoráveis, garante que os direitos do intimado sejam respeitados e orienta sobre quais provas apresentar, principalmente com a justificativa de impossibilidade de liquidação. 

Pague a pensão ou formalize acordo

Após ser citado, o caminho mais seguro é quitar o débito integralmente dentro do prazo de três dias ou, se não for possível pagar o valor total, formalizar um acordo judicial. 

Esse acordo precisa ser homologado pelo juiz para ter validade e, assim, suspender medidas como a execução ou a prisão. Muitas vezes, o próprio advogado pode intermediar propostas de parcelamento ou negociar descontos sobre multas e juros. 

Solicite audiência de justificação/retratação

Se o devedor não puder pagar a pensão integralmente, uma alternativa é solicitar ao juiz a realização de uma audiência de justificação

Nessa sessão, o intimado poderá apresentar provas de sua incapacidade financeira momentânea, como desemprego ou problemas de saúde, tentar rever o valor dos alimentos e, ainda, evitar a aplicação imediata da medida coercitiva, quando a justificativa for aceita. 

Trata-se de uma oportunidade importante para demonstrar boa-fé e buscar uma solução jurídica mais viável, mas a solicitação deve ser feita dentro do prazo e devidamente fundamentada.

Contrate um advogado especializado em direito criminal 

Em circunstância de risco real de prisão civil por dívida alimentar, é recomendável contratar um advogado com experiência em Direito Criminal ou Execução de Alimentos

A atuação de um criminalista é ideal porque a prisão por alimentos, embora de natureza civil, segue ritos e garantias similares ao Direito Penal, como a ampla defesa e o contraditório. 

Um jurista especializado pode atuar com habeas corpus, revisar decisões legais e apresentar pedidos de soltura, além de orientar sobre medidas preventivas para evitar que a prisão se efetive. 

Em situações de urgência, contar com um profissional capacitado pode ser o diferencial entre resolver o problema de forma rápida ou enfrentar complicações graves.

Qual o prazo para procurar um advogado?

O ideal é procurar um advogado imediatamente após o recebimento da intimação no processo de pensão alimentícia. Isso porque, em muitas situações, o tempo para agir é curto, especialmente se houver risco de execução com possibilidade de encarceramento, em que o prazo para pagamento ou justificativa é de apenas três dias úteis. 

Buscar orientação logo no início permite avaliar as melhores estratégias de defesa ou negociação e evitar consequências legais mais sérias.

A demora em procurar um profissional pode comprometer o direito de defesa e dificultar soluções mais favoráveis. Em questões relacionadas ao sustento alimentar, tempo e estratégia são fundamentais.

A partir de qual momento começa a pagar pensão?  

A responsabilidade de prestar alimentos, em regra, começa a partir da citação válida do devedor no processo. Ou seja, quando ele é formalmente comunicado que existe uma ação cobrando alimentos.

No entanto, o juiz pode fixar alimentos provisórios logo no despacho inicial da ação, e nesse  sentido o pagamento é devido desde a data da intimação desses alimentos provisórios, mesmo antes da sentença final.

Por isso, o advogado precisa analisar atentamente o despacho inicial e orientar o cliente quanto às datas corretas para evitar atrasos e futuras execuções.

Conclusão

Receber uma intimação relacionada à pensão alimentícia é um momento que exige atenção e ação rápida. O documento marca o início de um prazo que pode definir o rumo do processo e o impacto na vida do devedor. 

Estar bem assessorado e entender as opções disponíveis é o que faz a diferença entre resolver a situação de forma eficiente ou enfrentar consequências mais graves.

Cada decisão tomada a partir do recebimento da ordem — comparecer à audiência, buscar acordos, justificar impossibilidades ou apresentar defesa — deve ser estratégica e embasada, sempre com suporte jurídico adequado. 

Agir com responsabilidade e orientação profissional é a melhor maneira de preservar direitos, evitar riscos desnecessários e, principalmente, encontrar soluções justas para todas as partes envolvidas.

Diante de uma convocação judicial, mais do que pressa, é necessária a ação certa. Com informação, estratégia e apoio técnico, é possível transformar um problema em oportunidade de resolução e reequilíbrio.

Se você é advogado e busca mais eficiência no acompanhamento de processos de alimentos e na gestão do seu escritório, faça o teste gratuito da ADVBOX. Com uma plataforma completa de controle de prazos, audiências e atendimento ao cliente, você transforma sua atuação jurídica em resultados ainda mais seguros e organizados.

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Autor
Foto - Eduardo Koetz
Eduardo Koetz

Eduardo Koetz é advogado, escritor, sócio e fundador da Koetz Advocacia e CEO da empresa de software jurídico Advbox.

Possui bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui tanto registros na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (OAB/SC 42.934, OAB/RS 73.409, OAB/PR 72.951, OAB/SP 435.266, OAB/MG 204.531, OAB/MG 204.531), como na Ordem dos Advogados de Portugal - OA ( OA/Portugal 69.512L).
É pós-graduado em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2011- 2012) e em Direito Tributário pela Escola Superior da Magistratura Federal ESMAFE (2013 - 2014).

Atua como um dos principais gestores da Koetz Advocacia realizando a supervisão e liderança em todos os setores do escritório. Em 2021, Eduardo publicou o livro intitulado: Otimizado - O escritório como empresa escalável pela editora Viseu.

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